quinta-feira, 28 de abril de 2011

PT inicia curso de formação em 14 de maio



BLOG O MURAL: A Macrorregião Sorocaba do PT dará início, no próximo dia 14/5, a um curso de formação política a ser ministrado em seis microrregiões. Tendo como base filosófica o socialismo democrático petista, o curso é gratuito, tem 14 módulos e duração prevista de seis meses.


Segundo a Secretária de Formação da Macrorregião Sorocaba, Mara Melo, no dia 14/5, às 9h, o curso será aberto com uma aula magna, a ser ministrada por Paul Singer, para todos os alunos em Sorocaba. "Só não iniciamos o curso antes, porque estávamos aguardando uma data que compatibilizasse essa participação do sociólogo e economista Paul Singer", explica Mara.


Com 325 vagas disponíveis, o curso acontecerá em Sorocaba, Piedade, Salto, Itapetininga, São Roque e Tatuí. O temário do curso inicia com a história do surgimento do Partido dos Trabalhadores; passando pelos avanços dos oito anos do Governo Lula; discutindo os rumos futuros do Partido; debatendo a estrutura de organização da sociedade; o surgimento do capitalismo; a organização dos movimentos populares e da esquerda no Brasil; e, fechando um ciclo, o curso é encerrado voltando à fundação do PT.


As aulas serão realizadas quinzenalmente, aos sábados, e o material utilizado pelo curso é todo elaborado pela Fundação Perseu Abramo. Os interessados devem fazer contato com a Macrorregião Sorocaba através do e-mail macrosorocabapt@gmail.com ou pelos telefones

Com aval de Lula, Rui Falcão será o presidente do PT



BLOG O MURAL: O deputado estadual Rui Falcão (SP) será o novo presidente nacional do PT. Assumirá no lugar de José Eduardo Dutra, às voltas com problemas de saúde.


A renúncia de Dutra e a eleição de Falcão ocorrerão nesta sexta-feira (29), em reunião do diretório do partido, em Brasília.


O acordo que apressou a sucessão interna do PT foi fechado na noite passada. O nome de Falcão emergiu de uma lista tríplice.


Além dele, constavam da relação o senador Humberto Costa (PE) e o ex-ministro Luiz Dulci. A tróica foi submetida a Lula.


O ex-presidente disse que não gostaria de abrir mão de Dulci. Ex-secretário-geral da Presidência, ele é, hoje, assessor de Lula.


De resto, Lula disse que apoiaria tanto Falcão quanto Humberto Costa. Afirmou que ambos reúnem condições de comandar a legenda.


Como Humberto informou que não disputava o posto, o petismo concentrou-se em Falcão, o preferido da corrente majoritária, integrada por José Dirceu.


Ouvida, a presidente Dilma Rousseff também absorveu o nome de Falcão. Informou que não se opõe à ascenção dele.


Hoje, Rui Falcão é o primeiro vice-presidente do PT. Vinha comandando a legenda, temporariamente, desde 22 de março, quando Dutra tirou licença médica.


Alçado à condição de presidente definitivo, Falcão vai completar o mandato de Dutra, que termina em dezembro de 2012.


Será, portanto, o mandachuva do PT nas eleições municipais do ano que vem.


Rezam os estatutos do partido que, em caso de vacância definitiva do cargo de presidente, cabe ao diretório nacional eleger o substituto.


A reunião do diretório já estava marcada. Vai durar dois dias. A intenção do partido é a de realizar a eleição de Falcão já nesta sexta.

Etanol é “utilidade pública” e ANP o controlará



BLOG O MURAL: Fiz uma leitura rápida da MP do Etanol, baixada agora à noite pela Presidenta Dilma.




Ela passa a considerar de utilidade pública “garantir o fornecimento de biocombustível em todo o país”. E passa a colocar os biocombustíveis – e todos os combustíveis – dentro do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis previsto numa numa dei de 1991 – a 8.176 - que dá até pena de detenção para quem agir em desconformidade com a regulação do setor.




Assim, eles ficam sujeitos ao Art. 2º da Lei 9.847, que prevê: Art. 2o Os infratores das disposições desta Lei e demais normas pertinentes ao exercício de atividades relativas à indústria do petróleo, ao abastecimento nacional de combustíveis, ao Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e ao Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis ficarão sujeitos às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil e penal cabíveis.
A MP também entra de sola na ANP. Seus dirigentes, agora, vão ter de cumprir quarentena de um ano, antes de se meterem a ocupar cargos em empresas do setor de combustíveis. As reuniões que tratem de pendências entre consumidores e produtores terão de ser, obrigatoriamente, públicas.




A ANP passa a ter o direito de controlar a “produção, exploração, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização dos biocombustíveis”.
E dá liberdade ao governo de fixar, entre 18 e 25%, a percentagem de adição de álcool anidro à gasolina, hoje em 25% e que era, antes, redutivel a, no máximo, 20%.




É uma análise apressada, feita numa primeira leitura. Algo de importante pode ter escapado. Mas o essencial é que, finalmente, o Governo agiu. E, ao que percebo, agiu forte e decididamente.

PSDB inclui compra de ração animal na prestação de contas



BLOG O MURAL: O diretório estadual do PSDB na Paraíba utilizou recursos do Fundo Partidário para compra de ração animal durante o ano de 2009. A irregularidade foi constatada na prestação de contas do partido.O relator do processo, desembargador Genésio Gomes, votou pela rejeição das contas durante a sessão de ontem do Tribunal Regional Eleitoral. A juíza Niliane Meira pediu vista dos autos e o julgamento será retomado na próxima sessão.Ao analisar as contas, foram encontradas outras irregularidades com alimentação, combustível e para pagamento de multas eleitorais. O advogado do partido diz só admitir erro no uso do fundo partidário no pagamento das multas. Sobre as despesas com ração animal, alegou que o partido tinha um cachorro que fazia a segurança da sede.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Petrobras: quem aumenta a gasolina são as usinas



BLOG O MURAL: A Petrobras está divulgando uma nota que não podia ser mais esclarecedora:
” R$ 1,05. É esse o preço do litro da gasolina, sem adição de etanol, vendida pela Petrobras desde 2009. Em 9 de junho daquele ano, houve redução de 4,5%. Desde então, não ocorreu mais nenhuma alteração no preço da gasolina vendida às distribuidoras na porta das refinarias.”




Isso representa 28% do preço pelo qual vem sendo vendido o combustível. A empresa diz que o resto são 40% impostos (dos estados) e e 11%margens de lucro dos distribuidores e postos (privados) e 22% o preço do álcool misturado à gasolina à razão de 25%.




Portanto, em 10 litros de combustível vendido – a R$ 3 o litro, no posto - há 7,5 litros de gasolina, que custam R$ 7,88. E 2,5 litros de álcool, que custam R$ 6,06.




O litro da gasolina ( estatal) custa R$ 1,05 e o do álcool (privado) R$ 2,42.




Custava, há pouco mais de uma semana. Porque já está em R$ 2,72, segundo a cotação do mercado, hoje.




Reduzir a quantidade de álcool anidro (não é o mesmo que o hidratado, vendido nos postos) vai obrigar a Petrobras a importar, pois a nossa capacidade de refino de gasolina está esgotada e os investimentos da Petrobras em ampliar o número de refinarias – R$ 40 bilhões – são de maturação demorada.




Ou o Governo entra de sola sobre o setor alcooleiro ou leva a culpa que não tem pelo aumento dos combustíveis.




Enquanto isso as multis vão avançando sobre a indústria sucroalcooleira, dominando o processamento da cana.

tribunal de contas




BLOG O MURAL: Criados para controlar financeira e contabilmente os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os tribunais de contas passarão a ter um órgão para exercer o próprio controle. Será um conselho independente, o Conselho Nacional dos Tribunais de Contas (CNTC), com a função de julgar irregularidades cometidas por ministros, conselheiros, procuradores e servidores dos tribunais de contas da União (TCU), dos Estados e dos municípios. Atualmente, há 22 conselheiros e ministros de tribunais de contas sob investigação por condutas indevidas.

