Nesta segunda-feira (10), foi anunciada a cura de uma menina
de 7 anos (Emma Whitehead) que estava com leucemia, graças ao uso de
vírus tipo HIV desativados, método desenvolvido pela equipe de Carl
June, da Universidade da Pensilvânia. Acho difícil que Gallo pudesse
imaginar que um levaria à cura do outro, embora seus estudos, me
parece, estarem na origem de tudo. Na entrevista que fiz (ouça trecho),
ele disse acreditar que um dia será possível controlar (mesmo sem
compreender) todas as causas do câncer. Mas que não estará vivo para
testemunhar isso. Esse dia parece cada vez mais perto...
No Blog do Gadelha
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HTLV-1
O HTLV-1 (Human T lymphotropic virus type 1) é um vírus pertencente a
família retroviridae, a mesma do HIV, porém pertencente ao gênero
deltaretrovius. Foi o primeiro retrovírus claramente associado a uma
malignidade, sendo isolado em 1980 em pacientes de Linfoma de células T
(EUA), já descrito primeiramente no Japão em 1977.
Além de associado a Linfoma de células T no adulto, esse vírus é
responsável pela Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia associada ao
HTLV-1 (PET/MAH). A maioria dos indivíduos infectados não desenvolvem
doenças.
Estima-se que no mundo há entre 10 e 20 milhões de pessoas infectadas,
sendo que apenas 2 a 3% dos indivíduos infectados desenvolvam ATL
(leucemia/linfoma de células T no adulto) e entre 1% e 2% desenvolvam
PET/MAH (mielopatia/paraparesia espástica tropical, que é um quadro
neurológico degenerativo crônico). O HTLV ainda é associado a
imunossupressão e outras desordens inflamatórias.
A transmissão viral entre indivíduos ocorre por relação sexual,
amamentação, compartilhamento de seringas ou material perfurocortante
contaminados, transfusão sangüínea e outros meios que envolvam contato
com sangue infectado. A transmissão no organismo ocorre através do
contato célula-célula.
As partículas virais do HTLV-1 tem baixa infecciosidade in vitro por
suas células-alvo primárias, células T CD4+, assim como outras
retroviroses, pois o número de partículas virais livres é muito baixo.
As partículas virais livres também são poucos infectantes in vitro, pois
requer o contato íntimo entre células. Linfócitos T promovem esse
contato íntimo entre células por meio da sinapse virológica.
As células dendríticas (DC) são potentes apresentadoras de antígenos e
são peças centrais contra infecções virais. Estão localizadas nos sítios
de entrada do vírus: nas mucosas e no sangue periférico. Elas são
capazes de capturar o antígeno, migrar para os órgãos linfóides e
apresentá-los as células T, além de importante mediadoras da resposta
imune inata. Muitas viroses infectam as células dendríticas que acabam
por facilitar a transmissão, incluindo o HTLV-1.
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