Pelo que pude ler nos jornais e ouvi nos bastidores as coisas no
segundo escalão é mais nebuloso e cheira revanchismos, mas digo, nem de todas
as pessoas, mas com certeza de alguns, por isso se diz: uma eleição contém uma
lógica geral, o que não significa dizer que os resultados da mesma sejam
previsíveis à maneira de uma realidade física ou matemática, até porque a
sociedade e as pessoas não são exatas em seus mecanismos e comportamentos.
Contudo, é possível antever, com elevado grau de confiança, o resultado mais plausível,
sendo esse revelado pelas pesquisas que pode ser cientifica ou não. Temos que
levar em contas outros fatores, como por exemplo, a de sentir-se perseguido por
“A” ou “B” dos grupos que sai ou dos que entram.
Isso
tem ocupado o lugar central e crucial nessa lógica, é na lente pela qual o
eleitor tende a ver as disputas eleitorais para prefeito. O sucesso ou não das
candidaturas, portanto, está fortemente condicionado à mesma, que se constitui,
na prática e em última análise, em uma forma com conotações plebiscitárias,
ainda que em graus variados. No mínimo, o que é possível dizer é que tende a
ser muito forte na escolha de um candidato o posicionamento e avaliação desse
(e do próprio eleitor) a favor ou contra a administração em curso, a satisfação
ou não das expectativas enquanto cidadão e enquanto eleitor, mas ele
jamais entenderá as coisas públicas internas de um governo, com exceções, é claro.
A
principal regra dessa lógica geral que comanda processos sucessórios para
cargos executivos, ainda que não haja consenso quanto à questão, é que um
executivo com administração avaliada positivamente, (conceitos bom e ótimo),
tende a fazer sucessor, sendo verdadeiro também o oposto. Há exceções, mas
explicáveis dentro das circunstâncias que marcam cada disputa, por sinal,
sempre singular. A experiência revela, aqui e acolá, bons prefeitos que não
conseguem um nome capaz de capitalizar seu prestígio e são derrotados por
outro, dotado de carisma pessoal forte. Sublinha-se, no entanto, que parece
mais fácil um bom administrador público não fazer sucessor do que um ruim,
em condições de respeito às regras elementares que constituem a normalidade
democrática, fazê-lo. O que supostamente aqui ocorreu?
Todos
os secretários nomeados pelo Prefeito será sim, um agente político de sua
proposta (promessa), se isso não fosse verdade, muitos fariam escolha técnica e
não política e, é assim aqui ou em qualquer democracia no mundo. Assim dizer
que esse ou aquele secretário nada tem haver com a política da cidade é
desconhecer a realidade política do país, ou é simplista, e quer desassociar
uma da outra. Por isso, temos que olhar para os Secretários, Diretores e seus Auxiliares
como projeto que a maioria do povo escolheu para a cidade. Aos que ficam sendo
aproveitado pela nova administração é natural usar a fala: “que é em prol da
cidade – eu tenho certeza que é mesmo –, mas não podemos confundir essa fala e
desassociar ela da realidade política local. O grupo vencedor é de fato, um
novo grupo, mas carregado de muitas políticas antigas e formas de pensar
ultrapassada que a cidade já experimentou e a reprovou, e uma hora ou outra
isso aparecerá. Ser competente é acertar um alvo que ninguém acertou, ser
administrador público é acertar um alvo que ninguém viu.
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