Os vários graus da imbecilidade
Em Campinas, quem fez cirurgia de redução do estômago terá redução de 50% na conta do restaurante.
Campinas não é uma cidade qualquer. É uma metrópole de mais de 1 milhão de habitantes, centro de uma das mas prósperas regiões do país.
Tem duas universidades, vida cultural e artística intensa, comércio sofisticado, centenas de indústrias.
Pode-se dizer que, pelos padrões brasileiros, está no Primeiro Mundo.
Mesmo assim, virou notícia porque um vereador achou que é uma injustiça alguém com o estômago reduzido pagar, num restaurante, o mesmo que o freguês com o estômago normal.
Genial, não?
Estupidez, isso sim.
Mas estupidez maior é esse projeto sem sentido ser aprovado pela maioria dos vereadores e, depois, ser sancionado pelo prefeito.
Ou seja, uma estupidez dessas teve o aval de várias pessoas, de várias autoridades.
Gastou-se tempo e dinheiro - público - para se discutir algo absolutamente sem importância.
Afinal, qual a porcentagem da população que fez cirurgia para diminuir o estômago?
E quantos restaurantes já têm a meia porção no cardápio?
Esse caso de Campinas serve pelo menos para uma coisa: supor que estultices desse naipe ocorrem pelo Brasil todo, com a frequência que deixaria o saudoso Stanislaw Ponte Preta feliz da vida por ter criado o infindável Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País.
Mesmo assim, e apesar de toda a sua pompa e circunstância, a nova lei campineira não detém o título de maior imbecilidade que se vê no Brasil neste início de dezembro.
Porque nada é capaz de superar o incrível Joaquim Barbosa, que, em meio a uma discussão seríssima sobre se o Supremo Tribunal Federal tem poder para cassar um mandato parlamentar, deixou escapar essa pérola, um resumo de sua personalidade irritadiça e autoritária: "Eu acredito que a nação não aguenta mais este julgamento. Está na hora de acabar, está na hora. Como dizem os ingleses, 'let's move on' (vamos seguir em frente)."
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