terça-feira, 26 de junho de 2012

Urias: “Não houve matança de animais como a mídia divulgou”, diz vereador

Foto: Arquivo Pessoal
BLOG O MURAL:  Nesta semana, o vereador Urias de Oliveira concedeu entrevista ao JP-PORTO para falar sobre as investigações sobre a morte de cães em terreno bairro Vila Nova. Urias é o presidente da Comissão Especial (CE) criada no início deste mês pelo Poder Legislativo Municipal para saber exatamente o que houve. Como se sabe, a comissão foi criada após pedido feito pelo prefeito Cláudio Maffei (PT) aos vereadores durante sessão realizada no dia 25 de maio.
Segundo o vereador, pelo que foi apurado até o momento, não houve qualquer tipo de matança de animais saudáveis. E ele levanta uma suspeita: tudo pode ter sido armado. “Já há um suspeito sobre a autoria, mas não vou revelar”, disse. A comissão já se reuniu em cinco oportunidades com pessoas envolvidas no processo de investigação e o parecer final, de acordo com ele, deve ser concluído nos próximos dias. Sobre o caso, tramita paralelamente um Inquérito Policial e um representação no Ministério Público. 

JP-PORTO - Após cinco reuniões, o que já foi avaliado?
Urias: Em primeiro momento, gostaria de relatar um desrespeito à comissão. Dois companheiros de Câmara que foram sorteados para participar, os vereadores Armando Ambrósio e José Antonio Queiroz da Rocha (Coquinho), disseram já em primeiro momento – quando definíamos o presidente e relator – que não estariam presentes. Os dois representam a oposição na cidade e sempre nos criticam se recusaram a participar. Acredito que essa negação é tamanho desrespeito, porque pedi a eles, já na posição de presidente, que encaminhassem documentos da desistência por escrito, mas até agora não os recebi. Já em relação às reuniões, foram cinco. Estamos aproveitando todas as informações e pudemos ver que não houve matança a animais como a mídia divulgou. Houve uma falha processual de descarte de cães que morrem por motivos de doenças ou do resultado de abandono nas ruas. Essas conclusões são tranquilizantes. Até porque, o prefeito é gosta de animais e não permitiria que isso acontecesse. O que também pudemos ver – e acho que é somente isso – é que há uma demora na cobertura desse descarte, por conta da dificuldade da locomoção das máquinas a um local afastado. Mas isso será corrigido, segundo informações do setor.

JP-PORTO - Como foi montado o processo de investigação?
Urias: O prefeito Cláudio Maffei fez um pedido para que fizéssemos um estudo do problema e apontássemos caminhos. Mas vi que o trabalho que a Zoonoses exerce está correto, segue normas da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e outros padrões aplicados no país. Acredito que com o crescimento e evolução do município, nós precisemos dar atenção também a esta questão, pois outros assuntos sobre infraestrutura o prefeito já resolveu. Mas eu pergunto: o descarte era inadequado ou foi armado como mostram fotos publicadas na internet e nos jornais? Isso é uma das coisas que queremos descobrir. Mas, sinceramente, a priori, acredito que foram juntadas as duas coisas e também uma armação para a denúncia. A foto publicada em jornais e internet e ainda permanece sem autor. Já há um suspeito sobre a autoria, mas não vou revelar.

JP-PORTO - Como são coletadas as informações?
Urias: Após um estudo sobre tudo o que foi dito e oficializado em depoimento à polícia, nós convidamos os envolvidos para que forneçam também as informações à comissão. Ouvidas as pessoas, elaboraremos um documento com orientações que seguirá ao prefeito.

JP-PORTO – Mas qual a importância de uma Comissão para a cidade?
Urias: Ajudará o município a resolver um problema – se é que podemos falar assim – e mostrará que montaram uma catástrofe. Daremos encaminhamento e orientações para os próximos administradores da cidade para que façam esse descarte de forma mais completa.

JP-PORTO - Você representando a CE, como é seu trabalho para estudar o caso?
Urias: Farei uma visita na cidade de Piracicaba, pois lá tem um cemitério de animais que é administrado por uma ONG. Gostei do modelo em que o município é apenas colaborador e a entidade cuida desse descarte, tanto público quanto das clínicas veterinárias. Procurei ler todos os depoimentos dos envolvidos que foram coletados na polícia. Fiz anotações sobre pontos que não estão esclarecidos e trabalho de forma para buscar uma conclusão e entender o que está sendo feito. Quero usar todas essas ferramentas para encaminhar, da melhor forma possível, um relatório com sugestões para quem quer que administre a cidade.

JP-PORTO - Quando terminará a apuração?
Urias: Acredito que ainda no mês de junho. Teremos um relatório com sugestões em três etapas: curto, médio e longo prazo. Orientando e buscando soluções. Assim que concluído, o documento ficará a disposição para consulta na Câmara Municipal.

JP-PORTO – Mas e essa comissão, como foi escolhida?
Urias: Por sorteio, os vereadores: Ednilson da saúde, professora Andrea, Coquinho e Armando.

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