quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os caminhos da ESCRAVIDÃO

BLOG O MURAL: Os indígenas são os primeiros a serem escravizado no nosso país, fizeram isso assim que aqui chegaram os europeus, mas sua substituição da mão-de-obra escrava pela africana no Brasil colônia ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de 60 mil índios, entre os anos de 1562 e 1563. As causas eram doenças contraídas pelo contato com os brancos, especialmente os jesuítas: sarampo, varíola e gripe, para as quais não tinham defesa biológica. Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão-de-obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da produção açucareira - veja que nossa cidade tem a 3° usina de açúcar instala no país e 1° no estado de São Paulo – que assumia um papel cada vez mais importante na economia colonial (1500–1822). Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa tornou-se necessária uma mão-de-obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já lidavam com essa atividade nas propriedades (colônias de exploração africana) dos portugueses, no litoral da África, também como escravos, assim era necessária também mão-de-obra escrava africana para suas colônias de exploração na América, e assim foi até a abolição.
O trafico foi proibido por pressão dos ingleses, a Lei Feijó foi promulgada em 1830 proibindo o tráfico de escravo. Apesar de não ser levada a sério, os colonos europeus detentores de escravo pressentindo o fim do tráfico, começaram a fazer estoque de escravos. Devido a essa lei, os navios negreiros não podiam chegar oficialmente pelo porto da cidade, mas numa conduta de desobediência as ordens do Império (1822–1889), com o rei fazendo vista grossa, o trafico de negos perdurou no Brasil por mais tempo e, por isso, até o ano de 1850 os escravos eram desembarcados clandestinamente no porto de Paraty-Mirim, a 20 km da cidade. Nesse ano foi promulgada a lei Eusébio de Queiroz que acabou definitivamente com o tráfico. Já a abolição da escravatura assinada pela Princesa Isabel (Lei Áurea) em 13 de Maio de 1888, ou seja, 58 anos depois orientada a partir dos interesses de brancos europeus, contra inclusive a comunidade européia que vivia no Brasil. Essa lei veio na verdade inaugurar uma nova situação de exclusão e subordinação para comunidade negra e indígena brasileira.
Não foi à toa que, concomitantemente à abolição, a elite de intelectuais brancos brasileiros buscou pensar a nova realidade do país, e por meio de teorias racistas, importadas da Europa, criaram-se até uma lei que proibia pessoas tomarem posse de terras sem autorização do Rei e seus assessores detentores de colônias, essa lei foi lavrada antes da libertação dos escravos para que eles não pudessem ter acesso a terra para sobreviver e novamente se tornar escravo livre, mas sem emprego e subjugado vivendo a própria sorte junto com os índios na mesma situação. Segundo relatos históricos saíram da áfrica no período escravagista mais de 5 milhões, trazidos (arrancados contra sua própria vontade) da África até o fim do trafico negreiro, essa população aumentou tanto ao ponto de hoje negros e mulatos constituírem 43% da população brasileira segundo o IBGE senso 2009
“Já a separação social e cultural durou até pouco tempo atrás, pois não são recentes as histórias de negros que não podiam frequentar os mesmo espaços que o branco, na nossa cidade tem pessoas mais antigas que contam que a nossa praça central Praça da Matriz era o espaço do branco e a Rua da Laje espaço para negro, assim como tínhamos o clube de danças dos brancos e clube de dança dos negros”.
O racismo no Brasil estava à época cada vez mais formada, pois vinha de geração em geração, uma ideia feita e formada pelo nosso país e o próprio país Portugal que era detentor das posses da colônia, isso perdurou mesmo depois da nossa independência, onde eram dito que a raça negra é mais inferior as outras etc. Hoje o cenário é outro, porem tem muitas distorções culturais, educacionais e sociais, são veladas, mas tem, e essas distorções é que tem que ser reparada, pelo debito histórico que temos com as duas raças.
Aplicar política de cotas é aplicar política afirmativa, política já usada pelos EUA na década de 60 onde a Ku Klux Klan (seita que pregava a morte do negro na fogueira) atuava, o que mostra um trabalho de reparo que os estados americanos faziam na década de 60 e fazem até os dias de hoje. Talvez isso não resolva de vez a questão da desigualdade social, mas com certeza essa política de cotas estará ajudando a nossa sociedade trilhar o caminho da reparação que devemos a este dois povos, pois a escravidão no Brasil perdurou por quase 300 anos, e, é uma questão muito séria, por isso hoje existem leis feitas para punir as pessoas que discriminam que pode levar a sérias punições. Racismo é crime.
Urias de Oliveira, professor de História

1 comentário:

Corvo Apenas disse...

COTAS...Apenas uma reparação aos erros do passado!!!!