Domingo de Carnaval, tomo um susto logo cedo. Ouço duas pequenas explosões e vejo fumaça saindo da caixa de luz do meu sítio em Porangaba, a 160 quilômetros de São Paulo, pequena e pacata cidade do nosso interior, onde tenho um sítio e costumo passar o Carnaval faz mais de trinta anos.
Que fazer? A casa está cheia de gente, que veio para o aniversário de sete anos da minha neta Bebel. Todos ainda dormem. Na falta de outro, dou uma olhada no jornalzinho local, a "Folha da Cidade", enquanto penso no que fazer.
Por um destes acasos felizes, encontro no jornal uma lista de telefones úteis e, entre eles, está o da "Elektro", a distribuidora de energia elétrica que serve a região.
Sem muita esperança de sequer ser atendido, em pleno domingo de Carnaval, arrisco ligar para o 0800 da empresa. Na primeira tentativa, a primeira surpresa: sem nenhuma gravação me pedindo para esperar, sou imediatamente ouvido por um atendente de nome Peterson. Dou o número do meu CPF, explico o problema e a localização do sítio.
O funcionário pede um tempinho e, em seguida, me informa que o prazo para enviar uma equipe da "Elektro" será de duas a duas horas e meia. A esta altura, já saem labaredas da caixa de luz, alguém joga água _ o que não se deve fazer em correntes elétricas _ o pessoal vai acordando e todos são céticos quando conto o que aconteceu e que o problema logo vai ser resolvido.
Como sabemos, os brasileiros somos descrentes quanto à eficiencia e presteza dos serviços públicos em geral. Pois, acreditem, antes de vencer o prazo, chegou o carro da "Elektro" com dois funcionários. Em poucos minutos, eles localizaram o problema e eles própios fizeram o conserto. Antes do almoço, voltou a luz, a festa da Bebel estava salva. O serviço e as peças trocadas serão cobrados na próxima conta de luz.
Por um momento, me senti novamente na Alemanha, onde morei por dois anos na década de 70, e tudo funciona assim. Por que esta não pode ser a regra por aqui também?
Minha mulher me disse que não se surpreendeu porque sempre foi muito bem atendida por esta empresa. Se nós costumamos criticar o que está errado e cobramos melhores serviços, é preciso registrar publicamente quando as coisas funcionam bem, e dar nomes aos bois: Eliel Pereira Martins e José Romagnollo são os nomes dos dois funcionários da "Electro".
O que não funciona nada bem é a conexão de internet da operadora "Vivo", que já caiu várias vezes enquanto escrevia este texto.
Bom final de Carnaval a todos.
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