segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Projeto da Escola Antonio de Pádua: Comunique-se e aprenda pela rede ‘TEEN’



BLOG O MURAL: Foram meses de muito trabalho para implantar um projeto de uma rádio na escola onde leciono atualmente. Tratava-se de um projeto pessoal antigo, mas novo para meus alunos. Logo que apresentei minha ideia aos mesmos, a adesão foi geral. Junto com o professor Elcio (nosso professor de Artes), o qual já tinha boa parte do projeto escrito, apenas tive o trabalho de adequar algumas partes do projeto para podermos apresentá-lo à Direção e Coordenação. Ao ser entregue o mesmo, ficamos no aguardo para que puséssemos a “mão na massa”. Com a rápida aprovação dos gestores, iniciamos os trabalhos. Assim que conseguimos comprar os equipamentos, pensei: “Porque não convidar os alunos para ajudarem na montagem do projeto, envolvendo-os desde cedo nesse nobre trabalho”? Após uma série de conversas, resolvemos empreender essa tarefa, e dias depois, estávamos todos nós, professores e alunos, fazendo o projeto acontecer. A maior satisfação dos professores foi ver os alunos ajudando em cada etapa do projeto. Proporcionando autonomia de pensamento e delegando responsabilidades, todos os envolvidos sentem-se, agora, parte da escola. Essa experiência tem me feito não acreditar na educação mecânica, onde o professor fala e o aluno escuta, sem direito a questionar. No lugar desse modelo educacional, acredito numa educação mais humanística, pois ela revela-se mais abrangente e democrática, afinal os alunos participam, junto dos professores, no processo de construção do conhecimento. Muitos dirão: “ nada obstante o modelo pedagógico que você propõe seja belo, os problemas de aprendizado continuarão”! Digo que sim, mas prefiro ver a questão de uma forma otimista, pois penso que o fator “problema” nessa ótica pedagógica revela-se como mola propulsora do aprendizado. Basta mudar nossas crenças, transferindo o conceito “Problema” para “Desafio”. É importante lembrar que a Educação propriamente dita só ocorre quando existe confronto de ideias. Isso se comprova na medida que observamos alunos novos com mentalidades novas ou confrontando-se com professores portadores de ideias ultrapassadas, cristalizados no “jeito velho de ensinar”. “Trocando em miúdos”: o projeto que estou descrevendo propõe esse “enfrentamento“ de crenças antigas (professores), o entendimento e compreensão de novos valores(alunos) e o real enfrentamento dos problemas de aprendizagem , corroborando assim com minhas reflexões anteriores. Como se percebe, minha visão é que se tentarmos resolver os problemas educacionais mediante a “Educação Tradicional” , ficaremos a “enxugar gelo”. Porém, se nós professores nos propormos a enfrentar os problemas “aprendendo ensinando e ensinando aprendendo”, faremos sim a diferença. Quando vejo os alunos fazendo programa de rádio ou de jornal, fico satisfeito,pois sei que estou fazendo eles se interarem dos problemas sociais que os envolvem, além da possibilidade dos mesmos (com a orientação do professor) proporem soluções para as problemáticas que eles irão se deparar, praticando desde cedo a Cidadania em sua plenitude. Envolvidos em projetos desse tipo, eles aprenderão a importância de aprender/saber (não apenas os conteúdos) o mínimo para poder vencer na luta feroz do dia-dia. Envolvidos em projetos que eles mesmo ajudaram em sua construção, os alunos saberão o valor da escola e do conhecimento ali oferecido, passando esses conceitos a seus filhos e netos, formando, com o tempo, uma cultura escolar na população. As montagens de programas com as perguntas ”pode funk”? “E o rap”? “Rock”? “Sertanejo”? “MPB”?, são perguntas que levarão eles mesmos a concluir que somos seres diferenciados, treinando assim, a tolerância. Esse projeto tem se revelado uma grande fonte de aprendizado a todos os envolvidos, um canal para exporem seus pensamentos, e principalmente uma forma de exercício da cidadania. Certamente, essas crianças lembrar-se-ão do Projeto “Teen”, e com base no aprendizado atual, não duvido que farão a diferença no futuro. Eu, particularmente, aposto nisso.






Sem comentários: