BLOG O MURAL: Como não aderiu ao acordo para renovação das concessões de energia elétrica, o governo de São Paulo perderá o direito de explorar a usina de Três Irmãos, uma das mais importantes do estado; tendência é que o ativo seja privatizado e deixe de pertencer à Cesp; foi uma boa escolha a do governador Geraldo?
No fim do ano passado, o governo de São Paulo teve a oportunidade de antecipar a renovação das concessões de suas usinas hidrelétricas, que estão vencendo, desde que aderissem ao plano do governo federal para reduzir as tarifas de energia. O governador Geraldo Alckmin disse não e foi acompanhado, ainda, pelos governos de Minas Gerais e do Paraná. Segundo Alckmin, uma discussão técnica não deveria ser politizada.
Aquela oportunidade passou e, a despeito da resistência tucana, a presidente Dilma conseguiu anunciar uma redução de 18% nas tarifas de energia, mesmo em São Paulo. Alckmin, por sua vez, ficou com um pepino nas mãos. Terá agora que devolver ao governo federal a concessão de Três Irmãos, uma das principais usinas que fazem parte dos ativos da Cesp.
De acordo com as regras do setor elétrico, o governo federal poderá leiloar novamente a concessão a investidores públicos ou privados – a tendência é que a Cesp, por não ter renovado, fique impedida de participar do novo leilão. Vencerá a disputa o investidor que oferecer a menor tarifa – ou seja, algo que pode vir a ser ainda inferior ao que era oferecido na negociação do fim do ano passado.
O governo paulista, por sua vez, tem como ativo a usina em si, que terá que ser vendida ou arrendada ao futuro dono da concessão. No governo Alckmin já se fala em privatização e numa possível arrecadação entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. Mas a Cesp, aos poucos, será transformada num ovo sem gema, apenas com a casca.
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