sexta-feira, 4 de maio de 2012

Em gravação, deputado aparece sugerindo aborto a ex-namorada

BLOG O MURAL: O aborto é crime e todos os brasileiros sabem disso, até o mais simples dos nossos conterrâneos, mas o deputado aí abaixo pensa que pode decidir pela mulher (namorada), pede declaradamente que ela aborte o filho indesejável para ele. E a opinião dela não conta? Ela não fez o aborto segundo informações da mídia nativa. Mas e se fizesse, quem seria punido?


Arnaldo Jordy
Uma gravação de áudio divulgada anonimamente pela internet mostra o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), 53, pré-candidato à Prefeitura de Belém e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, sugerindo a sua parceira que faça um aborto.
Jordy reconheceu o diálogo. "Houve vários diálogos, provavelmente é um desses", afirmou o deputado, que disse ser solteiro.
A conversa, de 2min59s de duração, foi publicada no YouTube e ocorreu há cerca de oito meses, segundo o deputado. A mulher é uma namorada com a qual Jordy se relacionou no ano passado, Josiane Ferreira da Rosa.
Jordy afirma diversas vezes que não tem condições de ter mais um filho. Diz que já paga pensão a três filhos - ao todo, o deputado é pai de cinco. "Se tu quiseres ter, tu tens. Eu não vou ter condições de assumir", afirma.
Segundo o deputado, não houve aborto e Josiane já está no final da gravidez. O aborto não é legalizado no Brasil, exceto em casos de estupro, risco de vida para a mãe e fetos anencéfalos.
Em outro momento da conversa, Jordy fala: "Eu quero o apoio para tu resolveres isso, eu não tenho condições de ter um filho".
Josiane responde: "E eu não tenho condição de fazer um aborto".
O deputado rebate: "Tu tens que se orientar com um médico pro médico te dizer quais são as consequências e depois eu te ajudo a pagar o psicólogo pra te ajudar a superar isso".
Jordy disse que a ex-namorada estava "conduzindo o diálogo para focar nesse aspecto [do aborto]". "Em nenhum momento digo a palavra aborto ou faço qualquer imposição."
Josiane chegou a entrar na Justiça, em novembro passado, com ação contra Jordy pedindo pagamento de pensão equivalente a 40% do salário do congressista. A remuneração bruta de um deputado federal é de R$ 26 mil.
"Sou solteiro, maior de idade, ela também. Essa gravidez foi tratada e admitida normalmente. Evidentemente, tivemos alguns diálogos, fui tomado de surpresa com o anúncio da gravidez, e discutimos em consequência disso", afirmou o deputado.
Ele mostrou documentos comprovando ajuda financeira à ex-namorada, como o pagamento de plano de saúde e a aquisição de um carrinho de bebê.
Para Jordy, o caso foi divulgado com o objetivo de atingir sua pré-candidatura.
O diálogo foi publicado nesta quinta-feira (3) pelo jornal "Diário do Pará", pertencente à família do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O primo do senador, José Priante (PMDB-PA), também vai disputar a Prefeitura de Belém.

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