Criados para fazer o controle financeiro e contábil nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os tribunais de contas devem ganhar um órgão para fazer o controle deles mesmos. Será um conselho independente com a função de julgar irregularidades cometidas por ministros, conselheiros, procuradores e servidores dos tribunais de contas da União (TCU), dos estados e dos municípios. Atualmente, há 22 conselheiros e ministros de tribunais de contas sob investigação por condutas indevidas. O Conselho Nacional dos Tribunais de Contas (CNTC) será o equivalente ao CNJ e ao CNMP. O primeiro atua no controle do Judiciário e o segundo no Ministério Público.

O CNTC vai investigar desvios nos tribunais que foram criados justamente para fazer o controle dos demais órgãos do governo, da Justiça, do Congresso e dos legislativos locais. "Pode parecer abjeto fazer um controle do controlador, mas ele é necessário", afirmou Marcelo Henrique Pereira, presidente da Federação Nacional dos Servidores dos Tribunais de Contas (Fenastc). "Será que o Supremo Tribunal Federal (STF) não poderia analisar e julgar todos os problemas do Judiciário do país?", questionou Pereira. "O STF acha que não.

O mesmo vale para o Ministério Público. Agora, os tribunais de contas são a bola da vez. Eles não podem ser uma caixa preta e nós defendemos a criação desse órgão independente para fiscalizá-los." Segundo Pereira, há inúmeras denúncias de irregularidades em processos, de má utilização de recursos públicos e de benefícios indevidos que seriam recebidos por ministros, procuradores e servidores de tribunais de contas. Nos últimos anos, conselheiros de tribunais de contas estaduais estiveram envolvidos em grandes escândalos de corrupção. Em 2008, um alto integrante do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul teve de se afastar do cargo por causa de suspeitas de participação em fraudes que desviaram R$ 44 milhões do departamento de trânsito.

Em São Paulo, um conselheiro teve os seus sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça, em novembro, para apuração de suposto recebimento de propina de uma empresa responsável por obras no metrô.

No Amapá, o presidente do Tribunal de Contas foi preso pela Polícia Federal, em setembro, na Operação Mãos Limpas, que investigou desvios de recursos públicos do Estado. Uma vez criado, o CNTC seria responsável por apurar casos como esses.

O Conselho também poderia impor regras para determinar um prazo máximo pelo qual os ministros e conselheiros podem ficar com processos em seus gabinetes, antes de liberá-los para julgamento. Isso evitaria o "engavetamento" de processos envolvendo empresas e autoridades públicas. Outra função seria a de combater o nepotismo nos tribunais de contas. Os casos de vício de nomeação, em que pessoas com perfil político são indicadas para funções técnicas também seria objeto de regulamentação.

O conselho também poderia discutir normas para viagens de ministros e conselheiros, dizendo o que pode ser pago com dinheiro público e o que seria de caráter privado. Além disso, o CNTC faria regras para servidores participarem de cursos no exterior, uma prática comum nos tribunais de contas, segundo a Fenastc.

A entidade avaliou que as corregedorias não têm força suficiente para investigar desvios cometidos pelos servidores dos tribunais, que são mais de 70 mil. "Hoje, se for constatado que um conselheiro está orientando as decisões para favorecer um determinado grupo econômico ou político, ele será julgado na corregedoria por seus colegas de trabalho", exemplificou Pereira. "Por isso, é necessário um órgão de controle externo", completou. No Congresso, há duas propostas diferentes para a criação do CNTC.


A primeira prevê um órgão com 17 conselheiros, dos quais oito são externos aos tribunais de contas. Eles seriam indicados pelas entidades que regulamentam as profissões que atuam no controle externo (advocacia, contabilidade, administração, arquitetura, engenharia e economia). Os outros nove seriam indicados pelo TCU e pelos tribunais de contas dos estados e municípios. Essa Proposta de Emenda Constitucional foi feita por Renato Casagrande (PSB-ES), atual governador do Espírito Santo, quando ele era senador, em 2007. Hoje, está sob a relatoria do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

segunda proposta prevê um órgão com nove conselheiros, dos quais apenas dois seriam externos, vindos da Câmara e do Senado. Essa PEC teve origem na Câmara, sob a autoria de Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), hoje, senador. A Fenastc avalia que a primeira proposta é a melhor, pois prevê mais conselheiros externos aos tribunais de contas e, com isso, garante mais independência nas decisões. Procurado, o TCU informou apenas que apoia a iniciativa de criação do conselho.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um Larry Rother para Aécio Neves



BLOG O MURAL: O assunto mais comentado na Internet foi a apreensão da carteira de CNH do Senador mineiro Aécio Neves, mas ficou restrito a Internet, pois os veículos da mídia de alcance nacional no máximo falou do assunto com muita reserva.



A pergunta que faço ao leitores deste blog é. E se o mesmo tivesse ocorrido com Mercadante, Marta Suplicy, ou até o próprio Lula, como seria a cobertura?



Alguém se lembra do caso do repórter americano que disse que Lula era dependente do álcool, ouve uma reação em cadeia nacional porque o país queria expulsar um jornalista que tinha feito uma matéria do qual ninguém poderia ignorar que o presidente da republica federetavia do Brasil, toma cachaça. Quanto ipocresia.



Abaixo um comentario do Eduardo do blog cidadania.com vale apena ler.


Um dos fatores que furtaram da grande mídia o poder de influir na decisão de voto dos brasileiros fica evidente no recente caso envolvendo o ex-governador de Minas Gerais e atual senador tucano por esse Estado, Aécio Neves, flagrado dirigindo bêbado pelas ruas do Rio de Janeiro.


O mais interessante é que essa grande mídia, infestada por colunistas que cheiram mais do que bebem e que transformou em “fato” invenções jamais comprovadas de que o ex-presidente Lula seria alcoólatra, por Aécio ser tucano não diz um A sobre suas bebedeiras públicas, sem falar nos boatos sobre uso de cocaína.


Em maio de 2004, o então correspondente do jornal The New York Times no Brasil, Larry Rother, publicou extenso artigo acusando o Lula de ser alcoólatra e dizendo que a “sociedade” estaria “preocupada” com seu “alcoolismo” em meio aos seguidos “fracassos” de seu governo – vejam só.


Aproveitando o embalo, poucos dias depois, em 16 de maio de 2004, a Folha de São Paulo chegou a publicar matéria com chamada na primeira página sob o seguinte título: “Alcoolismo marca três gerações dos Silva”. Acredite quem quiser, o jornal disse que o alcoolismo de Lula seria genético…


O artigo de Larry Rother foi uma armação entre o correspondente e o colunista da Veja Diogo Mainardi e serviria tanto para a oposição quanto para a imprensa, nos anos que se seguiriam, tentarem desmoralizar Lula para impedir que se reelegesse em 2006.


Ontem (segunda-feira), discuti longamente o assunto pelo Twitter com um dos maiores detratores de Lula que conheço, o ex-diretor de Redação do jornal O Estado de São Paulo Sandro Vaia, que, se não me engano, foi sucessor direto, naquele jornal, de um homem que se tornou o símbolo da grande imprensa brasileira, o editor-assassino Pimenta Neves, que jamais foi preso por ter assassinado uma namorada com um tiro nas costas. Vaia nega que a mídia tenha acusado Lula de alcoolismo (!).


A diferença de tratamento que a mídia dá a tucanos e petistas, no caso das drogas lícitas e ilícitas (como álcool, cocaína ou maconha) ganha uma roupagem toda especial. Parece haver uma obsessão midiática em acusar petistas de usarem ou estimularem o uso dessas drogas.


Vejam só os casos de Paulo Teixeira, deputado federal petista por São Paulo, e Fernando Henrique Cardoso. Ambos têm praticamente a mesma opinião sobre as drogas, sendo favoráveis à descriminalização da maconha. Apesar disso, a opinião de FHC é tratada com respeito e discrição pela mesma Folha de São Paulo que acaba de publicar manchete de primeira página acusando Teixeira de estimular uso da maconha.


A estratégia bolsonarista de negar os excessos que se diz publicamente vai se tornando uma característica da direita. O ex-editor do Estadão, supracitado, teimou comigo pelo Twitter que a mídia jamais acusou Lula de ser alcoólatra. Contudo, o próprio Larry Rother, naquele seu artigo, diz claramente que a mídia é que vivia espalhando acusações de alcoolismo do petista.


