domingo, 29 de março de 2015

Conflito na Síria: A imagem mais triste do dia

BLOG O MURAL:

Menina síria confunde câmera com arma... e se rende

Sugestão de Gilberto Cruvinel
do Observador
Por Miguel Santos
Na Síria, uma menina confundiu a máquina fotográfica de um jornalista com uma arma. Num gesto instintivo, levantou os braços em jeito de rendição e tornou-se imagem de um conflito que se arrasta.
"A imagem mais triste do dia" foi captada por um jornalista do Huffington Post e tornou-se viral nas redes sociais - Huffington Post / Twitter Nadia AbuShaban
Quando começou a circular nas redes sociais a fotografia foi considerada por muitos a “imagem mais triste do dia”. Na Síria, uma menina de tenra idade levantou os braços em jeito de rendição no momento em que um jornalista do Huffington Post se preparava para lhe tirar um foto. O motivo? A criança agiu instintivamente depois de confundir a máquina fotográfica que o repórter carregava com uma arma.
O fotojornalista que imortalizou o momento queria retratar a realidade das crianças sírias num país oprimido pelo regime de Bashar al-Assad e a braços com escalada de violência do pós-Primavera Árabe. Conta o jornal online R7, que o repórter nunca imaginou que a criança pensasse que ele lhe estava a apontar uma arma.
O repórter, no entanto, acabou por captar numa única imagem o instinto de sobrevivência de alguém que, aparentemente, está habituado a viver com a violência da guerra. A imagem foi partilhada por Nadia AbuShaban, fotojornalista na Palestina, e tornou-se rapidamente viral.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que quase 14 milhões de crianças estão a ser afetadas pelo conflito na Síria e no Iraque. Um dado que esta imagem parece suportar. A menina, de quem se desconhece o nome, mostrou, num único gesto, que entende como funcionam as armas e que sabe como deve a agir para garantir que sobrevive. Pelo menos por mais um dia.

terça-feira, 24 de março de 2015

Manchetômetro desvenda a mentira que o PIG é isento....tire a prova vc mesmo e lei o blog

BLOG O MURAL:

Estado de S. Paulo

No jornal O Estado de S. Paulo, A2 e A3 são as páginas de opinião. A primeira, denominada Espaço Aberto, contém dois artigos de opinião cujos autores variam. Já a segunda, denominada Notas e Informações, contém três editoriais. Os editoriais não foram levados em consideração na contagem. É importante destacar que não há colunas nas páginas de opinião deste jornal, portanto, nos gráficos abaixo todos os autores são articulistas.

Partido dos Trabalhadores (PT)

No gráfico abaixo apresentamos os nomes dos dez articulistas do Estado de S. Paulo que mais fizeram referência ao PT em seus textos, no período de 1º de janeiro de 2015 até agora. É possível observar a distribuição das valências por meio das barras dinâmicas. Este gráfico é atualizado diariamente.
FavorávelContrárioNeutro01234Fernando GabeiraCarlos Alberto Di…Denis Lerrer Rose…José SerraRolf KuntzWashington Novaes
PTFavorávelContrárioNeutro
Fernando Gabeira040
Carlos Alberto Di Franco020
Denis Lerrer Rosenfield001
José Serra010
Rolf Kuntz010
Washington Novaes010

Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)

No gráfico abaixo apresentamos os nomes dos dez articulistas do Estado de S. Paulo que mais fizeram referência ao PSDB em seus textos, no período de 1º de janeiro de 2015 até agora. É possível observar a distribuição das valências por meio das barras dinâmicas. Este gráfico é atualizado diariamente.
FavorávelContrárioNeutro0,000,250,500,751,00Fernando GabeiraJosé SerraJosé SerraFavorável:1
PSDBFavorávelContrárioNeutro
Fernando Gabeira001
José Serra100

Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)

No gráfico abaixo apresentamos os nomes dos dez articulistas do Estado de S. Paulo que mais fizeram referência ao PMDB em seus textos, no período de 1º de janeiro de 2015 até agora. É possível observar a distribuição das valências por meio das barras dinâmicas. Este gráfico é atualizado diariamente.
FavorávelContrárioNeutro0,000,250,500,751,00Denis Lerrer Rose…Fernando GabeiraDenis Lerrer RosenfieldNeutro:1
PMDBFavorávelContrárioNeutro
Denis Lerrer Rosenfield001
Fernando Gabeira010

