quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O quentíssimo debate interno que precede as eleições no PT



publicado em 26 de outubro de 2013 às 17:36
BLOG O MURAL: Petistas chamam governo Dilma de ‘conservador’ e Temer de ‘sabotador’
Em encontro dos seis candidatos à presidência do partido, leilão do campo de Libra é condenado e as alianças, sobretudo com o PMDB, são questionada. Mas só o PT tem a coragem de propor e realizar debates internos para seus candidatos a presidentes.


Vera Rosa – O Estado de S. Paulo
Brasília – Críticas ao governo Dilma Rousseff, pregações contra a aliança com o PMDB e inconformismo com o leilão do campo de Libra marcaram o último debate entre os seis candidatos à presidência do PT, na noite de quinta-feira, em Brasília. O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) chegou a ser chamado de “sabotador” por um dos concorrentes e a administração de Dilma foi definida como “conservadora” e de “instabilidade” econômica.
Ao defender o governo e a parceria com o PMDB, o presidente do PT, Rui Falcão, ouviu vaias da plateia e até gritos de “pelego” vindos do fundo do auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde foi realizado o debate. Provável coordenador da campanha de Dilma em 2014, e candidato a novo mandato no PT, o deputado disse ter visto com “muita melancolia” os ataques à administração petista.
“Às vezes dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo”, afirmou Falcão, que acabou aplaudido. “Devemos defender o governo da presidenta Dilma e manter a aliança com o PMDB e com os outros partidos da coligação. Qual é a política de alianças que se põe no lugar dessa?”, indagou Falcão.
Revoltados, petistas se queixaram de Temer, do senador José Sarney, do governador do Rio, Sérgio Cabral, e do vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, todos do PMDB. “Não concordo com a proposta de retirar Filippelli da chapa do governador Agnelo Queiroz (PT)”, insistiu Falcão, favorito na disputa com o apoio da corrente Construindo um novo Brasil (CNB), majoritária no PT.
Para o deputado Paulo Teixeira (SP), candidato do grupo Mensagem ao Partido, é preciso fazer um “adensamento à esquerda” em eventual segundo mandato de Dilma e de outros governos petistas. “Não sou daqueles que quer isolar o PT, mas também não podemos dissolver o partido nas alianças”, reagiu Teixeira, que é secretário-geral da sigla.
“O vice-presidente da República é um sabotador e agiu contra o plebiscito da reforma política”, esbravejou Markus Sokol, candidato da corrente “O Trabalho”. “Agora vão de novo se agarrar ao órgão do PMDB para não deixar a coalizão naufragar?”
No auditório cheio de cartazes contra o leilão do pré-sal de Libra, o clima era de encontro estudantil, com torcidas organizadas, aplausos e vaias. A eleição que renovará o comando do PT está marcada para 10 de novembro, em todo o País, com voto dos filiados.
“Dilma privatizou rodovias, portos, aeroportos, o pré-sal e diz que não foi privatização. Não foi? Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o nosso petróleo. É um processo de pilhagem”, protestou Serge Goulart, candidato da “Esquerda Marxista”, que defendeu a reestatização de todas as empresas privatizadas.
“Você concorda em estatizar a livraria que você tem na rua Tabatinguera, em São Paulo?”, provocou Falcão, dirigindo-se ao colega, longe do microfone, com um sorriso irônico.
Piloto automático. Secretário de Movimentos Populares do PT, o deputado Renato Simões disse que a eleição de Dilma corre risco se o partido não sair do “piloto automático” na campanha. “Vivemos turbulências em junho e julho, o avião deu solavancos, subiu, desceu, agora a bonança voltou e acham que o piloto automático vai nos levar ao céu em 2014. Não será assim. Há uma crise internacional e o governo Dilma é de instabilidade econômica”, afirmou Simões, que concorre pela corrente “Militância Socialista”.
Na avaliação de Valter Pomar, candidato da “Articulação de Esquerda”, o PT precisa mudar de tática para a eleição presidencial. “Não basta estabelecer como objetivo reeleger Dilma. É necessário criar condições para que o segundo mandato dela seja melhor do que o primeiro, assim como fizemos com Lula.”
Embora a última pesquisa Ibope, realizada em parceria com o Estado, tenha indicado que Dilma venceria a disputa no primeiro turno, se a eleição fosse hoje, Pomar foi cauteloso: “Não nos iludamos com pesquisas. A campanha de 2014 vai ser duríssima.” Foi ovacionado.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O debate “Organizações Globo x Resto do Mundo”, onde o resto do mundo saí ganhando, ainda bem.



BLOG O MURAL: Tenho um método para assistir vídeos, especialmente os longos, para não perder fio da meada – quando algo me chama a atenção, não me concentro nela, preferindo anotar a altura em que ela se encontra e, depois de terminar a sessão, volto e vejo de novo o trecho, procurando o motivo de ele ter me chamado a atenção e reflito sobre ele. Foi assim que agi em relação a cinco pontos daquele já famoso debate Globo x Resto do Mundo e que se começou discutindo os rumos do jornalismo em tempos de emergência das mídias sociais e acabou se discutindo o que leva a mudanças em qualquer sociedade, ou seja, política. O vídeo esta no final do post.

Assim, vamos lá:

1. O “boi de piranha” – O primeiro ponto, na verdade, ficou meio espalhado depois do jogo realmente começar, no minuto 25 do vídeo. Foi por ali que Pedro Dória, o representante do Globo, fez aquela distinção entre jornalismo tradicional (que virou profissional, mas tanto faz) e o tal jornalismo engajado, e o Rafucko respondeu brandindo a “capa de bandido” do dia 17 de outubro.

A partir daí, o debate virou praticamente um “pega-para-capar” das Organizações Globo, com ataques indistintos ao Globo e à TV Globo. Muito justo, já que foram as OG é que se colocaram nessa posição de tomar pedrada por sua histórica demofobia, mas não o suficiente. O problema, a meu ver, é que outros deveriam ter tomado cacete e nem foram lembrados.