Eis o que disse Rother em seu já “histórico” artigo acusando Lula:


Sempre que possível, a imprensa brasileira publica fotos do presidente com os olhos avermelhados e as bochechas coradas e constantemente fazem referências tanto aos churrascos de fim de semana na residência presidencial, onde a bebida corre solta, como aos eventos oficiais onde Da Silva parece nunca estar sem um copo de bebida nas mãos.


‘Eu tenho um conselho para o Lula’, escreveu em março [de 2004] o crítico mordaz Diogo Mainardi, colunista da ‘Veja’, a revista mais importante do país, enumerando uma lista de reportagens contendo referências ao hábito do presidente. ‘Pare de beber em público’, ele aconselhou, acrescentando que o presidente tornou-se ‘o maior garoto-propaganda para a indústria da bebida’ com seu notório consumo de álcool.


Uma semana depois, a mesma revista publicou uma carta de um leitor preocupado com o ‘alcoolismo de Lula’ e seu efeito na habilidade do presidente de governar. (…)


Quem será o Larry Rother ou Diogo Mainardi de Aécio Neves? Sim, porque se existiram para Lula, contra quem não havia provas de alcoolismo, teriam que existir para Aécio, que acaba de ser flagrado dirigindo bêbado no Rio. Além de haver provas contra o tucano, a prova ainda inclui um crime relacionado à bebida.


Bem, podem esperar sentados. Nunca mais a mídia tocará no assunto do alcoolismo comprovado de Aécio Neves, à diferença do que fez com o suposto alcoolismo de Lula.


Só que a sociedade percebe isso. É tão escancarado que, na hora de votar, a maioria absoluta dos brasileiros, que tantas vezes votara como queriam Folhas, Estadões e Vejas, agora lhes dá uma banana.


Esse caso do alcoolismo comprovado de Aécio e a diferença de tratamento para o alcoolismo não-comprovado de Lula só ajuda as pessoas a entenderem como a mídia é desonesta e como não deve ser levada a sério quando trata de política. Por isso, quando tem acusação verdadeira a fazer, o povo ignora.


Abaixo, na íntegra, o artigo de Larry Rother publicado em maio de 2004 no jornal americano The New York Times.


Hábito de bebericar do presidente vira preocupação nacional


LARRY ROTHER


DO “NEW YORK TIMES”, EM BRASÍLIA - 16/05/2004


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua inclinação por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor ainda, um copinho de cachaça, o potente destilado brasileiro feito de cana-de-açúcar. Mas alguns de seus conterrâneos começam a se perguntar se sua preferência por bebidas fortes não está afetando suu performance no cargo.


Nos últimos meses, o governo esquerdista de Da Silva tem sido assaltado por uma crise depois da outra, de escândalos de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais.


O presidente tem ficado longe do alcance público nesses casos e tem deixado seus assessores encarregarem-se da maior parte do levantamento de peso.


Essa atitude tem levantado especulação sobre se o seu aparente desengajamento e passividade podem de alguma forma estar relacionados a seu apetite por álcool. Seus apoiadores, entretanto, negam as acusações de excesso de bebida.


Apesar de líderes políticos e jornalistas falarem cada vez mais entre si sobre o consumo de bebidas de Da Silva, poucos estão dispostos a expressarem suas suspeitas em público ou oficialmente. Uma exceção é Leonel Brizola, líder do esquerdista PDT, que foi companheiro de Lula na eleição de 1998, mas agora está preocupado que o presidente esteja “destruindo os neurônios de seu cérebro”.


“Quando eu fui candidato a vice-presidente de Lula, ele bebia muito”, disse Brizola, agora um crítico do governo, em um discurso recente. “Eu o avisei que bebidas destiladas são perigosas. Mas ele não me escutou e, de acordo com que estão dizendo, continua a beber.”


Durante uma entrevista no Rio de Janeiro em meados de abril, Brizola argumentou sobre a preocupação que ele havia expressado a Da Silva e que o que ele dissera ter sido desconsiderado. “Eu disse a ele: “Lula, eu sou seu amigo e camarada, e você precisa controlar isso’”, ele lembra.


“Não, não há perigo, eu tenho isso sob controle”, Brizola lembra da resposta de Da Silva, imitando sua voz rouca. “Ele resistiu, ele é um resistente”, Brizola continuou. “Mas ele tinha aquele problema. Se eu bebesse como ele, estaria frito.”


Os porta-vozes de Da Silva recusaram-se a discutir oficialmente os hábitos de beber do presidente, afirmando que não iriam dar crédito a acusações infundadas com uma resposta oficial. Em uma breve mensagem por e-mail que respondia a um pedido de comentário, afirmaram que a especulação que Da Silva bebe em excesso como “uma mistura de preconceito, desinformação e má-fé”.


Da Silva, um metalúrgico de 58 anos, mostrou ser um homem de apetites e impulsos fortes, o que contribui para seu apelo popular. Com um misto de compaixão e simpatia, os brasileiros têm assistido a seus esforços para não fumar em público, a seus flertes com atrizes em eventos públicos e à sua batalha contínua para evitar comidas gordurosas -que fizeram seu peso aumentar muito em pouco tempo desde que assumiu o cargo em janeiro de 2003.


Além de Brizola, líderes políticos e a mídia parecem preferir lidar com isso de forma mais sutil e indireta, mas com com um certo apetite. Sempre que possível, a imprensa brasileira publica fotos do presidente com os olhos avermelhados e as bochechas coradas e constantemente fazem referências tanto aos churrascos de fim de semana na residência presidencial, onde a bebida corre solta, como aos eventos oficiais onde Da Silva parece nunca estar sem um copo de bebida nas mãos.


“Eu tenho um conselho para o Lula”, escreveu em março o crítico mordaz Diogo Mainardi, colunista da “Veja”, a revista mais importante do país, enumerando uma lista de reportagens contendo referências ao hábito do presidente. “Pare de beber em público”, ele aconselhou, acrescentando que o presidente tornou-se “o maior garoto-propaganda para a indústria da bebida” com seu notório consumo de álcool.


Uma semana depois, a mesma revista publicou uma carta de um leitor preocupado com o “alcoolismo de Lula” e seu efeito na habilidade do presidente de governar.


Apesar de alguns sites estarem reclamando de “nosso presidente alcoólico”, foi a primeira vez que a grande imprensa nacional referiu-se a da Silva desta maneira.


Historicamente, os brasileiros têm razão para estarem preocupados com sinais de hábitos de abuso do álcool de seus presidentes. Jânio Quadros, eleito em 1960, foi um bebedor manifesto que um dia declarou: “Bebo porque é líquido”.Sua inesperada renúncia, menos de um mês após ter assumido -período considerado uma maratona de excessos- iniciou um período de instabilidade política que levou a um golpe de Estado, em 1964, e a 20 anos de uma rígida ditadura militar.


Independentemente se Da Silva tem um problema com bebida ou não, o tema tem se infiltrado na consciência pública e se tornado alvo de piadas.


Quando o governo gastou US$ 56 milhões no início do ano para comprar um novo avião presidencial, por exemplo, o colunista Claudio Humberto, uma espécie de Matt Drudge da política brasileira, fez um concurso para dar um apelido à aeronave. Uma das escolhas vencedoras, em alusão de que o avião presidencial americano é chamado de Força Aérea Um, sugeriu que o nome do jato de Da Silva deveria ser “”Pirassununga 51″ -nome de uma marca popular de cachaça no Brasil.


Outra sugestão foi “Movido a Álcool”, um trocadilho com o plano governamental de incentivar o uso de etanol em carros.


Especulação sobre os hábitos de bebida do presidente tem sido alimentada por várias gafes e passos em falso que ele tem feito em público. Como candidato, ele uma vez se referiu aos moradores de uma cidade considerada uma abrigo para os gays chamando-a de “pólo exportador de veados”. Como presidente, suas escorregadas em público continuaram e se tornaram parte do folclore político brasileiros.


