domingo, 19 de julho de 2009

"O risco Serra”


BLOG DO U: O artigo do Estadão deste domingo procura esconder um fato singelo: com Dilma, continuando o trabalho sério iniciado por Lula com Palocci, a autonomia operacional do Banco Central, as metas de inflação e o prosseguimento da estabilidade é uma garantía aportada não só pela prática deste 7 anos. É a continuidade de uma política econômica responsável e de inclusão social, defendida hoje pela maioria do PT.


Já com Serra, que discorda da autonomia e da política do Banco Central, que é errático na sua política fiscal e tributária com autoritarismos visíveis, é a incerteza. Ele é questionado não só pelos empresários, mas também por uma boa parte dos próprios tucanos fora do eixo São Paulo - SP. Como diz um empresário citado no artigo “O governador diz, não é de hoje, que os juros deveriam ser mais baixos e o dólar, mais valorizado. Ora, todos os países que adotaram essa política tiveram um resultado: inflação.”


O que piora as incertezas do que começa a ser chamado do “risco Serra” é a desconfiança enquanto ao valor dos compromissos que o candidato possa assumir, já que várias vezes tem agido contrariando suas afirmações sobre suas intenções.


Como hoje o Brasil, diferentemente de 2002 exaurido pela política de FHC, está em rota ascendente, o risco de uma virada pode jogar a perder todo o caminho percorrido nestes sete anos. O risco é uma política dirigista e voluntarista na economia combinada com privatizações, assim como o agravamento dos conflitos sociais e com o funcionalismo.


A democracia brasileira e suas instituições são suficientemente fortes e solidas para assegurar, sem qualquer problema, a alternância democrática. Não é isso que está em discussão. O que 2010 irá definir é o rumo do Brasil. As alternativas não devem ser obscurecidas pelo oportunismo eleitoreiro tradicional, que consistirá a apresentar a candidata de Lula, Dilma Rousseff e o candidato tucano José Serra como semelhantes, para beneficiar uma mudança de rumo em favor do campo conservador e que implicará em retrocessos pesados para a população brasileira.

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