Dentre esses injustamente esquecidos pela ira dos debatedores engajados destacam-se os jornais de São Paulo e, em termos de mídia impressa, eles são muito mais perigosos que O Globo e mesmo que a Veja, a qual hoje ninguém com QI maior do que o de uma ameba retardada leva a sério. O Estado e a Folha são mais perigosos do que O Globo, a meu ver, porque, mesmo sendo tão reacionários quanto ele, disfarçam a demofobia bem melhor por serem editados com muito mais competência.

Exemplo é a própria capa de 17 de outubro. É inimaginável que o Estadão colocasse uma capa tão grosseira quanto aquela e a Folha…Bem, essa nem cogitaria, já que parte importante do seu marketing, desde 1984, é se dizer plural. Os paulistas são mais sutis em seus ataques – usam punhais em vez de espadas. Assim, preferem manipular as informações escamoteando-as e não distorcendo-as claramente. Três exemplos tirados dos últimos 14 dias mostram essa maneira sub-reptícia – dois do Estado de São Paulo (aqui e  aqui) e outro da Folha (aqui).

Aliás, o último exemplo mostra porque considero o jornal dos Frias o mais perigoso dentre todos os veículos impressos no plano de ataque às aspirações de aperfeiçoamento da democracia no país. É que a Folha pratica o jornalismo “moonwalker” – parece que está indo para frente, mas, na verdade, vai para trás. A existência de um ombudsman (no caso atual, uma ombudswoman) apenas chancela a ilusão, como se pode ver no próprio texto publicado no jornal – traduzindo a resposta da redação, esta diz que estava certa, avisa que vai continuar manipulando informação como no caso denunciado e que se a ombudswoman não gostar, coma menos.

2. Dubiedade ninja – Já tinha acontecido naquele debate no Roda Viva (aqui), mas deixei passar porque, no campo adversário, sob clima hostil, a gente faz o que pode e nem sempre se sai muito bem. No debate do youpix, porém, o campo e a torcida eram a favor e ainda assim o representante ninja mostrou uma dubiedade preocupante, no caso sob a questão da violência x democracia.

Dubiedade essa que nem se mostrou num momento muito complicado – ocorreu quando uma menina do público fez uma pergunta simples, direta e óbvia: por que o MJ concordava que jornalistas das OG tomassem porrada dos manifestantes , mas condenava que a PM porrasse os manifestantes? O ninja, depois daquele papo que o MJ é uma plataforma aberta e coisa e tal, disse que era contra essa violência, pero no mucho, pois os manifestantes teria legitimidade de baixar o cacete em quem usasse o crachá da Globo.

A dubiedade ficou exposta claramente pelos comportamentos de dois dos debatedores. Esse foi o único momento, a partir dos 25 minutos, que o Pedro Dória saiu da defensiva ao pontar a contradição e mandar de novo o argumento de que os manifestantes estravam tentando “calar uma voz” de maneira antidemocrática. Já o Rafucko tratou de saltar de banda e afirmar, com todas as letras, que era contra qualquer tipo de violência e mandou até uma letra de que defendia um “estado de paz”. Deixou assim o pobre do ninja segurando sozinho na broxa da violência contra a liberdade de expressão. Foi uma manobra esperta e não dá para condená-la – em política, como diria o Droopy, aquele cachorrinho de desenho animado, vale a “leeei do Oeste!”.

3. Democracia ou não? – Rafucko saiu-se bem no item 2, mas também deu mole quando disse que o Brasil não vive um democracia. Seu argumento até é muito bom – se quem mora em favela não é considerado cidadão pelas instâncias do Estado, não há democracia plena – e o exemplo, do Caso Amarildo é ótimo, mas a conclusão…

Só para ficar no caso citado no debate, é só comparar a dimensão que tomou o martírio de Amarildo com o Caso Marli. Em 1979, Marli Pereira Soares, contando apenas com sua coragem e uma ajuda apenas razoável do Jornal do Brasil (a cobertura dos outros não conta de tão ruim), denunciou PMs que mataram seu irmão e, literalmente, enfileirou uma batalhão inteiro para fazer o reconhecimento dos assassinos – e o fez. Nada sequer comparável à mobilização social que levou ao indiciamento de 25 PMs pelo assassinato de Amarildo.

Houve uma salto de qualidade no desenvolvimento político do Brasil e negar , comparando a situação atual à de uma ditadura de verdade… Bem, é uma tremenda bobagem, para dizer o mínimo. Que foi também aproveitada pelo Pedro Dória, mas não tão bem quanto pelo Rodrigo de Almeida, do IG.

Ah! Quem quiser saber como foi o Caso Marli pode ler o depoimento dela no livro “Marli Mulher: tenho pavor de barata, de polícia não” – está bem baratinho, por exemplo, aqui.

4. Globo sem passaralho – A essa passagem voltei só pra rir. O ninja disse que os veículos da mídia tradicional vêm realizando passaralhos (no jargão, demissões em massa de jornalistas) por estarem perdendo assinantes – e, consequentemente, dinheiro – devido à cobertura distorcida das pautas populares (isso quando cobre, claro), e o Pedro Dória interrompeu afirmando que no Globo passaralho não ocorrera. É verdade, mas ele não disse o porquê – a razão é que o pessoal está pedindo demissão antes de ser mandado embora. A prática já vinha acontecendo há algum tempo, mas atingiu um novo patamar após o 17 de outubro – há casos de gente mandando email para lista de amigos a fim de pedir indicação para qualquer emprego porque o mal-estar de trabalhar no jornal se tornou insustentável.

5. O abraço – Depois que a moça de vestido framboesa (aquela cor não é vermelho, ok?) deu por encerrado o debate e enquanto a plateia se retirava, o ninja caia fora imediatamente e Rodrigo de Almeida, Alexandre Inagaki e David Butter, o mediador, batiam um papo, Rafucko e Dória trocaram um abraço fraternal ao fundo. Bacana. Como diria Charles Brown, essa atitude deve ter significado algo, só não sei o quê.