Numa cerimônia aqui em fevereiro para anunciar um grande investimento, por exemplo, Da Silva duas vezes se referiu ao presidente da General Motors, Richard Wagoner, como presidente da Mercedes-Benz. Em outubro, num dia em homenagem aos idosos do país, Da Silva disse a eles: “Quando vocês se aposentarem, não fiquem em caso aborrecendo sua família. Encontrem alguma coisa para fazer”.


No exterior, Da Silva também tropeçou ou foi mal aconselhado. Em visita ao Oriente Médio no ano passado, ele imitou um sotaque árabe falando em português, inclusive com pronúncias erradas. Em Windhoek, na Namíbia, o presidente disse que a cidade parecia tão limpa que “não parece que está num país africano.”


A equipe de Da Silva e seus simpatizantes respondem que esses escorregões são apenas ocasionais e previsíveis para alguém que gosta de falar de improviso e não tem nada a ver com seu consumo de álcool, que eles descrevem como sempre moderado. Para eles, Da Silva é visto de um padrão diferente -e injusto- com relação a seus antecessores porque ele é o primeiro presidente brasileiro vindo da classe trabalhadora e estudou apenas até a quinta série.


“Qualquer um que já tenha estado em recepções formais ou informais em Brasília testemunhou presidentes bebericando uma dose de uísque”, escreveu recentemente o colunista Ali Kamel, no diário carioca “O Globo”. “”Mas sobre o fato nada se leu a respeito dos outros presidentes, somente de Lula. Isso cheira a preconceito.”


Da Silva nasceu em uma família pobre, num dos Estados mais pobres do país e passou anos liderando sindicatos de trabalhadores, um ambiente famoso pelo alto consumo de álcool. Relatos da imprensa brasileira têm repetidamente descrito o pai do presidente, Aristides -o qual ele pouco conheceu e morreu em 1978- como um alcólatra que maltratava suas crianças.


Histórias sobre episódios de beber envolvendo Da Silva são abundantes. Depois de uma noite na cidade onde ele fora membro do Congresso, no final dos anos 1980, Da Silva saiu do elevador no andar errado do prédio onde morava na época e tentou arrombar a porta de um apartamento que ele imaginava ser o seu, de acordo com políticos e jornalistas aqui, incluindo alguns que moravam no mesmo edifício.


“Sob Lula, a caipirinha virou “bebida nacional” por decreto presidencial”, escreveu o diário Folha de S. Paulo no mês passado, em artigo sobre a associação de Da Silva com álcool e em alusão a um coquetel feito com cachaça.

domingo, 17 de abril de 2011

O MASACRE DE REALENGO


BLOG O MURAL: Sete de abril de 2011 ficará marcado em nossa história como o dia em que um fenômeno que já vinha se anunciando fez do Brasil um país assustador. O jovem que entrou naquela escola em Realengo, no Rio, e disparou contra dezenas de pessoas, matando até crianças, não tinha razões pessoais para fazer o que fez. Será que agiu por ódio?

Em vez de gastar dinheiro com cada vez mais equipamentos de segurança e armas, melhor gastar na formação cidadã: investir no professor, no aluno e na família do aluno (sobretudo na mãe).

Não cabe censura à imprensa, mas cabe repúdio aos péssimos valores que a imprensa passa, na corrida pela audiência e pelo lobby das elites arcaicas que são os barões da mídia. Nas concessões públicas de rádio e TV, a sociedade tem o direito de conceder para uso ético, para a construção da sociedade que queremos, e não para a mera corrida comercial pela audiência a qualquer preço, inclusive incentivando indiretamente futuras tragédias como essas, quando mostradas como se fosse um reality show.

Que dizer dos “BBBs” e “Fazendas” das vidas que em vez de acrescentar algo de útil apenas induz os nossos jovens a comportamentos que criam a ilusão de que corpo sarado conquista qualquer coisa, que para ter sucesso temos que eliminarem outros no paredão, talvez isso tenha passado na cabeça do psicopata que a vida é um jogo como o reality show e sai eliminando vidas. Não sei como serão os nossos filhos e netos. Tornaram-se seres avessos a sentimentos, mais frios, mais cínicos, mais hipócritas, sem ideais, materialistas até o âmago. Até nas relações amorosas, hoje cultua-se o sexo muito mais do que o amor. Meninas querem ser “cachorras”, meninos querem ser “bad boys”. O culto ao ter em lugar de ao ser, a prevalência avassaladora do materialismo, do consumismo e da falta de respeito ao semelhante são o zeitgheist brasileiro {(pronúncia: tzait.gaisst) é um termo alemão cuja tradução significa espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos}, o espírito assustador de uma época em que, cada vez mais, a sociedade brasileira precisa parar, pensar e repensar os seus valores enquanto ainda há tempo, se é que tempo ainda há.

Mas somos todos sabedores que na verdade a mente sadia e que traz uma sociedade sadia e por sim só um país sadio, onde pessoas respeitam e toleram os diferentes e cultua suas famílias como a coisa mais sagrada da vida. Quando esses valores são trocado por outros que não são afinadas com a sociedade, pode se causar tragédia anunciada como essa.

Assim ficamos atônicos, sem voz, quando ouvimos ou vemos pela TV a tragédia de Realengo, esta guinada passamos a buscar explicações das mais absurdas para tratar de um assunto que está todos os dias na nossa casa, ali presente no nosso dia a dia, sem que percebêssemos os assuntos meio que passa em branco, pois nossa preocupação esta com o próximo capítulo da novela, com o final do campeonato etc...

Outro dia escrevi aqui sobre a roda História e disse ou nós à controlamos, ou ela nos levará a fazer parte dela, assim hoje famílias inteira levada a ruína pela história de um menino que um dia sabe-se lá não foi respondido por quem tinha nas mãos o dever de fazer, sua família e o estado.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

BLOG O MURAL:) veja agora a diferença do Ministério da Educação:

2002, R$ 29 bi; 2011, R$ 70 bi.



2)Desempenho no PISA (o ENEM internacional): Luxemburgo, Chile e Brasil foram os países que mais evoluíram.



3)Rede publica federal ganha da escola privada nos exames do PISA, nas três categorias: Leitura, Matemática e Ciências.



4)Prova Brasil (a cada dois anos, para alunos da 4ª. à 8ª. série):


Alunos em 2005 – 3,3 milhões; em 2009, 4,5 milhões



5)ENEM – exame nacional do ensino médio (que o Padim Pade Cerra boicotou)


2002 – 1,9 milhão de alunos


2010 – 4,6 milhões, (com o boicote do maior estado da Federação)



6)Matriculas em educação profissional e tecnologia:


2002 – 565 mil


2010 – 1,1 milhão



7)Unidades de ensino profissional


Janeiro de 2003 – 140


2012 – 435




8)Municípios com ensino profissional:



2003 – 118 municípios


2012 – 388 municipios



9)Escolas profissionais criadas ou federalizadas por presidentes:


Lula – 214 contra 140 de todos os outros presidentes


FHC/Cerra/Paulo Renato – 11


Vargas – 15


Jango – 8


Geisel – o quindim de Iaiá de historialistas brasileiros: 1




10)Matriculas em mestrado e doutorado:


2003 – no Governo do Grão-Sociólogo, 638 mil


2009 – no Governo do metalúrgico, 1 milhão



11)Numero de matriculas em universidades federais:


2003 – 596 mil


2009 – 850 mil



12)Vagas de graduação nas universidades federais:



2003 – 109 mil


2009 – 243 mil



13)Numero de universidades:



2003 – 45


2009 – 59



14)Campus e unidades criadas (não chegam a formar universidades)


2003 – 148


2010 – 274



15)Criação de universidades federais:



FHC – 6 (Geisel, 1; Jango 2; JK 11)



Lula – 14



16)ProUni



De 2005, 2º. Semestre, a 2010, 749 mil bolsas, sendo 47% de afro-descendentes, 69% bolsas integrais e 89% cursos presenciais


No fim de 2010 havia 410 mil alunos que utilizavam o ProUni



17)FIES


Juros caíram de 9% para 3,4% a.a.; financiamento de 100% das mensalidades; dilatação do prazo de pagamento para o triplo do tempo


2003 – 51 mil contratos


2010 – 426 mil



18)Países que mais evoluíram na publicacão de artigos em revistas cientificas:


China, Brasil, Turquia e Índia, na ordem.

