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É impressionante. O jornalista e comentarista político das redes Globo (TV, rádios e jornal) e, uma vez por semana em "O Estado de S.Paulo", Carlos Alberto Sandenberg, tem a coragem de escrever em sua coluna no Estadão artigo com um título que diz tudo - ”Destruindo empregos” -, que o governo não pode intervir nas empresas por causa das demissões.
Reconheço-lhe o pleno direito de escrever, mas invoco o meu direito de reivindicar informação isenta, imparcial e verdadeira, principalmente que leve dados corretos aos leitores, ouvintes e telespectadores brasileiros.
O que o jornalista chama de intervenção do governo, na realidade, não aconteceu. Foi a Justiça do Trabalho, o TRT-Campinas, no cumprimento de seu papel, que determinou uma audiência de conciliação entre a EMBRAER, que demitiu 4.200 trabalhadores, e os sindicalistas que, através de entidades de trabalhadores, os representam.
Será que Sardenberg cometeu mesmo tremendo equívoco - no que não acredito - ou sua intenção era mesmo achar um "gancho", um pretexto (e aí não lhe importou o fato de ser o mais incorreto possível) para criticar o governo Lula? Em seu texto, ele responsabiliza o governo do PT pelo desemprego, e não a crise internacional!
Para Sardenberg vale tudo, inclusive pagar o mico de desconhecer que esse argumento de não intervenção do Estado nas empresas caducou. Ou será que o Estado só pode intervir para salvar as empresas, desonerar e emprestar dinheiro público ou financiá-las na crise? Só pode intervir para fazer isso?
Como é possível alguém escrever tamanha barbaridade quando em todo mundo os bancos e as empresas são salvas pelo Estado, ou seja, pelo dinheiro do contribuinte? Então, o Estado e o cidadão só servem para salvar as empresas e não os empregos? Se fosse para deixar, como ele quer, para as leis do mercado, não sobraria muita empresa e banco para contar a história, que ele tenta reescrever, retomando o discurso da flexibilização da legislação do trabalho, da redução dos custos trabalhistas, como se no Brasil os salários fossem o problema.
Haja paciência! E antes de terminar, mais uma observação: o jornalista encontrou um jeito de colocar a ministra Dilma Rousseff no debate para criticá-la. Desta vez, nem disfarçou.
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