Por fim, um comentário pós-divulgação do vídeo. Muita gente elogiou o Pedro Dória pela coragem de ter ido colocar a cara a tapa no debate. Concordo, foi corajoso, só que… Ah! Esse ceticismo ainda acaba comigo… Se ele foi convidado diretamente, na versão CPF, não teria como deixar de ir sem expor o jornal – e isso muito provavelmente teria sido discutido com a chefia de redação em férias, por telefonema internacional – mas nem creio que o convite tenha sido realizado assim. O mais provável é que tenha sido enviado ao CNPJ, ao Globo, e este escolhido o Dória para representá-lo, por três motivos: é editor-executivo; dentre estes, um dos que interage bem com o seu semelhante; e o único que pode ser apontado como especialista em mídias sociais, tendo até uma coluna semanal sobre o mundo digital. A missão, pela lógica, teria que ser confiada a ele – e, nas Organizações Globo, vale a máxima bopiana: “missão dada é missão cumprida”.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O melhor lugar do mundo para ser mulher


No commercial use.  Credit "European Parliament/Pietro Naj-Oleari"

BLOG O MURAL: Via DCM. Um estudo anual divulgado nesta sexta-feira pelo Fórum Econômico Mundial aponta que a desigualdade entre homens e mulheres diminuiu na maior parte dos países do mundo.
A pesquisa Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero 2013, que analisou 136 países, concluiu que 86 deles apresentaram melhoras na desigualdade de gênero em relação ao ano anterior.
No entanto, as mudanças são lentas, salienta à BBC Saadia Zahidi, principal autora do relatório.
Pelo quinto ano consecutivo, a Islândia foi considerado o país mais avançado em termos de igualdade entre homens e mulheres. Em seguida vêm Finlândia, Noruega e Suécia.
Segundo Zahidi, os países nórdicos continuam sendo exemplo porque têm uma longa história de reconhecer e investir no talento individual.
“Tratam-se de economias pequenas, com populações pequenas. Eles reconhecem que o talento importa e este talento está nos homens e nas mulheres”, afirmou Zahid.
O Brasil ficou em 62º lugar no ranking, a mesma posição do ano passado.
O relatório destaca os avanços da Nicarágua, que veio em 10º na listagem e foi considerado o país mais igualitário das Américas.
O país foi elogiado pelo “empoderamento político das mulheres”. Os Estados Unidos chegaram na 23ª posição.
O relatório aponta grandes avanços na redução de desigualdade em quesitos como acesso a saúde e a educação. Vinte e cinco países foram apontados como fornecedores de oportunidades igualitárias para meninos e meninas no quesito educação.
A igualdade econômica apresentou um cenário mais desfavorável, em que a diferença entre gêneros diminuiu apenas em 60%.
Tanto em países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento, a presença da mulher em posições de liderança na área econômica ainda é limitada.
Apesar de as mulheres tenham obtido ganhos em termos de representação política, de 2% neste ano, a brecha entre gêneros diminuiu em apenas 21%.
Ainda segundo Zahidi, desde que o Fórum Econômico Mundial começou a elaborar o relatório, há oito anos, 80% dos países fizeram progressos.
“O preocupante é que 20% dos países não avançaram ou estão regredindo”, acrescentou.
Os países do Oriente Médio e do norte da África foram as únicas regiões que não mostraram avanços no ano passado, com o Iêmen ocupando a última posição no ranking.
A divulgação do relatório coincide com a conclusão de uma temporada de reportagens da BBC em mais de 20 línguas e em variadas plataformas de mídia sobre a situação de mulher hoje no mundo.
Nesta sexta-feira, 100 mulheres de destaque em várias áreas estão reunidas na sede da corporação para um dia de debates sobre as conquistas e os desafios da mulher do século 21.
Publicado originalmente na BBC Brasil.

domingo, 27 de outubro de 2013

Nordeste receberá maioria dos profissionais na 2ª etapa do Mais Médicos



BLOG O MURAL: Quatorze profissionais estrangeiros ficaram de recuperação no segundo curso de acolhimento

Lígia Formenti - BRASÍLIA
Quatorze profissionais estrangeiros ficaram de recuperação no segundo curso de acolhimento do Mais Médicos. Eles fizeram a prova na sexta, tiraram nota inferior a cinco e agora terão de fazer um reforço de duas semanas. No início da manhã deste sábado, começou a operação para transporte dos 1.947 profissionais aprovados na prova da segunda etapa do Mais Médicos feita ontem. Outros 220 serão avaliados hoje. 
Os médicos formados no exterior aprovados no curso serão transferidos, até terça, para capitais de todos os Estados do País para mais uma semana de capacitação. A partir de 4 de novembro, começam a atuar em 783 municípios escolhidos pelo Ministério da Saúde. 
A lista das cidades que serão contempladas na segunda etapa do programa foi divulgada nesta manhã. Para o Nordeste, serão enviados 928 profissionais. O Sudeste receberá 517 médicos e o Norte, 358. A região Sul receberá 244 e a Centro-Oeste, 120. A maior parte dos municípios escolhidos está na região Nordeste: 432 receberão profissionais. Em seguida, vem o Norte, com 141 cidades escolhidas, Sudeste, com 100, Centro-Oeste, com 36 e a Sul, com 74. 
O programa tem até o momento 1.499 profissionais em atividade: 819 brasileiros e 680 estrangeiros. Municípios inscritos no programa requisitaram a contratação de 12 mil profissionais. A expectativa do governo é atender toda a demanda até março.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bomba! Mais um escândalo de corrupção no governo Alckmin!