Conheça as escolas estaduais de São Paulo mais bem avaliadas


BLOG O MURAL: Turmas pequenas, treinamento focado e envolvimento dos pais e da comunidade são fatores que contribuem para bom desempenho dos alunos nas escolas mais bem avaliada do Estado veja a reportagem do IG.


Marina Morena Costa, enviada especial 14/04/2011 11:13



No interior do Estado de São Paulo, entre plantações de cana-de-açúcar, pés de laranja e estradas vicinais mal conservadas, estão as melhores escolas estaduais. Elas atingiram em 2010 os índices mais altos no Idesp, indicador de qualidade criado pelo governo paulista. Para conhecer as receitas de sucesso e ver o que dá certo na educação pública, a reportagem do iG visitou cinco escolas que não só tiveram os melhores desempenhos, como ultrapassaram a meta pretendida para 2030 pelo Estado, nota 6 no 9º ano do ensino fundamental e 5 no 3º ano do ensino médio.



As escolas Antonio Sanches Lopes, Rizzieri Poletti, Comendador Francisco Bernardes Ferreira, Pedro Mascari e Professor João Caetano da Rocha estão localizadas em cidades pequenas ou distritos rurais e têm em comum, principalmente, o número reduzido de alunos e a falta de equipamentos tecnológicos. Provam que a qualidade da educação passa por poucos alunos por professor e por um corpo docente presente, com vários anos de dedicação a mesma escola.



O treinamento focado no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) – prova do governo que avalia a aprendizagem dos alunos e compõem o Idesp, junto com dados de repetência e evasão – também garante o bom resultado. Apesar da prova não significar nada para os alunos em termos de nota ou bônus em vestibulares, os estudantes das “escolas campeãs” fazem a avaliação com empenho e dedicação. Para eles, é o nome da cidade e da escola que está em jogo.



Poucos alunos



Única escola da cidade de Balbinos, a Antonio Sanches Lopes, atingiu Idesp de 6,94 no 9º ano do ensino fundamental, o mais alto do Estado nesta etapa da educação. A diretora Maria Salete Balancieri é ex-aluna da escola e trabalha lá há 16 anos. Ela ressalta que a turma de 2010 contava com apenas 10 alunos e era muito boa. “Eles sempre se destacaram”, afirma.





Na prática, o Saresp não significa nada para os alunos. Não reprova de ano, não dá pontos na nota final, nem bônus no vestibular, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes não têm como saber a nota que tiraram na prova, não recebem boletins de desempenho e a Secretaria não divulga os gabaritos. A Secretaria estuda a possibilidade do Saresp conceder pontos no vestibular das universidades públicas estaduais e das instituições de ensino superior que quiserem adotá-lo, mas nada de concreto foi anunciado até agora.



Mesmo assim, os alunos sentem-se na obrigação de “ir bem” porque se preocupam com o nome da cidade e da escola – em muitos casos onde seus pais e irmãos estudaram. “Essa nota é uma meta para a nossa turma”, diz Joseani, Zampieri, 16 anos, aluna do 3º ano do ensino médio.



Outro fator que faz efeito é a metodologia de ensino e o treinamento aplicado. As escolas ensinam o conteúdo das apostilas distribuídas pela Secretaria de Educação, material didático que uniformizou o currículo escolar na rede e no qual o Saresp é baseado. Pelo menos três simulados enviados pelas Diretorias de Ensino são aplicados ao ano. O desempenho de cada aluno é avaliado e os professores partem dele para atuar em cima das dificuldades apresentadas. Em turmas com no máximo 20 alunos, o trabalho fica mais fácil e eficiente.



Respeito



Companheirismo, colaboração e respeito. Professores e alunos apontam essas características como principais fatores do bom ambiente escolar e da disciplina. “Aqui nunca sai briga”, diz Fernando Zaniboni, aluno da Pedro Mascari, escola de um pequeno distrito de Itápolis, a 18 km do centro da cidade. Com 233 alunos, divididos entre manhã, tarde e noite, os alunos convivem durante o recreio, fazem atividades juntos, excursões e afirmam ser amigos.



Em 2010, a Pedro Mascari ficou em 3º lugar no Idesp do 9º ano do ensino fundamental (6,48) e em 4º no Idesp do ensino médio (5,17). “A gente se destacou nas duas etapas e se Deus quiser este ano vamos tirar um primeiro lugar”, torce Luis Fernando da Silva, 16 anos, aluno da turma do 3º ano do






Escola é da família


Referência de cultura, lazer e ponto de acesso à internet, as escolas são abraçadas pela comunidade, que utiliza bastante o espaço. Com o projeto “Escola da Família”, os jovens pararam de pular os muros nos fins de semana para usar a quadra, em muitos casos a única da cidade ou do distrito.


O programa do governo estadual, criado em 2003, chegou há pouco às escolas visitadas. A instituição abre as portas para a comunidade nos fins de semana, oferecendo atividades de esporte, cultura, saúde e trabalho, e jovens universitários ganham bolsas de estudo para trabalhar na escola. “Temos 10 ex-alunos trabalhando aqui. É um estímulo para eles continuarem os estudos”, avalia Marlene Eunice Cavalheiro Bueno Verdiani, diretora da João Caetano da Rocha, localizada em um distrito de Itápolis. Lá, o programa começou só neste ano.


A presença e a participação dos pais são estimuladas nas escolas “campeãs”. É devido a esta relação próxima com as famílias que as faltas e a evasão escolar são problemas menores nas escolas de cidades pequenas. Os educadores vão até a casa dos estudantes se eles faltam mais de um dia. Conversam com os pais, fazem o possível para que os alunos não abandonem os estudos. E como em cidade pequena praticamente todo mundo se conhece, ao avistar um aluno fora da escola no período de aula, os próprios moradores ligam para a escola e avisam a direção. “Aqui todo mundo cuida de todo mundo. O aluno é um ser humano, não um número”, diz Sandra Regina Veronesi Melo, professora de artes da Antonio Sanches Lopes.



Festival Sertanejo de Porto Feliz dará 10 mil em prêmios


BLOG O MURAL: Termina no próximo dia 20, o prazo para artistas sertanejos de Porto Feliz e região se inscreverem para o do “1º Mega Festival da Canção Sertaneja – Homenagem ao Trabalhador Porto-Felicense”. O evento acontece nos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio e dará 10 mil reais em prêmios para os primeiros colocados.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site da Prefeitura de Porto Feliz (www.portofeliz.sp.gov.br) – onde também pode ser encontrado o regulamento do festival – ou pessoalmente na Diretoria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, na rua Ademar de Barros, 529, centro.

O festival será promovido pela Prefeitura de Porto Feliz na praça Dr. José Sacramento e Silva (Matriz), no centro da cidade. O objetivo será levar lazer e entretenimento à população, fomentar a música sertaneja na cidade e região e comemorar o Dia do Trabalhador. Regulamento

Do total de inscritos, o regulamento prevê a seleção de 20 artistas que se apresentarão nos três dias de shows. A escolha será feita pela Comissão Julgadora do evento.

O festival começa na sexta-feira, 29, a partir das 20h, com apresentação de 10 artistas. No sábado, 30, também a partir das 20h, mais 10 artistas sobem ao palco. Já no domingo, 1º de Maio, haverá a apresentação dos 10 finalistas escolhidos por júri.

Serão premiados os 10 primeiros colocados. Os prêmios serão concedidos pela iniciativa privada, parceira na organização do evento. Outras atrações

Além do concurso de intérpretes sertanejos, o Festival também terá shows nos três dias de evento. Na sexta-feira, a dupla Cristiano Carvalho e Rafael se apresenta às 22h.

No sábado, a partir das 14h, está confirmada a apresentação da Caravana do Macedo. Às 22h, o show será da dupla Sander e César com participação do cantor Rodrigo (da dupla Diego e Rodrigo).

