Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que o que mais gera medo entre os cidadãos é a violência em geral, com 71% das respostas, seguido de assalto ou roubo (63%) e sair à noite (41%); prefeito Fernando Haddad avalia que insegurança é gerada pela ausência de equipamentos públicos e falta de policiamento ostensivo noturno
17 DE JANEIRO DE 2013 ÀS 19:59
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A sensação de insegurança ficou maior entre os paulistanos em 2012, de acordo com pesquisa feita pela Rede Nossa São Paulo. Segundo os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), 91% dos moradores acham pouco ou nada seguro viver na cidade. Em 2011, a percepção alcançava 89%.
O que mais gera medo entre os cidadãos é a violência em geral com 71% das respostas, seguido de assalto ou roubo (63%) e sair à noite (41%). Foram entrevistados 1.512 moradores da capital paulista entre os dias 24 de novembro e 8 de dezembro. No geral, o índice atingido pela avaliação que incluiu 169 itens, divididos em 25 áreas, foi de 4,7 numa escala de um a 10.
De acordo com a pesquisa, a maioria dos itens registrou diminuição das notas, com 81% deles registrando notas abaixo na média de aprovação de 5,5. Entre os 58% dos entrevistados que nasceram em São Paulo e os 42% que não nasceram, mas escolheram a cidade para viver, 62% disseram que a qualidade de vida piorou. Outros 56% disseram que sairiam da cidade se pudessem.
No item saúde, a pesquisa mostrou que três em cada dez pessoas têm plano de saúde privado. Para aqueles que não têm, o tempo médio para utilização dos serviços públicos aumentou ao passar de 52 para 66 dias para as consultas; de 65 para 86 dias para os exames e de 146 para 178 para procedimentos mais complexos.
Com relação ao transporte público, 70% dos entrevistados aparecem como usuários de ônibus, porcentagem igual à do ano passado, e o tempo de espera no ponto passou de 22 para 21 minutos.
Os dados foram apresentados em evento com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que atribuiu a nota dada pelos paulistanos à qualidade de vida no município à falta de comunicação. Segundo ele, é preciso expor as informações para os cidadãos sem reservas, com mais clareza. "Quanto mais se explicar para as pessoas, mais se vai angariar apoio para as difíceis decisões que o dia a dia impõe".
Haddad analisou que a violência na cidade é gerada pela falta de equipamentos públicos que acolham o cidadão, pela falta de policiamento ostensivo e noturno e de polícia comunitária mais próxima dos moradores.
"Uma das providências que pedi para tomar foi a utilização dos policiais contratados [por meio da Operação Atividade Delegada, em convênio com o governo estadual] para atuar à noite, que é quando a cidade se torna mais violenta".
O prefeito disse que a prefeitura vai se colocar à disposição do governo estadual para auxiliá-lo na melhoria da condição de segurança, além de analisar contratos, como o de iluminação pública.
Durante o evento Sugestões de Metas, Haddad recebeu um documento com propostas para a composição do plano de metas que seu governo deve apresentar neste ano e o manifesto Eliminando a Violência na Raiz de suas Causas, também lançado no encontro.
A Secretaria de Segurança Pública do governo do estado foi procurada pela Agência Brasil para avaliar o crescimento da percepção de insegurança do paulistano, mas informou que não comenta pesquisas.
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