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BLOG O MURAL:  Enviado por  via blog ocafézinho.com 
O Cafezinho vem investigando uma série de indícios de irregularidades que estariam ocorrendo há anos no interior de uma das maiores estatais de São Paulo, a FURP, o laboratório farmacêutico oficial do Governo do Estado.
Segundo diversos funcionários contatados pelo blog, há uma crescente indignação interna com os desmandos, corrupção e negligência no órgão. Finalmente, os funcionários conseguiram se organizar e enviaram uma carta-denúncia ao Ministério Público, reunindo todos os indícios e evidências de corrupção que conseguiram obter.
Caso essas irregularidades sejam comprovadas, falamos em desvios de centenas de milhões de reais, praticados sistematicamente ao longo de muitos anos.
Considerando que Geraldo Alckmin é médico, e que o maior problema do Brasil, segundo todas as pesquisas, é a saúde pública, temos aqui um escândalo que pode atingir proporções bíblicas e não apenas comprometer a reeleição do atual governador, como respingar na campanha presidencial de 2014, atingindo Aécio Neves.
Os funcionários criticam não apenas a ocorrência de desvios; a gestão do órgão também é duramente questionada: “poucos produtos estão sendo produzidos atualmente e, o mais grave, estão obsoletos. A Furp está totalmente ultrapassada na sua linha de produtos em relação ao mercado.”
Os funcionários que fizeram a denúncia, todavia, não têm motivação política. Ao contrário, tudo que desejam é uma gestão ética e competente, independente de quem seja o partido no governo.
Neste link, você poderá ler a Carta de Encaminhamento ao Ministério Público, assinada apenas como “Funcionários do FURP”, na qual eles pedem às autoridades competentes que investiguem as irregularidades no órgão.
Trechos da carta:
“Estamos encaminhando em anexo uma denúncia contendo indícios e evidências de corrupção que estão ocorrendo há muito tempo na Fundação para o Remédio Popular – Furp. Esse documento é uma pequena amostra da situação em que a Fundação se encontra. Muitas outras irregularidades estão ocorrendo. (…) Pedimos, de uma vez por todas, que esses diretores, assessores e o superintendente sejam afastados e que sejam feitas investigações completas nas contas da empresa, em todos os contratos e também na parte técnica. Com base nos resultados, que os responsáveis sejam púnicos e suas ramificações espalhadas pela Furp também sejam identificadas e providências sejam tomadas.
(…) Chega a ser espantoso o descaso do Governo do Estado de São Paulo com a situação da Furp. Suas contas não são avaliadas, sua gestão não é aprimorada e se chegou ao ponto que está.
(…) Queremos a Furp de volta. Queremos bons administradores. Queremos voltar a ter orgulho de trabalhar em uma fundação que contribui para a melhoria da saúde da população. Queremos voltar a trabalhar com dignidade e sermos respeitados como profissionais. Esta empresa não é dos políticos e seus comparsas. Esta empresa é
do povo.”
Neste outro link, você encontrará a íntegra do relatório escrito pelos funcionários, reunindo todos os indícios de superfaturamento, corrupção, licitações fraudulentas e negligência, no interior da FURP.
As denúncias envolvem algumas fornecedoras de serviços e equipamentos à Furp, como a Docprint, a Power Segurança e Vigilância, a RV Consult Transportes e Logística, a Convida, a Provence Construtora, e a Guima Conseco.
Os nomes que podem estar envolvidos em desvios, segundo a denúncia dos próprios funcionários, são os seguintes:
“O assessor técnico Gustavo Alexandre de Oliveira tem como papel principal na Furp defender os interesses das empresas privadas que querem fazer negócios na Furp. É ele quem recebe os fornecedores em sua sala, articula as áreas responsáveis e fecha os contratos (porém não assina). Depois disso, ele também é responsável por garantir o pagamento ao fornecedor.
É necessário urgentemente afastar esse assessor e toda a direção da Furp e investigar as possíveis propinas que eles estejam recebendo. Além dele, existem outros funcionários contribuindo para isso, a saber: Damião Amaral da Silva, recém diretor administrativo, Valmir Nogueira de Lima, gerente de vendas (contrato da RV), Antonio Nogueira Sobrinho, assessor de engenharia, entre outros que podem estar sendo beneficiados com esses contratos milionários.”
As denúncias envolvem todo o tipo de mutreta imaginável num órgão público: superfaturamento de serviços prestados, fraude em licitações, serviços pagos e não realizados, negligência criminosa. A relação de problemas listada pelos funcionários, segundo eles, é apenas uma amostra. Some-se a tudo isso,  a falta de respeito para com os funcionários, que recebem alimentação de qualidade duvidosa, não participam dos debates sobre planos de carreira, e sofrem com uma estrutura cada vez mais precária.
Todos os anexos citados na denúncia estão aqui. São documentos internos da FURP (relatórios, licitações, contratos, fotos das obras não executadas, etc), obtidos com exclusividade pelo Cafezinho.

- See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/10/17/bomba-mais-um-escandalo-de-corrupcao-no-governo-alckmin/#sthash.WdG2JBju.dpuf

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Professor aluno: “O conhecer fazendo”

Fotos: arquivo pessoal: Professor Uras de Oliveira e alunos do Pádua



BLOG O MURAL: Projeto instalação de projetor no teto e som ambiente na sala de informática.
Coordenação: Professor Urias de Oliveira. Colaboração: alunos Bruno, Polyana, Vitor, Jeniffer, Lucas, Jhonatan, Rafael todos da Escola António de Pádua.

Foram quatro terças e duas quintas-feiras nos meses de agosto, outubro e novembro, dias da semana que o professor Urias que coordenou o projeto não tem aula, e, se dispôs juntamente com os alunos a fazer este trabalho, o equipamento foi adquirido pela Direção escolar.  O projeto elaborado pelo professor foi aceito de muito bom grado pela direção que estava com os equipamentos de imagem e som sobre uma mesa escolar dentro da sala de informática, totalmente improvisado, correndo o risco de cair e quebrar, afinal os alunos ficavam próximo dos equipamentos. Com a instalação do projetor de imagem no teto elimina-se este risco. Já a sonorização da sala foi uma indicação do professor Urias para que a caixa acústica usada como som ambiente fosse trocado pelo amplificador, e com quatro caixas sendo distribuída pela sala, isso auxilia na audição dos alunos e também na estética do ambiente, facilitando assim o manuseio dos equipamentos pelos docentes, dando uma qualidade a mais nas apresentações em PowerPoint dos professores e alunos, e também nos projetos de vídeos aulas que é ministrada por professores da escola. 