No domingo, o cantor, compositor e poeta cearense Pingo de Fortaleza se apresenta às 10h30. Às 14h, o público acompanha o show sertanejo e, às 16h, apresentação de cururu. O Festival será encerrado pela dupla Otávio Augusto e Gabriel, 22h. Prefeitura nos Bairros

A programação do “1º. Mega Festival da Canção Sertaneja – Homenagem ao Trabalhador Porto-Felicense” incluirá no sábado, 30, a volta do projeto Prefeitura nos Bairros, que este ano, estará em sua 5ª. edição.

O projeto será realizado das 8h às 16h, na Praça da Matriz, onde secretarias e diretorias municipais estarão com os principais serviços à disposição dos munícipes.

Governo Municipal implantará Academia do Idoso no bairro da Água Branca


BLOG O MURAL: Cerca de 200 idosos da região do bairro Água Branca serão beneficiados pela Prefeitura de Porto Feliz com a construção da Academia de Exercício do Idoso, na Praça 9 de Julho.

O município fará um investimento de R$ 51 mil — que inclui montagem dos equipamentos e o pagamento de funcionários e serviços. Para a compra de materiais de sete aparelhos de ginástica o prefeito municipal e a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Porto Feliz (FSS) Patrícia Rosa Maffei assinaram na sexta-feira, 8, em São Paulo, convênio no valor de R$ 15 mil com o Fundo de Solidariedade do Estado.


Com o novo espaço a Prefeitura por meio do Fundo de Solidariedade de Porto Feliz quer “promover a melhoria da qualidade de vida dos idosos proporcionando local adequado para a prática de atividades físicas e trabalhando na prevenção de acidentes e enfermidades”, aponta o projeto da Academia. Além de ceder o espaço, o município será responsável pela manutenção dos equipamentos e praça.


A Coordenadoria de Esportes será parceira do projeto fornecendo professor de educação física e monitor que farão o acompanhamento e a avaliação periódica das atividades. Já a Secretaria de Saúde por meio do programa Estratégia da Família (ESF) será responsável pelas ações voltadas à saúde preventiva.


Para o prefeito municipal a iniciativa mostra o esforço do Governo Municipal em prol da terceira idade. “É mais uma conquista para nossos porto-felicenses da melhor idade, que merecem todo o respeito e atenção do Poder Público”, disse o prefeito lembrando dos investimentos da Prefeitura para concluir as obras da nova sede do Grupo Raízes da Melhor Idade, e que será entregue dentro de alguns dias.


Já a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade destacou os benefícios da Academia. “Criar um espaço como este certamente irá contribuir para aumentar a socialização e ao mesmo tempo a qualidade de vida dessas pessoas”, destacou. “Além do aumento do contato entre eles, a academia será fundamental para trabalhar a saúde preventiva em meio à terceira idade”, completou.






Hamilton defende criação da Região Metropolitana de São Paulo


BLOG O MURAL: Durante Audiência que debateu a criação da Região Metropolitana de São Paulo, Hamilton Pereira (PT) defendeu a discussão e aprovação do Projeto e propôs que o próximo debate seja sobre a criação da Região Metropolitana de Sorocaba.


Disse o deputado "Espero que, depois que aprovarmos a criação da Região Metropolitana de São Paulo, aprovemos também a criação da Região Metropolitana de Sorocaba, que está pronta pra Ordem do Dia e foi a primeira proposta nessa Assembleia Legislativa que venceu em todas as Comissões Permanentes", defendeu.

O Projeto que cria a Região Metropolitana de São Paulo foi enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa de São Paulo em 2005, mesmo ano em que o deputado Hamilton apresentou o Projeto de Lei Complementar 33, que cria a Região Metropolitana de Sorocaba. "Antes tarde do que nunca, vamos debater e, quando estiver pronto para votar, vamos aprovar o Projeto que cria a Região Metropolitana de São Paulo e vamos debater as demais iniciativas que propõem a criação de regiões metropolitanas como a de Sorocaba", afirmou o deputado Hamilton.


O parlamentar defendeu ainda a realização de audiências públicas regionalizadas para debater a Região Metropolitana de São Paulo. "A Lei Complementar 760/94 propõe que, para se criar uma região metropolitana, nós tenhamos uma audiência pública em cada um dos municípios que se propõe compor a mesma", destacou Hamilton. "Temos aqui um substitutivo criado pelo nosso companheiro Mário Reali, então deputado, que propõe uma subdivisão da região metropolitana em 5 subregiões e queremos saber se teremos o que preconiza a Lei Complementar 760/94", completou.


Ao explanar sobre o projeto, o secretário Estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, explicou que o Conselho da Região Metropolitana de São Paulo deverá ser consultivo e garantirá somente assento a prefeitos, vereadores, secretários, parlamentares estaduais e agentes do governo do Estado, sem considerar a participação da sociedade civil. "Todos nós somos favoráveis ao ordenamento e ao planejamento do crescimento das grandes regiões, mas para isso precisamos de uma participação não só das autoridades constituídas, mas precisamos também da opinião da sociedade civil organizada que tem que ter sua cota de participação nesse debate", frisou Hamilton.


A Bancada de deputados petistas defende a inclusão, no debate, de pontos como a instituição de um Conselho com atribuições de diálogo com a sociedade, assim como programas e Orçamento do Estado, mecanismos que garantam que o Conselho participe de decisões sobre cronograma de obras e investimentos, planos subregionais de desenvolvimento e mais clareza sobre como se dará a participação da sociedade civil organizada no Conselho. Segundo Edson Aparecido, mais cinco audiências públicas serão realizadas nos dias 18, 25, 27, 29 de Abril e 2 de maio para debater o Projeto, O local escolhido para o dia 18 foi a Sede do Consórcio Intermunicipal do ABC, em Santo André.


Fonte: Assessoria de Imprensa.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Criação do Instituto Sonorum recebe moção de aplausos



Vereador Urias e Professora Elisandra.

BLOG O MURAL: Homenagem foi feita pelo vereador Urias de Oliveira (PT).

Na 7ª Sessão Ordinária da Câmara dos Vereadores, realizada dia 5 de abril de 2011 o “Instituto de Educação Musical Sonorum” recebeu moção de aplausos pela inauguração de suas atividades, que foi realizada no Anfiteatro Olair Coan.





A moção, que foi de autoria do Vereador Urias de Oliveira (PT), foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores. A Professora e uma das criadoras do instituto, Elizandra Martins, compareceu a Sessão e acompanhou a homenagem.




O vereador Urias disse em seu discurso, que se comoveu muito naquela noite ao ver os professores e alunos chorando e sorrindo de felicidade. Afirmou também que percebia amor, em cada acorde, no olhar das crianças e espera que o projeto transponha as fronteiras do nosso município, fazendo com que o instituto seja reconhecido em grande escala.




O “Instituto de Educação Musical Sonorum” está com inscrições abertas para alunos entre 9 à 15 anos. Os interessados devem procurar a Casa da Cultura, entre os dias 4 ao dia 15 do mês de abril, na Rua Tristão Pires, 123, próximo ao campo do União.







Escola Vereador Carlinhos recebe moção de aplausos



A Diretora Mariana e o Vereador Urias BLOG O MURAL:

Autoria da moção foi do vereador Urias de Oliveira.







Na 6ª Sessão Ordinária da Câmara dos Vereadores, realizada dia 25 de março de 2011 a E.M.E.F. Vereador Carlos Roberto de Oliveira recebeu moção de aplausos pelo aniversário da escola Carlinhos no bairro da Água Branca. Foi comemorado o dia do Patrono, 19/03, dia do aniversário do Ex Vereador Carlos Roberto de Oliveira.





De autoria do Vereador Urias de Oliveira (PT), a moção foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores. A diretora da escola, Mariana Rodriguez Martins, compareceu a Sessão e acompanhou a homenagem ao patrono da escola.





Quando o vereador Urias de Oliveira ( PT) fez uso da palavra, se emocionou ao falar do companheiro Carlinhos, que também era do Partido dos Trabalhadores. Em seu discurso, Urias disse sobre o “companheiro de todas as horas”, “batalhador, honesto” e que “os frutos que ele plantou, hoje começam a colher”.





