segunda-feira, 30 de março de 2009

Na crise, Brasil pode lucrar em escala mundial

Paulo Rabello de Castro
BLOG DO U:Considerado autor de algumas das melhores análises sobre a economia brasileira, particularmente sobre o Brasil e a crise internacional, Paulo Rabello de Castro, alerta que essa turbulência abre oportunidades sem precedentes para o nosso país se reposicionar na ordem econômica mundial. Para isso, o economista elenca uma série de medidas urgentes a serem adotadas já, e alerta para a necessidade de coragem para tomar as decisões políticas. Rabello prega maior profissionalismo e "obsessão" na definição dos alvos precisos que o Brasil precisa mirar agora para se alavancar e crescer. veja a integra da entrevista no sitio de José Dirceu

Dentre as medidas sugeridas pelo presidente da SR Rating - primeira agência de avaliação de riscos criada no Brasil - estão o alinhamento dos juros, sua adequação aos riscos internacionais do país, uma reforma financeira de grande impacto, outra no custo Brasil, e também pequenas revoluções estruturais, como as digital e fundiária. "O Brasil pode se especializar em revoluções baratas", diagnostica.

Sobre os juros, Rabello pontua: "a taxa tinha que estar mais baixa, mas do ponto em que estava, nessa crise, é mais importante ele não baixar com muita rapidez, porque a defesa da moeda para o seu papel futuro exige certo conservadorismo. O que ele não fez antes (Banco Central), agora é tarde".

Diretor de 1979 a 1994 da Revista Conjuntura Econômica, Rabello teve a oportunidade de acompanhar de perto todos os planos econômicos do país, e com sua experiência nos presenteia com análises apuradas sobre a crise financeira global, as primeiras medidas do presidente de Barack Obama, o papel atual dos BRICs e a onda protecionista. Sobre esta, pontifica: "não vejo risco em relação ao (aumento do) protecionismo, mas certeza".

Sobre o papel do Brasil, ele avalia que não podemos perder o "time", dada a voracidade do mundo em encontrar soluções e restabelecer a ordem econômica global. Para isso, aponta a importância de um debate sobre os rumos do país na agenda dos candidatos a presidente da República em 2010. Aos que seguem às cegas a cartilha de Lord Keynes, alfineta: "Keynes aconteceu antes. Houve uma ampliação de PIB, uma enorme expansão de moeda e da quase-moeda e uma expansão fiscal também e do próprio mercado".

Rabello é também colunista do jornal Folha de S. Paulo e recentemente publicou "A Grande Bolha de Wall St." onde explica como a crise pegou o mundo e pode nos afetar. Seus textos e análises podem ser acompanhadas diariamente através do Blog da Bolha.

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