   “O conhecer fazendo”

Segundo o professor Urias: “O maior prazer é ver seus alunos engajados no processo de construção do conhecimento. Isso só é possível se tiver direção e coordenação prontas a entender as mudanças necessárias para a vida escolar, muitas vezes é fundamental compreender que em algumas coisas será fundamental ceder para mais adiante ganhar, e muito, com os novos conceitos educacionais”.
“Por isso, entendo que para a construção de conhecimento, um bom instrumento é a divisão de tarefas, organização de informações, produção em grupos, entre outros atributos oriundos do ‘conhecer fazendo’. Sendo assim, não poderia deixar de fazer um projeto envolvendo toda a escola e que beneficiaria não só o professor, mas, sobretudo, os alunos que terão um conjunto de equipamentos sempre pronto a atendê-los em seu conhecimento. Não é nem de perto a ponta da tecnologia que hoje existe no mundo, mas é com certeza algo que eles ainda não tinham visto em sua escola, assim, a instalação foi também comemorada pelos discentes, mais até, que os docentes”.
Continua o Professor: “Outro fato importante a ser relatado, é a interatividade entre professor aluno, pois ao mesmo tempo em que ensinamos estamos apreendendo com eles, ao ponto de chegarmos ao finalmente da instalação com todos os alunos empenhados em ver o funcionamento, a ansiedade é tanta que eles não querem deixar nada para depois, querem fazer tudo no imediatismo, como é nos jogos de vídeo games. Assim são os alunos de hoje, querem um saber que seja prazeroso”.
“Fiquei impressionado com as habilidades de alguns alunos, que em sala de aula não conseguia ver, por isso se avalia um aluno no seu todo e não só nas habilidades em classe, enfim, esse é um projeto curto que pode mostrar que eles podem e devem participar do processo de aprendizagem, não como mero espectador, mas como o ator principal deste processo do apreender”.      


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

BOLSA FAMÍLIA VENCE PRÊMIO ISSA, O NOBEL SOCIAL

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Governo vai autorizar a migração de rádios AM para FM.

BLOG O MURAL: Boa noticia para nossa cidade governo vai autorizar em novembro migração de rádios AM para FM, diz Ministro Paulo Bernardo

 Agência Brasil

Rio de Janeiro – A velha e boa rádio AM vai ganhar novo fôlego no Brasil, com a migração das emissoras para a faixa FM. Como nenhum aparelho eletrônico moderno, incluindo os celulares, recebem o sinal AM, as rádios que operam nessa faixa estavam perdendo público velozmente, principalmente entre os mais jovens, disse hoje (14) o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante a 43ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão, que este ano ocorre no Rio de Janeiro.
Paulo Bernardo disse que a digitalização do rádio, assim como vem acontecendo com a TV, ainda não tem um modelo que definitivamente sirva ao Brasil. “O que nós vamos fazer ainda este ano é autorizar as rádios AM se transformarem em rádios FM. Uma das pressões que temos para fazer o rádio digital é que a qualidade do rádio AM está caindo, principalmente nos grandes centros urbanos. Isso prejudica muito a audiência. A juventude, por exemplo, nem ouve mais rádio AM”, declarou.
Bernardo informou que já foram feitos estudos que apontam viabilidade para a migração. “Com a digitalização da TV, nós temos os canais 5 e 6 [liberados], onde cabem muitas rádios. Nós estamos fazendo uma solução que é importante, que é autorizar rádio AM para a faixa de FM. Isso vai ser assinado em novembro, que tem o Dia do Radialista [comemorado em 7 de novembro.]”
O ministro disse também que o desligamento do sinal analógico para os antigos aparelhos de televisão, chamado de switch off, ocorrerá no primeiro semestre de 2015, mas que o cronograma ainda está sendo acertado com as emissoras. Segundo Bernardo, não haverá, contudo, prejuízo para o público, pois o governo vai facilitar a aquisição dos aparelhos necessários para converter o sinal digital para as televisões analógicas.
O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, explicou que, com a futura liberação do espectro de 700 mega-hertz (MHz), onde hoje operam as televisões analógicas, parte desse espaço será ocupado pelas rádios AM.
“Hoje a faixa de frequência do FM atual vai de 88 MHz a 108 MHz. Os canais 5 e 6 vão de 76 MHz a 88 MHz. É o que agente chama de faixa contígua ao FM. O decreto conterá que nos municípios onde tem outorga e todas as AM cabem no espectro atual de FM elas migram automaticamente e devolvem sua frequência AM para o governo. E nas emissoras que vão para os canais 5 e 6, elas começam a operar e terão um prazo de transmissão simultâneo até cinco anos”, explicou.
O presidente da Abert disse ainda que, para garantir que os novos rádios possam captar essa faixa extra de FM, o governo deverá editar uma portaria obrigando todos os receptores produzidos no Brasil já virem com atualização do software para a faixa estendida.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

É mais grave do que se imaginava



BLOG O MURAL: A cada nova revelação sobre o esquema de formação de cartel que atuou no Metrô e na CPTM, em diversas administrações tucanas no governo de São Paulo, fica evidente que estamos diante de uma das mais graves denúncias de corrupção de que se tem registro - tanto pelo volume de recursos que foram desviados, segundo as investigações, quanto pelo envolvimento de autoridades públicas. Por isso, é preciso que a imprensa e a Justiça tratem o escândalo - que voltou à tona após delação da Siemens, uma das principais integrantes do cartel - de forma proporcional à sua dimensão, e não como um desvio de menor importância.

