quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SP terá novo secretário de segurança - "Estávamos alarmados", diz Ministro

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BLOG O MURAL: Antonio Ferreira Pinto deixou ontem o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo. O pedido de exoneração foi anunciado hoje pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).


O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) comparou ontem a violência em São Paulo com a situação na faixa de Gaza.
"Estávamos alarmados com os mortos da Palestina, [mas] as estatísticas mostram que, só na Grande São Paulo, você tem mais gente assassinada do que nos ataques [no Oriente Médio]", afirmou o ministro, emendando que, "finalmente", São Paulo aceitou a ajuda do governo federal para combater a escalada da violência.



Alckmin ainda afirmou que o ex-procurador geral de justiça de São Paulo Fernando Grella será o novo secretário da pasta. Ele deve assumir o cargo amanhã.

Grella é procurador de Justiça, secretário da Procuradoria de Justiça Cível do Ministério Público de São Paulo e vice-presidente da Associação Paulista do Ministério Público. Alckmin afirmou que ele "está preparado para ajudar São Paulo a dar avanço e continuar sendo um dos Estados mais seguros do Brasil".
Apesar da declaração, o governador reconheceu que o Estado passa por um período de problemas na segurança. "Reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada neste trabalho".

Em sua carreira, Grella atuou nas áreas cível e criminal. Ele já foi secretário-geral da Confederação Nacional do Ministério Público, assessor jurídico de dois ex-procuradores-gerais de Justiça e representou o Ministério Público brasileiro no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.

Durante o anúncio da troca de cargos, o governador disse que Ferreira Pinto foi um "bom" secretário da Administração Penitenciária e Segurança Pública. "Quero agradecer a ele, que trabalhou com competência, dignidade e honestidade".

Ferreira Pinto foi capitão da Polícia Militar porém deixou o cargo para ir para o Ministério Público, onde foi promotor e procurador. Ele foi secretário da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e, posteriormente, assumiu a pasta de Segurança Pública, na qual estava no cargo há seis anos graças ao discurso de combate à corrupção policial. A iniciativa, no entanto, lhe rendeu inimigos dentro da Polícia Civil.

Basicamente, sua política de investigação interna foi executada pela PM. A estratégia reavivou o racha entre as polícias e, há tempos, admitem integrantes da gestão Alckmin, Ferreira Pinto não conta mais com a ajuda de setores da Polícia Civil no combate ao crime organizado.

Indícios mostravam que Alckmin buscava um substituto para o secretário de Segurança Pública por estar insatisfeito com o desempenho do subordinado.
A insatisfação vinha de antes da onda de violência em São Paulo. A busca por um sucessor começou há mais de três meses, discretamente. Entretanto, Ferreira Pinto ainda não tinha sido trocado pela dificuldade em encontrar um novo nome para a pasta.

VIOLÊNCIA
O Estado de São Paulo vive uma onda de violência, com registros de chacinas, homicídios, ônibus incendiados e mortes de policiais militares. Desde o último dia 24, 253 pessoas foram mortas na região metropolitana de São Paulo - média de 9,7 por dia.

Somente entre a noite de ontem (20) e a madrugada desta quarta-feira, três pessoas foram mortas em uma chacina, mais seis pessoas foram assassinadas e 13 ficaram feridos, entre eles um policial militar. Um ônibus também foi incendiado.

Desde o início do ano, 95 policiais militares já foram assassinados em todo o Estado de São Paulo.

Em 2011, 47 PMs foram mortos - 21 dos crimes ocorreram enquanto os policiais estavam em serviço e 26 foram assassinados no horário de folga, de acordo comandante-geral da PM, Roberval França.

No sábado, um policial da Corregedoria, órgão responsável por investigar crimes praticados pelos próprios PMs, foi morto em um açougue em Guarulhos, durante uma tentativa de assalto. Na terça-feira (13), o soldado Edgar Lavado, 43, casado e pai de quatro filhos, foi morto a tiros quando chegava em sua casa, no Jardim Cumbica, por volta das 21h, em Guarulhos.


Fonte: Folha.com

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