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O ministro
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) comparou ontem
a violência em São Paulo com a situação na faixa de Gaza.
"Estávamos
alarmados com os mortos da Palestina, [mas] as estatísticas mostram que, só na
Grande São Paulo, você tem mais gente assassinada do que nos ataques [no
Oriente Médio]", afirmou o ministro, emendando que,
"finalmente", São Paulo aceitou a ajuda do governo federal para
combater a escalada da violência.
Alckmin
ainda afirmou que o ex-procurador geral de justiça de São Paulo Fernando Grella
será o novo secretário da pasta. Ele deve assumir o cargo amanhã.
Grella
é procurador de Justiça, secretário da Procuradoria de Justiça Cível do
Ministério Público de São Paulo e vice-presidente da Associação Paulista do
Ministério Público. Alckmin afirmou que ele "está preparado para ajudar
São Paulo a dar avanço e continuar sendo um dos Estados mais seguros do
Brasil".
Apesar
da declaração, o governador reconheceu que o Estado passa por um período de
problemas na segurança. "Reconhecemos as dificuldades que estamos passando
e vamos nos empenhar de forma redobrada neste trabalho".
Em
sua carreira, Grella atuou nas áreas cível e criminal. Ele já foi
secretário-geral da Confederação Nacional do Ministério Público, assessor
jurídico de dois ex-procuradores-gerais de Justiça e representou o Ministério
Público brasileiro no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da
Presidência da República.
Durante
o anúncio da troca de cargos, o governador disse que Ferreira Pinto foi um
"bom" secretário da Administração Penitenciária e Segurança Pública.
"Quero agradecer a ele, que trabalhou com competência, dignidade e
honestidade".
Ferreira Pinto foi capitão da Polícia Militar porém deixou o cargo
para ir para o Ministério Público, onde foi promotor e procurador. Ele foi
secretário da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e,
posteriormente, assumiu a pasta de Segurança Pública, na qual estava no cargo
há seis anos graças ao discurso de combate à corrupção policial. A iniciativa,
no entanto, lhe rendeu inimigos dentro da Polícia Civil.
Basicamente,
sua política de investigação interna foi executada pela PM. A estratégia
reavivou o racha entre as polícias e, há tempos, admitem integrantes da gestão
Alckmin, Ferreira Pinto não conta mais com a ajuda de setores da Polícia Civil
no combate ao crime organizado.
Indícios
mostravam que Alckmin buscava um substituto para
o secretário de Segurança Pública por estar insatisfeito com o desempenho do
subordinado.
A
insatisfação vinha de antes da onda de violência em São Paulo. A busca por um
sucessor começou há mais de três meses, discretamente. Entretanto, Ferreira
Pinto ainda não tinha sido trocado pela dificuldade em encontrar um novo nome
para a pasta.
VIOLÊNCIA
O
Estado de São Paulo vive uma onda de violência, com registros de chacinas,
homicídios, ônibus incendiados e mortes de policiais militares. Desde o último
dia 24, 253 pessoas foram mortas na região metropolitana de São Paulo - média
de 9,7 por dia.
Somente
entre a noite de ontem (20) e a madrugada desta quarta-feira, três pessoas
foram mortas em uma chacina, mais seis pessoas foram assassinadas e 13 ficaram
feridos, entre eles um policial militar. Um ônibus também foi incendiado.
Desde
o início do ano, 95 policiais militares já foram assassinados em todo o Estado
de São Paulo.
Em
2011, 47 PMs foram mortos - 21 dos crimes ocorreram enquanto os policiais
estavam em serviço e 26 foram assassinados no horário de folga, de acordo
comandante-geral da PM, Roberval França.
No
sábado, um policial da Corregedoria, órgão responsável por investigar crimes
praticados pelos próprios PMs, foi morto em um açougue em Guarulhos, durante
uma tentativa de assalto. Na terça-feira (13), o soldado Edgar Lavado, 43,
casado e pai de quatro filhos, foi morto a tiros quando chegava em sua casa, no
Jardim Cumbica, por volta das 21h, em Guarulhos.
Fonte: Folha.com
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