Governo Federal

No gráfico abaixo apresentamos os nomes dos dez articulistas do Estado de S. Paulo que mais fizeram referência ao Governo Federal em seus textos, no período de 1º de janeiro de 2015 até agora. É possível observar a distribuição das valências por meio das barras dinâmicas. Este gráfico é atualizado diariamente.
FavorávelContrárioNeutro01234Rolf KuntzCarlos Alberto Di…Fernando GabeiraWashington NovaesDenis Lerrer Rose…Ilan GoldfajnRolf KuntzContrário:4
GovernoFavorávelContrárioNeutro
Rolf Kuntz040
Carlos Alberto Di Franco021
Fernando Gabeira020
Washington Novaes022
Denis Lerrer Rosenfield001
Ilan Goldfajn010

Dilma Rousseff

No gráfico abaixo apresentamos os nomes dos dez articulistas do Estado de S. Paulo que mais fizeram referência a Dilma Rousseff em seus textos, no período de 1º de janeiro de 2015 até agora. É possível observar a distribuição das valências por meio das barras dinâmicas. Este gráfico é atualizado diariamente.
FavorávelContrárioNeutro01234Rolf KuntzCarlos Alberto Di…Fernando GabeiraWashington NovaesDenis Lerrer Rose…Ilan Goldfajn
GovernoFavorávelContrárioNeutro
Rolf Kuntz040
Carlos Alberto Di Franco021
Fernando Gabeira020
Washington Novaes022
Denis Lerrer Rosenfield001
Ilan Goldfajn010
Última atualização: 23/03/2015 às 23:00

