sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Os atores novos na política velha, ou atores velhos na política nova?

BLOG O MURAL: Li atentamente todas as entrevistas dos novos secretários do Prefeito Levi Rodrigues e seu Vice Miguel, e vi em alguns a seriedade, em outros as apreensões costumeiras em desafios novos e, é certamente isso que enfrentarão muitos dos agentes políticos nomeados pelo Levi. No 1° escalão são mais claros os objetivos, já nos demais escalão, não é tão claro assim.

Pelo que pude ler nos jornais e ouvi nos bastidores as coisas no segundo escalão é mais nebuloso e cheira revanchismos, mas digo, nem de todas as pessoas, mas com certeza de alguns, por isso se diz: uma eleição contém uma lógica geral, o que não significa dizer que os resultados da mesma sejam previsíveis à maneira de uma realidade física ou matemática, até porque a sociedade e as pessoas não são exatas em seus mecanismos e comportamentos. Contudo, é possível antever, com elevado grau de confiança, o resultado mais plausível, sendo esse revelado pelas pesquisas que pode ser cientifica ou não. Temos que levar em contas outros fatores, como por exemplo, a de sentir-se perseguido por “A” ou “B” dos grupos que sai ou dos que entram.
Isso tem ocupado o lugar central e crucial nessa lógica, é na lente pela qual o eleitor tende a ver as disputas eleitorais para prefeito. O sucesso ou não das candidaturas, portanto, está fortemente condicionado à mesma, que se constitui, na prática e em última análise, em uma forma com conotações plebiscitárias, ainda que em graus variados. No mínimo, o que é possível dizer é que tende a ser muito forte na escolha de um candidato o posicionamento e avaliação desse (e do próprio eleitor) a favor ou contra a administração em curso, a satisfação ou não das expectativas enquanto cidadão e enquanto eleitor, mas ele jamais entenderá as coisas públicas internas de um governo, com exceções, é claro.
A principal regra dessa lógica geral que comanda processos sucessórios para cargos executivos, ainda que não haja consenso quanto à questão, é que um executivo com administração avaliada positivamente, (conceitos bom e ótimo), tende a fazer sucessor, sendo verdadeiro também o oposto. Há exceções, mas explicáveis dentro das circunstâncias que marcam cada disputa, por sinal, sempre singular. A experiência revela, aqui e acolá, bons prefeitos que não conseguem um nome capaz de capitalizar seu prestígio e são derrotados por outro, dotado de carisma pessoal forte. Sublinha-se, no entanto, que parece mais fácil um bom administrador público não fazer sucessor do que um ruim, em condições de respeito às regras elementares que constituem a normalidade democrática, fazê-lo. O que supostamente aqui ocorreu?
Todos os secretários nomeados pelo Prefeito será sim, um agente político de sua proposta (promessa), se isso não fosse verdade, muitos fariam escolha técnica e não política e, é assim aqui ou em qualquer democracia no mundo. Assim dizer que esse ou aquele secretário nada tem haver com a política da cidade é desconhecer a realidade política do país, ou é simplista, e quer desassociar uma da outra. Por isso, temos que olhar para os Secretários, Diretores e seus Auxiliares como projeto que a maioria do povo escolheu para a cidade. Aos que ficam sendo aproveitado pela nova administração é natural usar a fala: “que é em prol da cidade – eu tenho certeza que é mesmo –, mas não podemos confundir essa fala e desassociar ela da realidade política local. O grupo vencedor é de fato, um novo grupo, mas carregado de muitas políticas antigas e formas de pensar ultrapassada que a cidade já experimentou e a reprovou, e uma hora ou outra isso aparecerá. Ser competente é acertar um alvo que ninguém acertou, ser administrador público é acertar um alvo que ninguém viu.

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