quinta-feira, 29 de março de 2012

“Sou guerreiro e vou lutar”




BLOG O MURAL: Artes marciais vão além de golpes... É a prática de uma filosofia de vida e determinação
Muay Thay, Jiu-Jitsu e Wing Chum – são essas as modalidades ensinadas na Associação de Artes Marciais de Porto Feliz (AAMPF). Nas aulas, mais de 30 alunos se transformam em discípulos de uma única filosofia: respeito. O trabalho realizado por três professores (voluntários), Ronaldo Luques, Mateus Aparecido Luis e Thiago Castro - transformam os sonhos em concretizações. É o ensinamento de como superar barreiras e a prova de que “quem acredita sempre alcança”.
No dia 18 de março, a AAMPF participou de um campeonato organizado pela Federação Brasileira de Kapp Box, Artes Marciais e MMA (FBKM) e trouxe para casa seis títulos, entre eles: o Brasileiro de Muay Thay e o Brasileiro de Submission. Segundo Ronaldo, os professores trabalharam com os alunos mais dedicados para competição e com o apoio do comércio local representaram a cidade em Pirajuí, interior de São Paulo. “Foi uma surpresa quando ganhamos os melhores troféus. Agora, nos sentimos mais motivados a participar de outros eventos”, diz.
Ronaldo explica que para manter a associação os professores trabalham como voluntários e o valor das mensalidades é utilizado na manutenção da academia. “Temos alunos que não pagam. Que não tem condições para pagar. Se notamos que essa pessoa tem a vontade de estar aqui, treinando, nós o colocamos para ajudar em serviços dentro da própria academia. Assim conseguimos unir as necessidades”, conta.
Lucas Gabriel de Campos Vaz é um dos talentos da associação. Com 18 anos, o garoto faz o treinamento há dois anos e foi um dos vencedores em Pirajuí. Ele conta que a paixão por artes marciais surgiu na infância, quando assistia a filmes de luta. Mas foi na escola Monsenhor Seckler que a oportunidade bateu a sua porta. “Treinava com alguns amigos na escola, brincando. Até que recebi um convite para entrar na academia, treinar com professores mais experientes e resolvi participar. Aprendi a ser mais calmo e a lidar com alguns sentimentos. Hoje, meus pais se orgulham em dizer que sou lutador.”
Outro destaque é Luis Michael Lino Ambrosino, de 22 anos. Também representando o grupo, conquistou para Porto Feliz um dos troféus no evento. Dividindo seu tempo entre trabalho e a academia, Michael conta que começou a participar das aulas de luta dentro do próprio bairro, há cerca de um ano e meio, por meio de um projeto na Sociedade Amigos do Bairro (Popular). “Fiquei doente uns dias antes da competição. Cheguei a fazer chá com alho para sarar logo... Nem treinava quase. Por isso fiquei surpreso com a minha colocação em Pirajuí”, revela.
Voluntário
Assim como lutar mudou a vida dos jovens, o desejo de concretizar os sonhos também transformou a vida do professor Mateus. Trabalhando sempre entre o mundo de rodeios e no tatame, um acidente impediu o professor de praticar qualquer tipo de esportes. Com mais de três costelas quebradas, seria impossível voltar a ser um atleta. “Ouvi um médico dizer que a recuperação seria difícil e quase mínima de ser revertida. Foi aí que em casa, comecei a treinar musculação, para fortalecer a área machucada. Pegava os sacos de arroz para me exercitar”, lembra. Em menos de seis meses, Mateus já dava os primeiros sinais de melhora: participava de corridas, fazia atividades físicas e orientava as aulas. “Superei meus obstáculos com determinação e força de vontade. Acreditei que seria possível e foi.”
Projeto SABS
O espaço da Sociedade Amigos do Bairro da Popular há cinco anos é utilizado para um projeto social. Lá, são orientadas crianças até 12 anos para a prática das Artes Marciais – de defesa pessoal. As aulas são gratuitas e aos finais de semana.

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