domingo, 22 de março de 2015

A greve, o silêncio e o tártaro

Captura de Tela 2015-03-22 às 01.47.47

BLOG O MURAL:  “Ser Professor e Não Lutar é uma contradição pedagógica”
Paulo Freire
Por Pedro Ramos de Toledo, especial para o Viomundo e compartilhando aqui no Blog o Mural
Na rede pública do Estado de São Paulo, a Angústia, a Insatisfação e a Sensação de Fracasso Profissional não faltam um único dia.
Não abonam, não tiram licença médica e podem ser encontrados na sala dos professores das 7h às 23h, diariamente, entre a copa do cafezinho e a sala da direção.
Verdadeiros profissionais, nunca chegam atrasados (o fato de morarem na escola ajuda bastante nesse quesito) e se gabam de receber, anualmente, o bônus dedicado aos “excelentes profissionais” que fazem do “mérito” uma importante política de incentivo. E como todo “funcionário-padrão”, nunca, nunca fazem greve.
Este ano o bônus foi bem gordo e Angústia foi às compras.
Os cortes de verbas repassadas às escolas conduziram à carência e à paralisação das atividades administrativas das Unidades Escolares (UEs).
Secretarias deixaram de emitir documentos simples devido à falta de papel sulfite e toner. As áreas comuns se tornaram verdadeiros chiqueiros por falta de material de limpeza; nem mesmo papel higiênico era encontrado.
A verba de manutenção, utilizada para dar um “tapa” nos horrorosos galpões escolares durante as férias, desapareceu. Ninguém sabe, ninguém viu.
As aulas retornaram do mesmo jeito que acabaram no ano anterior: “saunas” de aula sem ventiladores; paredes pixadas e sujas; carteiras e cadeiras quebradas
Insatisfação não deixou por menos. Mais de 3.300 salas de aula foram fechadas, colocando na rua 20.000 professores que laboravam de sol a sol em estado precário.
Milhares de professores efetivos foram obrigados a completar a jornada em até quatro escolas diferentes para poder pagar o aluguel e por comida na mesa.
Professores eventuais são obrigados a passar 16 horas de pé, amontoados em quadras de futebol a centenas, para angariar meia dúzia de aulas.
Desmaios e agressões são comuns, bem como o olhar de desprezo dos funcionários das diretorias de ensino. Salas de aula com 70 alunos, enfurnados em verdadeiros fornos, tornaram-se a regra.
Não há livros didáticos e mateiral de apoio em quantidade suficiente para atender à necessidade dos estudantes. (A apostila do Estado de São Paulo não conta. Criada às pressas em 2007 para despejar dinheiro público nas contas da Gráfica do Grupo Folha, nunca recebeu em oito anos uma púnica revisão. Ela é melhor utilizada para tapar as janelas quebradas.)
E a Sensação de Fracasso? Essa está como um pinto no lixo.
As notas dos Ensinos Fundamental e Médio permanecem teimosamente estacadas no mesmo ponto há vinte anos, Alheias a todas as tentativas de melhoria da educação pelo viés neoliberal; o tráfico atua livremente dentro das escolas, um mercado bastante rico e diversificado.
A violência entre alunos, professores e funcionários é cotidiana, tanto física quanto simbolicamente, fruto do modelo vigente que norteia o ensino público: a escola-prisão.
Atores escolares são lembrados diariamente, por todas as condições acima citadas, o que, aos olhos do Estado e da sociedade, são de fato: Lixo.
Não há outra interpretação. A Escola dos pobres não passa de uma prisão precária, destinada a mantê-los não apenas circunscritos à periferia, mas também marginais em em seu próprio futuro.
A invisibilidade dos professores da rede do Estado e o silêncio em relação ao tártaro da Educação deixa claro que tal postura não cabe apenas ao nosso Almirante do Tietê, mas também é norma entre a elite branca que desfilas em micareta fascistas e trabalha nas redações da grande mídia corporativa. Mas não há nada de novo nesse front.
Frente a essa situação, dezenas de milhares de professores reunidos no vão do MASP, no último dia 13 de março, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.
Cada pauta reivindicatória de nossa greve busca apontar na direção daquilo que nossa categoria entende ser fundamental e imprescindível se quisermos transformar a educação pública brasileira. Esta transformação não pode, em momento algum, ignorar a necessidade de valorização da nossa categoria, hoje tão precarizada quanto as escolas nas quais atua.
No entanto, a despeito do consenso nacional sobre a importância estratégica da educação de base para o desenvolvimento pleno de nosso país, fica claro que em todas as esferas governamentais – assim como nas ditas camadas sociais “superiores” — a situação desesperadora em que vivem os professores brasileiros é um tabu a não ser discutido na sala de jantar.
A precarização de nossa categoria, iniciada pelos golpistas de 64 e consolidada pelos economistas liberais da década de 90, estendeu-se para a periferização dos professores no próprio debate nacional sobre Educação.
Não participamos dos Conselhos Estaduais; não somos chamados para debates públicos ou consultas; Mesmo as univerdades públicas e seus professores, do alto de seus doutorados, tratam-nos com o mais absoluto desprezo: aos seus olhos somos os serventes de pedreiros na construção do edifício do saber.
Uma única noite entre os alunos que frequentam os cursos de licenciatura da FEUSP nos afoga em comentários de deboche com relação à docência.
A maioria deles encara a licenciatura como último recurso a ser utilizado, no caso de tudo o mais dar errado em suas vidas. Isso explica porque apenas 3% dos professores da Rede são egressos de universidades públicas.
Para a Casa Grande, aqueles que educam os escravos não têm absolutamente nada a oferecer. Devem ser silenciados para bem cumprir o papel de carcereiros da juventude preta e pobre da periferia.
Esse descaso ficou ainda mais evidente na última semana. Enquanto nossa greve cresce, fruto do trabalho de milhares de professores organizados nos comandos de greve, centenas de casos de assédio moral se espalharam pelas escolas como uma epidemia.
Dirigentes ameaçaram professores em seu legítimo direito de greve e professores eventuais foram constrangidos a entrar nas salas de professores grevistas.
A ordem da Secretaria é ignorar a existência da greve. Essa política absurda e autoritária foi evidenciada por nota da Secretaria, que afirma que “96% dos professores encontram-se em sala”.
Ora, essa é a taxa natural de presença dos professores em um dia letivo normal. É como se a greve simplesmente não existisse!
Tampouco é possível saber da greve pelos oligopólios midiáticos, aliados viscerais do tucanato paulista.
Na última sexta-feira, 40.000 professores pararam a Avenida Paulista e marcharam em direção à Secretaria da Educação. A Record tratava sobre a calvície; a Band ganhava pontos explorando a morte de um pobre trabalhador atingido por um relâmpago; da Globo, FolhaEstadão e SBT, sequer comentamos: sabemos bem o que esperar desse mato.
Nos portais de internet, todas as notícias se resumem a uma única nota: Professores querem mais aumento. Mais nada.
Cerca de 120.000 professores deixaram claro lutarão contra a este deplorável estado de coisas. Nossa luta vai além da recuperação salarial da categoria – essencial e necessária – e se aprofunda na destruição sistemática da educação-mercadoria em favor da escola pública, gratuita e de qualidade para todos. Magistério não é sacerdócio.
Queremos ser tratados como profissionais, trabalhadores que se orgulham do trabalho que fazem e que sabem ser fundamental para o sucesso escolar a construção de condições materiais favoráveis para que ele venha a criar raízes e florescer. Não lutamos apenas por nós, mas por todos aqueles que sonham e labutam pela construção de um ensino público de qualidade. Pedimos por isso o apoio de todas as forças progressistas que entendem ser a luta pela educação pública algo além de meras palavras vazias.
“Todo ano é a mesma novela”. Foram estas as palavras de Geraldo Alckmim, Governador do Estado de São Paulo, ao ser questionado sobre a greve dos Professores da Rede Estadual de Ensino. Não, governador. Não é uma novela. É um filme de terror. Um filme que o senhor dirige e projeta há vinte anos. Está na hora de mudarmos o rolo do filme. Por bem ou por mal. Ignorar-nos não será mais uma opção. Na luta.
*Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo.