Veja este caso exemplar da grita que está havendo com o tratado que restabelece um mínimo de equilíbrio nos preços pagos pelo Brasil aos excedentes de energia da Hidrelétrica de Itaipu.
O argumento de que só o Brasil arcou com o custo das obras tem seus limites. A obra é a forma de aproveitar a verdadeira riqueza, que é a água, e a água pertence tanto ao Brasil quanto ao Paraguai. 95% do valor devido pela parte da energia gerada pela água correspondente ao Paraguai é retido para o pagamento dos empréstimos de uma obra que começou a ser erguida há 50 anos.
Esse é o ponto-chave da questão: perder a condição de comprador exclusivo é fatal para o abastecimento de energia do Brasil. Itaipu produz cerca de 90 Terawatt/hora, anualmente. Perder – ou sujeitar-se a perder, numa disputa arbitral – esta energia nos obrigaria a construir duas usinas maiores que a polêmica Belo Monte.
Que, como todo bom negócio, tem de ser justo e deixar satisfeitas ambas as partes.
Mas, para a direita brasileira, é perfeita a frase de Chico Buarque: querem um Brasil que fale fino com Washington e grosso com seus parceiros da América Latina.
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