A unidade escolar atende a 532 alunos das séries iniciais dos ciclos II, III e IV distribuídos nos turnos da manhã e tarde. O prédio dispõe de 8 salas de aula, sala de informática, sala de leitura, pátio coberto, quadra poliesportiva e possui também um amplo teatro com capacidade para 250 lugares sentados que inaugurado valorizou ainda mais a cultura naquele bairro. É também a 1ª escola totalmente adaptada aos portadores de deficiência física sendo reconhecido pelos portadores um avanço para priorizar as adaptações em outros prédios públicos da nossa cidade.









A escola foi nomeada pelo prefeito municipal Claudio Maffei ( PT), em homenagem a Carlinhos, que foi um homem que sempre lutou pelo bem do município.









segunda-feira, 11 de abril de 2011

Motivacional: Superação .

BLOG O MURAL:

“Nenhuma escola é uma ilha.”


BLOG O MURAL: De todos os comentarios que vi na internet, televisão e radio este texto me chamou a atenção pela lucidez que a autora colocou a discução afinal a escola não é mesmo uma ilha e os alunos não vivem num mundo proprio sem relação como nosso de adulto.



(....)

A tragédia no Realengo, a meu ver, pode e deve ser início de um debate importante sobre a nossa sociedade.

A tragédia na escola do Rio de Janeiro acontece num contexto bastante relevante. Em outubro de 2009, Geyse Arruda foi hostilizada por seus colegas de faculdade porque, segundo eles, ela não sabia se vestir de modo “apropriado” para freqüentar as aulas. Em junho de 2010, Bruno, goleiro do Flamengo, é suspeito de matar a ex-namorada, Elisa Samudio, por não querer pagar pensão ao filho. Suposta garota de programa, Samudio foi hostilizada na opinião de muitos brasileiros. Após rompimento, Mizael Bispo, inconformado, mata sua ex-namorada Mércia Nakashima em maio de 2010. Em novembro de 2010, grupos de jovens agridem homossexuais na Avenida Paulista, enquanto Mayara Petruso incita o assassinato de nordestinos pelo Twitter. E mais recentemente, em cadeia nacional, Jair Bolsonaro faz discurso de ódio contra homossexuais e negros. Tudo isso instigado e complementado pelo discurso intolerante, preconceituoso, conservador e mentiroso do candidato José Serra à presidência da República. A mídia? Estava ao lado de Serra, corroborando em suas artimanhas, reforçando preconceitos contra Dilma, contra as mulheres e contra os tantos mais “adversários” do candidato tucano.

Wellington matou mais meninas na escola carioca. Se, por um lado, jamais saberemos as reais razões que o fizeram agir dessa forma, por outro sabemos o quanto a sociedade brasileira tem sido, no mínimo, indulgente com atos de intolerância, machismo, ódio e preconceito contra mulheres, negros e homossexuais. Se não há uma ligação direta entre esses diversos acontecimentos, eles pelo menos nos fazem pensar o quanto vale a vida de alguém em um contexto de tantos ódios? Quantas mulheres morrerão hoje vítimas do machismo? Quantos gays sofreram violência física? Quantos negros sentirão declaradamente o ódio racial que impregna o nosso país? O que é o bullying se não o prolongamento para a escola desse tipo de mentalidade? Quantas pessoas apoiaram as declarações de ódio de Bolsonaro via Facebook? Aquilo que acontece no ambiente escolar nada mais é do que um microcosmo do que a sociedade elege como valores primordiais. E o Brasil, que por tanto tempo negou a “pecha” de racista e preconceituoso, vê sua máscara cair.

Não adianta culpar o bullying, achando que ele é um problema de jovens, um problema das escolas. Não adiante grades e detectores de metal nas entradas ou a proibição da venda de armas. Como professora, sei que o que os alunos reproduzem em sala nada mais é do que ouviram da boca de seus pais ou na mídia. Não adianta pedir paz e tolerância no colégio enquanto a mídia e a sociedade fazem outra coisa. Na escola, o problema do bullying é tratado como algo independente da realidade política, econômica e social do país. Mas dá pra separar tudo isso? Dá pra colocar a questão só em “valores” dos adolescentes, da influência do malvado do computador ou dos videogames? Ou é suficiente chamar o ato de Wellington de uma “violência pós-moderna” sem explicação? Das muitas agressões cotidianas, a da escola do Realengo é apenas uma demonstração da potencialidade de nossos ódios. A única coisa que me pergunto é:


Teremos a coragem de fazer esse tipo de discussão?

Ana Flávia C. Ramos é professora, historiadora pela Unicamp

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Santayana analisa a carta do suicida de Realengo


BLOG O MURAL: O Conversa Afiada reproduziu texto de Mauro Santayana, publicado no JB: e o blog post para os leitores:



O terrorismo de Columbine


por Mauro Santayana


É difícil separar a emoção da razão, quando escrevemos sobre tragédias como a de ontem. A morte de crianças nos toca fundo: pensamos em nossos próprios filhos, em nossos próprios netos. Por mais que deles cuidemos, são indefesos em um mundo a cada dia mais inóspito.


Crianças e professores são agredidos pelos próprios colegas nas escolas. Traficantes de drogas e aliciadores esperam às suas portas a fim de perverter os adolescentes. Em 1955, baseado em livro de Evan Hunter, Richard Brooks dirigiu um filme forte sobre a brutalidade nas escolas norte-americanas, Blackboard Jungle, exibido no Brasil com o título de Sementes da Violência.


É difícil entender como um rapaz de 24 anos se arma e volta à escola onde estudara, a fim de atirar contra adolescentes. No calor dos fatos, com a irresponsabilidade comum a alguns meios de comunicação, associaram o crime ao bode expiatório de nosso tempo, o “terrorismo muçulmano”. No interesse dessa ilação, chegaram a anunciar que isso estava explícito na carta que ele deixou. Ela, no entanto, revela loucura associada não ao islamismo, mas, sim, às seitas pentecostais, de origem norte-americana, com sua visão obscurantista da fé. São seitas que alimentaram atos de loucura como o de Jim Jones, ao levar 900 de seus seguidores, a Peoples Temple, ao suicídio, na Guiana, em 18 de novembro de 1978. É o que hoje fazem pastores da Flórida, ao queimar um exemplar do livro sagrado dos muçulmanos – e provocar a reação irada de fiéis no Iraque e no Afeganistão. Segundo revelou sua irmã, a mãe adotiva de Wellington, cuja morte o transtornou, pertencia à seita das Testemunhas de Jeová, preocupada com a pureza do corpo, que o assassino menciona em sua carta. A referência à volta de Jesus e ao dogma da Ressurreição dos justos, não deixa dúvida. Ele nada tinha a ver com o Islã, apesar de suas recomendações lembrarem ritos mortuários comuns às religiões monoteistas.


A carta revela um jovem perturbado pela idéia de pureza. Aos 24 anos, o assassino diz que seu corpo “virgem” não pode ser tocado pelos impuros. Ao mesmo tempo, presumindo-se herdeiro da casa que ocupava em Sepetiba, deixa-a, em legado, para instituições que cuidem de animais abandonados. Os cães, que são a maioria dos bichos de rua no Brasil, são, para os muçulmanos, animais amaldiçoados.


É preciso rechaçar, de imediato, qualquer insinuação de fundamentalismo islamita ao ato de insanidade do rapaz. O pior é que homens públicos eminentes endossaram essa insensatez. O terrorismo de Wellington é o dos atos, já rotineiros, de assassinatos em massa nas escolas norte-americanas, a partir do episódio de Columbine em 20 de abril de 1999. Desde que os meios de comunicação e do entretenimento transformaram o homem nesse ser unidimensional, conforme Marcuse, o modelo de vida, que o cinema, as histórias em quadrinhos, a televisão e, agora, a internet, nos trazem, é o da pujante, bem armada e soberba civilização norte-americana. Ela nos prometia a realização do sonho da prosperidade, da saúde, da segurança, do conforto e da alegria, da virilidade e da beleza. Mas essa civilização é apenas pesadelo, contrato faustiano com o diabo, sócio emboscado da morte. O diabo começou a cobrar seu preço, ao levar essa civilização à loucura, no Vietnã; nas muitas intervenções armadas em terra alheia; em Oklahoma, em Columbine, em Waco, e nos demais assassinatos coletivos dos últimos anos.