A revista "IstoÉ" trouxe novos detalhes sobre o esquema: a conexão franco-tucana. De acordo com as investigações da Polícia Federal e de procuradores, o propinoduto do PSDB que atuou na área de trens e metrô nos governos de Geraldo Alckmin e José Serra começou a ser desenhado ainda na gestão de Mario Covas, mas no setor de energia. Os investigadores apontam que a principal semelhança entre os esquemas, o que comprova sua interligação, é a forma como executivos da multinacional francesa Alstom pagavam propina a políticos e a pessoas com influência nos governos tucanos. Eles usavam empresas e contas bancárias em paraísos fiscais, consultorias de fachada e fundações - triangulações para apagar os rastros do dinheiro.

Mesmo antes dessa revelação, a gravidade e a extensão do propinoduto já estavam bem claras. A estimativa da PF e dos procuradores é de desvios da ordem de R$ 425 milhões de dinheiro público. Um absurdo. Mas também absurdo foi o tratamento que a investigação recebeu da grande imprensa. Com exceção da "IstoÉ", que em uma série de reportagens conseguiu expor a rede de interesses políticos que se beneficiou do propinoduto, os outros órgãos de comunicação se revelaram cínicos ou excessivamente tímidos na abordagem do caso.

Mal registraram a existência da investigação e só o fizeram quando forçados pelos fatos. Mas, ainda assim, dando mais espaço às insuficientes explicações do governo paulista do que às acusações em si. Os tímidos publicaram reportagens com revelações importantes sobre o esquema tucano, para que, à primeira vista, parecesse que estão cumprindo seu papel. Mas falharam em mostrar que esse escândalo não é apenas mais um episódio de corrupção descoberto Brasil afora. Ao que tudo indica, foi um dos maiores e um dos mais duradouros, tendo ocorrido no Estado mais rico do país, governado há 20 anos pelo PSDB.

O caso ainda está sob investigação? Sim, ninguém está pedindo uma condenação antecipada, como a mídia fez tantas vezes em relação a outros políticos e partidos. Mas não é por isso que não deve ser destacado que o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), ex-secretário estadual de Energia, foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de corrupção passiva no inquérito que apura se, na década de 1990, a Alstom subornou políticos e servidores para obter vantagens em contratos com empresas do setor elétrico e de transporte controladas pelo governo paulista.

Indiciar significa acusar formalmente. Dar o devido destaque a essa notícia não é o mesmo que condenar antecipadamente o tucano. É reservar à notícia o espaço proporcional à sua importância no debate público. A mesma importância, aliás, que merece o registro de que Matarazzo e outros dez indiciados no mesmo caso tiverem o sigilo bancário quebrado por decisão da Justiça, para apurar se eles mantiveram contas bancárias no exterior entre 1997 e 2000.

Os órgãos de investigação estão cientes da gravidade do escândalo que têm em mãos. Resta saber se a imprensa vai acordar - e ver como a Justiça vai se comportar quando as apurações estiverem concluídas. Cabe a essas instituições garantir que um escândalo de tal magnitude não fique impune.

José Dirceu, advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT
No 247

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O domínio do Congresso pelo poder econômico


LEGISLATIVO
BLOG O MURAL: Poder econômico investe no Congresso e pode encolher bancada de trabalhadores
Diap alerta sobre movimentação de empresários, ruralistas, evangélicos e celebridades para ocupar cadeiras no Parlamento; e para o risco de bancada dos trabalhadores encolher
por Hylda Cavalcanti, da Rede Brasil Atual, última modificação 09/10/2013 18:33, sugerido pelo FrancoAtirador
Brasília – Os próximos 12 meses são de observação e cautela por parte dos representantes dos trabalhadores no Legislativo.
Será necessearia uma forte articulação entre partidos e entidades diversas (como os sindicatos), com apoios aos parlamentares que representam os trabalhadores, para que o tamanho dessa bancada não fique cada vez menor na Câmara dos Deputados e no Senado.
As bancadas dos evangélicos e do empresariado se preparam para voltar renovadas e em número bem maior no pleito de 2014.
A partir de avaliações preliminares de um estudo que ainda está sendo elaborado, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) estima que a Câmara nas próximas pode passara por uma renovação só vista anteriormente em 1990, da ordem de 61% dos seus componentes.
No caso do Senado, a renovação também acontecerá, mas não de forma tão expressiva – uma vez que é levado em conta o mandato de oito anos dos senadores.
Esse percentual de mudança da Câmara na próxima legislatura seria decorrente de vários fatores. Um deles é o fato de costumar ser de, em média, três a quatro legislaturas o período de mandatos consecutivos dos parlamentares – e muitos já estão concluindo este período.
Em segundo lugar, porque muitos dos deputados e senadores da atual legislatura que são mais empenhados em defender os trabalhadores foram justamente os que tiveram dificuldades de obter votos suficientes nas últimas eleições, ficando em suplências e assumindo suas vagas depois do afastamento de algum outro parlamentar.
Há, ainda, os deputados que tendem a realizar uma campanha difícil em 2014 e podem não mais voltar – uma vez que não obtiveram boa quantidade de votos nas últimas eleições.
Reforma política
Na avaliação do líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), o diagnóstico do Diap “só realça o quanto é importante uma reforma política e eleitoral no país”.
“Tivemos, nos últimos anos, uma tentativa de fazê-la, mas é difícil a população entender a diferença de uma reforma política, inclusive para que possam ser feitas as outras reformas. Temos um modelo que permite a compra de mandatos, especialmente para o legislativo”, critica o ex-governador do Piauí, com origem no movimento sindical bancário.
“Por conta disso não se valorizam os programas de cada legenda. Esse modelo é autofágico, do ponto de vista dos partidos. Um candidato do mesmo partido cria uma disputa violenta com o seu correligionário e precisa enfrentar, ainda por cima, a distorção do financiamento de empresas que escolhem os parlamentares que vão ajudar a eleger.”
O senador considera que quanto maior o número de parlamentares que forem eleitos pela força do dinheiro, mais esse tipo de procedimento vai influenciar as legislaturas seguintes, caso nenhuma medida venha a ser adotada pelo próprio Legislativo nos próximos anos.
Insatisfação
“Os partidos, interessados nos recursos do fundo partidário e na ampliação da propaganda eleitoral gratuita, ambos calculados com base no desempenho para a Câmara, têm priorizado o recrutamento de quadros e lideranças com o objetivo de aumentar suas bancadas de deputados federais. Além disso, as manifestações de junho e julho de 2013 demonstraram a insatisfação com a atual representação política, cuja imagem está muito negativa”, afirmou o analista político Antonio Carlos Queiroz, do Diap.
Para Queiroz, essa imagem ruim se dá tanto por conta dos escândalos de corrupção, quanto pelo fraco desempenho parlamentar no atendimento da agenda de matérias legislativas a serem votadas.
Além disso, é prática corrente dos principais meios de contribuir, com seu noticiário, para a formação de uma espécie de senso comum negativo sobre a política e os políticos.
Enquanto isso, representantes de grandes bancadas, apoiadas por setores econômicos fortes, como a dos evangélicos, do empresariado e dos ruralistas, preparam-se para voltar ampliadas na próxima legislatura.
Conforme a avaliação de Antonio Carlos Queiroz, se não houver uma grande articulação das entidades sindicais, a bancada que defende os trabalhadores no Legislativo correrá o risco de ficar pequena diante de deputados e senadores menos comprometidos com a questões trabalhistas e causas sociais.
“Essa perspectiva é preocupante”, acentua Queiroz, que acredita que o que mais vai pesar neste cenário é o número de desistências, por parte dos atuais parlamentares, de tentar a recondução ao Congresso.
É que tem sido grande o número de deputados e senadores anunciando que não deverão se candidatar nas próximas eleições, em função do desgaste provocado pelo período de campanha, os altos custos e as incertezas sobre retorno ou não ao Legislativo.
Fazem parte deste último item a líder do PCdoB na Câmara, Manuela d’Ávila (RS) e os deputados Tiririca (PR-SP) e Alexandre Cesar (PT-MT). Tiririca – cuja votação expressiva ajudou a encorpar o quociente eleitoral da coligação da qual o fazia parte também o PT – é lacônico ao dizer que não gostou do parlamento e precisa retomar sua carreira artística.
Já Manuela, almeja uma candidatura a deputada estadual.
Oficialmente, ela explicou que sua intenção é devolver ao seu estado a experiência acumulada nos dois mandatos em Brasília, mas entre pessoas próximas, os comentários são de que a líder do PCdoB estaria cada vez mais decepcionada com o ritmo de trabalho do Congresso, que considera desgastante.
“Está na hora de trabalhar mais no Rio Grande do Sul”, ressalta, quando perguntada sobre o assunto.
O deputado Alexandre Cesar (PT-MT), que assumiu numa vaga como suplente e desde janeiro passado – com a posse do deputado Nilson Santos (PMDB) como prefeito do município mato-grossense de Colíder – tornou-se efetivo no cargo, foi outro a anunciar que não quer mais disputar.
“Pretendo investir na minha carreira acadêmica e no meu escritório de advocacia. Sou procurador de Estado e já tenho dois mandatos no Congresso. Para mim, está bom”, enfatizou.
“Acho que vem por aí, nas próximas eleições, muita celebridade e pessoas ligadas às igrejas, à área de segurança e a setores mais conservadores”, avalia o analista do Diap.
Segundo Queiroz, o esforço de setores da indústria e do empresariado, bem como evangélicos e ruralistas no pleito de 2014 pode vir a ser pesado.
“A cada legislatura esse pessoal vem com maior participação e se os trabalhadores não tiverem clareza disso desde logo, as bancadas sindicais vão sofrer um efeito oposto ao deles”, alerta.
A perspectiva já começa a preocupar os parlamentares dos mais diversos partidos.
“A bancada dos trabalhadores já é muito pequena e se perdermos mais parlamentares na próxima legislatura será o caos. Os sindicatos do Brasil inteiro precisam se articular, as categorias precisam defender candidaturas de nomes importantes dentro do Congresso”, diz o deputado Paulinho (SP), da Força Sindical e criador do recém-fundado partido Solidariedade.
“O que estamos vendo é fruto de como o Brasil tem seguido nos últimos anos, já que o prestígio da política nesse país é cada vez mais desesperador”, ressaltou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), cuja primeira legislatura na Casa começou em 1979.
“Aqui temos corrupção no Judiciário, no Executivo, na iniciativa privada, sem falar entre os parlamentares. Não temos notícia de milionário que tenha ido até hoje para a cadeia no Brasil e políticos corruptos que foram condenados mais de 20 vezes, nunca receberam sentença definitiva. Essa situação traz um desencanto com a política para os jovens e para profissionais sérios e renomados que poderiam dar grande contribuição para a vida política brasileira, mas não querem se candidatar a nada”, diz Simon.
Renovações altas
Atualmente, a bancada de representantes dos trabalhadores é formada no Congresso por 91 parlamentares. Destes, 83 são deputados e oito, senadores. Nos últimos anos, a taxa de renovação de parlamentares oscilou entre 43,86% (em 2008) e 44,25% (em 2010), só ficando mais alta anteriormente, nas legislaturas de 1990 (quando a troca de deputados e senadores foi de 61,82%) e de 1994 (quando foi de 54,28%).
Considerada “peso pesado” neste processo, a bancada evangélica anunciou, por meio de seus deputados, que pretende duplicar o número de pastores nas candidaturas a uma vaga na Câmara e Senado.
A perspectiva é do grupo é passar a contar com cerca de 140 parlamentares na próxima legislatura.
Por conta dessa preocupação, os evangélicos têm discutido entre si, nas últimas semanas, formas de evitar que entrem no Congresso, como representantes destas igrejas, deputados e senadores com problemas na Justiça e com a Lei da Ficha Limpa.
O objetivo seria evitar desgastes perante a opinião pública, uma vez que hoje, dentre os 73 parlamentares evangélicos, 23 respondem a algum tipo de processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também teria pesado, perante a bancada, o fato de um dos seus integrantes ter sido o deputado Natan Donadon (sem partido – RO), que hoje cumpre pena no presido da Papuda (DF) depois de ter sido condenado pelo STF por formação de quadrilha e fraude em licitações no seu estado.
“Estes cuidados estão sendo tomados por eles nas próximas eleições de forma detalhada e imagino que o pessoal não estará para brincadeira em 2014”, avalia o analista legislativo e cientista político Arthur Fernandes.
“Todos os partidos têm buscado, de uma maneira geral, ter evangélicos nos seus quadros, de olho no crescimento destas religiões e no público que despertam”, explica o cientista político Alexandre Ramalho.
De acordo com o senador Pedro Simon, as igrejas que arregimentam líderes para serem candidatos, com raras exceções, “são praticamente entidades comerciais, porque fazem campanha como se estivessem oferecendo um produto”.
Em relação à bancada empresarial, que em 2010 registrou bom crescimento dos seus representantes na Câmara dos Deputados, a perspectiva é de que o número venha a ser ampliado.
A bancada formada pelos empresários reúne, na atual legislatura, 45% do total da Câmara e do Senado e foi aumentada, do período entre 2008-2010 – quando eram 219 seus integrantes – para 273 integrantes na legislatura que vai de 2011 até janeiro de 2015.
Os deputados e senadores desse grupo são donos de grandes, médias ou pequenas empresas, acionistas ou quotistas de conglomerados econômicos, comerciantes.
Com muita disposição e condições, portanto, de arcar com os custos de uma campanha.
Informações de diretórios partidários do PT, PSB e PDT dão conta de que a estimativa de custo que está sendo feita para uma campanha a deputado federal em 2014 é de, em média, R$ 5 milhões para cada deputado federal a ser eleito.
“Está muito difícil montar a chapa para deputado federal hoje”, reclamou o deputado Mário Heringer (PDT-MG), presidente da legenda no seu estado.
Heringer se queixou, principalmente, das composições partidárias que podem vir a beneficiar ou atrapalhar a composição das chapas em cada eleição.
“Os candidatos novatos olham para o tamanho da chapa, veem quem está lá dentro e quando percebem que tem deputados com muito voto preferem tentar a sorte em outro partido. Em geral, seguem para legendas pequenas”, explicou o deputado, ao acentuar que esse tipo de crítica é generalizada.
“A renovação é importante mas acho que se avançarem as representações corporativas e religiosas sobre o parlamento teremos um retrocesso. Se começarmos a corporativar a representação com ruralistas, médicos ou empresários, teremos uma situação complicada no Congresso”, considerou o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS).
O deputado federal e atual presidente do PPS, Roberto Freire (PE), por sua vez, considera normal a renovação, embora, a seu ver, possa resultar num período inicial de baixa eficiência no Legislativo.
“O Brasil tem sempre uma média alta de renovação, mesmo que esse percentual varie. Acho normal o processo, mas ruim para o Parlamento, porque com uma mudança grande no número de deputados e senadores, há perda, no primeiro ano de legislatura, de eficiência dos trabalhos. As pessoas que assumem uma vaga como deputados ou senadores pela primeira vez costumam não ser preparadas para a função, normalmente não conhecem o regimento das duas Casas e até que venham a adquirir esse tipo de experiência, precisam de um certo tempo. Já vivenciei essa situação várias vezes e sei que, infelizmente, o processo ocorre dessa forma”, colocou.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Marisa Lobo faltou as aulas de geografia..