Limpemos as nossas lágrimas, e reflitamos se vale a pena insistir nessa forma de vida. Se vale a pena continuar sepultando crianças, e com elas, os sentimentos de solidariedade, de humanismo, de civilidade e de justiça. As crianças que morreram ontem, ao proteger as mais fracas com seus corpos, nos disseram o que temos a fazer, para que a vida volte a ter sentido.


domingo, 3 de abril de 2011

Brasil: muito Agnelli para pouco Mauá


BLOG O MURAL: Estou acompanhando, entristecido, este chororô de pedido dos empresários de mais e mais prazo para que seja realizada a licitação do trem-bala ligando o Rio e São Paulo.


Não apenas é uma obra viável técnica e economicamente como é uma necessidade para o desenvolvimento das duas metrópoles.


Hoje e, sobretudo, nos próximos anos. Esta história de dizer que a demanda não cobrirá o investimento é a famosa “meia-verdade”. Pode até, nos primeiros meses, ou anos, não remunerar o investimento.


É verdade que se perdeu a cultura do transporte por trens e as tarifas aéreas baratearam.


Mas os limites do tráfego aéreo são mais estreitos do que se pensa. Congonhas está abarrotado. O Santos Dumont está chegando lá: em janeiro de 2009 trafegaram ali 270 mil passageiros, em janeiro deste ano, 650 mil. Pode ainda ter uma pequena folga operacional, mas exige obras complementares complicadas, como a de um edifício garagem, e o acesso ao aeroporto interfere e faz um nó no deslocamento urbano, na ligação Aterro-Perimetral. E ambos os aeroportos têm horário de operação – por estarem no meio de centros urbanos – restringido, sem possibilidade de uso a partir de 22 horas.


E não se pode fazer a conta da tarifa do trem como se faz a de uma linha de ônibus, que custa o mesmo com qualquer antecedência e em qualquer horário, porque é do avião que o trem se aproxima em termos de duração da viagem. Dependendo do dia, horário e da antecedência, uma passagem Rio-SP pode custar R$ 50 ou R$ 800.


Os cálculos de tarifa, hoje, consideram outros parâmetros que não o custo da operação e do equipamento, mas uso da capacidade e geração de fluxo de caixa.


Ontem, depois de uma semana de choradeira por mais prazo, apareceu uma carta da China Comunications Construction Company, um gigante de 112 mil empregados e patrimônio de US$ 268 bilhões, dizendo que é capaz de financiar 85% dos recursos necessários à obra.


A matéria da Folha registra que há um rombo – o que será rombo, será dinheiro a ser recuperado no longo prazo? – no programa chinês de construção de linhas férreas de alta velocidade, mas também diz que lá fizeram, em três anos, 8 mil quilômetros de ferrovias deste padrão.


Então os 400 e poucos quilômetros de nossa ligação Rio-São Paulo são inviáveis até 2016, que ainda está cinco anos distante?


A queda de braço do adiamento é outra. É preço, não é prazo. Os grupos de empreiteiros e investidores querem, além de forçar a elevação dos custos de obras e equipamentos, arrancar do Governo a garantia de que cobrirá os gastos excedentes.


Em matéria de transportes, no Brasil, a tradição é de que só o governo banque os investimentos, que são de longo prazo. Se dependesse só da iniciativa privada, a ligação Rio-SP continuaria sendo feita como a que Pedro Américo imortalizou no quadro O Grito da Indepedência: a cavalo.


A maioria dos empresários – há muitas e honrosíssimas exceções – acha que investir em transporte é cobrar pedágio e explorar estacionamento.

sábado, 2 de abril de 2011

Ibope de Dilma e o mêdo da inflação


BLOG O MURAL: Boa a analíse de Kotscho, leiam.

Vem em boa hora a pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira em que a presidente Dilma Roussef é aprovada por 73% dos brasileiros, após os primeiros três meses de seu governo.

É um bom indicador de que o país continua seguindo no rumo certo, segundo a maioria da população: o índice de confiança no governo Dilma neste começo de abril chega a 74%.

O resultado serve para acalmar os ânimos, tanto de aliados do governo indóceis com as nomeações para o segundo escalão, como a da oposição parlamentar e midiática que, na falta de outros discursos e argumentos, aposta tudo no mêdo da alta da inflação para desgastar o governo.

O problema da alta de preços existe, e é sério, mas ficar batendo tambores e dando a toda hora a palavra a “especialistas” para prever o pior, fazendo o jogo de especuladores saudosos da inflação de tempos passados, cria uma expectativa negativa que acaba se auto-realizando.

“PSDB vai explorar alta da inflação em programa de TV”, já anuncia a manchete da página A6 da Folha de hoje. O programa partidário dos tucanos só vai ao ar em maio, mas o jornal mostra que este foi o caminho encontrado pela oposição: assustar o eleitorado com o fantasma inflacionário.

Mais perdida do que cachorro em dia de mudança de barco, sem rumo e sem remo, a oposição demotucana, enquanto não dá à luz a dissidência do PSD de Kassab, aposta todas as suas fichas numa piora da situação econômica, com queda de crescimento e subida dos preços, como foi previsto esta semana pelo Banco Central.

Tudo bem, acenar com o perigo à vista é mesmo o papel da oposição, mas na reunião de governadores tucanos, marcada para este sábado, em Belo Horizonte, alguém poderia ao menos apresentar um caminho alternativo à política econômica até aqui seguida pelo governo. Qual é, afinal, a proposta da oposição para o país em 2011?

Até agora, Sergio Guerra, o atual presidente do PSDB e candidato à reeleição, só definiu a prioridade temática com base nos números do BC:

“Vou apresentar a pesquisa aos governadores, ouvir suas opiniões e organizar a comunicação do partido, que está muito errática”, anunciou o dirigente.

De fato, quando as coisas não vão bem, no governo ou na oposição, a culpa é sempre da área de comunicação, da qual se exige milagres mesmo com o produto sendo às vezes inexistente ou pouco vendável, como é o caso dos tucanos no momento.

Os números do CNI/Ibope sugerem paciência à oposição, já que continua a lua de mel dos brasileiros com sua nova presidente.

Quem mais deve ter ficado contente com este primeiro Ibope de Dilma é o ex-presidente Lula, apesar de todo o esforço feito pela valente oposição alimentada por colunistas e blogueiros para jogar criador contra criatura.

Afirmo isso sem medo de errar por um motivo muito simples: foi Lula quem lançou o nome de Dilma, convenceu o PT a apoiá-la, bancou o nome dela junto ao eleitorado e sabe muito bem que é a imagem dele e do seu governo que estarão em jogo a cada nova avaliação da presidente.


Podem chamá-lo de tudo, menos de burro.

Assim como foi Lula quem ficou mais contente com a vitória de Dilma no dia das eleições, no ano passado, quando estive com os dois no Palácio da Alvorada, agora é ele quem tem todo o direito de festejar o acerto da sua escolhida.

A aprovação do governo Dilma neste início de mandato(56%) é superior até mesmo à do próprio governo Lula no mesmo período, que registrou 51% de ótimo e bom ao final de março em 2003. A continuidade de um governo para outro é apontada por Renato da Fonseca, gerente de pesquisas da CNI, como o motivo desta diferença:

“Após a eleição de Lula, antes da posse, havia um sentimento de incerteza em relação às ações que o Lula tomaria, principalmente na economia. No caso da presidente Dilma não houve surpresa, foi uma continuidade do governo anterior.”

Num ponto, porém, o dos índices de ruim e péssimo, Dilma começa da mesma forma como Lula terminou: apenas os mesmos 5% de sempre rejeitam seu governo.

Na comparação direta entre os dois governos, dá empate técnico: para 64% dos entrevistados, a gestão Dilma é igual à de Lula; 12% acham o governo Dilma melhor e, para 13%, é pior.

E os caros leitores do Balaio: que nota dão ao início do governo Dilma?