BLOG O MURAL: Marisa Lobo, a psicóloga que vive sendo questionada pelo Conselho de Psicologia devido suas afirmações homofóbicas, resolveu mostrar todo seu conhecimento sobre geografia:


A notícia a que Marisa Lobo se refere pode ser lida na íntegra no blog Pragmatismo Político e qualquer leitor mediano poderá, nas primeiras linhas, descobrir que o fato ocorreu no México e pelo que me consta o PT ainda não governa aquele país.


Reproduzi a leitura inusitada que Marisa Lobo fez da notícia no meu perfil do Facebook e ela veio no post replicar e postou outra notícia e outra vez depositou a culpa do descaso no atendimento hospitalar no PT:


Creio que Marisa Lobo realmente precisa voltar aos bancos escolares para entender que embora o governo federal seja dirigido por uma presidenta do Partido dos Trabalhadores, o Brasil é uma República democrática: aqui é permitido existir vários partidos e iniciativa privada, por exemplo.


Como vêem, a notícia que Marisa trouxe para consertar o soneto trata de um caso ocorrido em um estado e uma capital governados respectivamente pelo PSDB e seus aliados e para explicitar ainda mais a necessidade de Marisa voltar à escola o hospital é privado. Ou seja: Marisa culpa o Partido dos Trabalhadores do descaso ocorrido no México ou em território tucano e em hospital privado. Arnaldo Marques não previu este nível de "astúcia" da direita: Herança escravista? Selvageria das elites rurais? Elite empresarial predatória e concentradora de renda? Para com isso! No Brasil, a causa da pobreza – e da unha encravada – é a corrupção


Vários leitores no Facebook brincaram com a "habilidade leitora" da psicóloga:

Quanto a mim, ainda espero Marisa Lobo  responder as questões que lhe fiz:


1) Um dos gravíssimos problemas que impede o acesso de todos à saúde é a falta de recursos, Marisa foi a favor ou contra o fim da CPMF?

2) Marisa é a favor ou contra a vinda de médicos estrangeiros, especialmente os cubanos?


Vamos aguardar…