quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Voto de protesto e o voto de continuísmo


BLOG O MURAL: Voto de protesto e o voto de continuísmo


Tiririca ter 1.353.820 votos é ruim?


E o Alckmin receber 11.519.314?


É a prova de que pior do que está pode ficar sim.



A eleição do Tiririca por São Paulo com a maior votação do Brasil, ainda encontra explicação. No meu modo de ver, é mais um protesto do eleitor, fruto da desmoralização da representação política no país, em parte culpa dos próprios políticos, mas também do “porcalismo” travestido de “jornalismo”, com sua cobertura de fofocas e repercussão de escândalos sem mostrar também o outro lado da história, e já julgando, condenando e execrando reputações. Essas reportagens trás no seu bojo o preconceito, como aconteceu agora no final da campanha presidencial com a mídia pró-Serra que plantou e protagonizou a ideia de que o Brasil é divido entre pobres de um lado e ricos de outro. O que não é verdade! Uma análise mais criteriosa dos números das eleições dá conta de que as classes média e média alta também votaram na presidente Dilma. Prova disso é que ela ganhou em reduto considerado do PSDB, mas também perdeu em reduto considerado do próprio PT, como o caso de Guarulhos.




Já o voto no deputado Tiririca, numa análise geral, foi dado por aquele sujeito que não se vê representado pelos políticos, aquele cidadão que nem se lembra em quem votou da última vez ou, pior, não vai lembrar em quem votou duas horas depois de ter votado, conforme própria pesquisa divulgada pelo IBOPE ainda no primeiro turno. Ou ainda tem aquele que nunca viu pela frente um desses políticos que vivem aparecendo na TV e que surgem na nossa cidade de quatro em quatro anos, pagando churrasco e dizendo que fizeram e farão tudo por ele e pela cidade, para depois sumirem novamente e só aparecerem após outros quatro anos. Ou seja, é a lesma lerda, logo, "pior do que tá não fica", a síntese do simples e genial slogan da campanha do Tiririca.



Agora, e o Alckmin? Como explicar seus 11.519.314 votos, depois de ele ter ficado em terceiro lugar, há dois anos, na disputa pela prefeitura de São Paulo? Podemos dizer que é fruto do “recall” eleitoral. E pode ser mesmo, mas o próprio Alckmin descartou isso na derrota dele para o Kassab, na eleição para a prefeitura de São Paulo, afinal ele vinha de uma campanha presidencial.



Quando se refere ao governo demo-tucano, tudo vai de mal a pior em São Paulo. Mudam as moscas (com a volta de Alckmin, há até uma repetição) e o cidadão paulista continua afogado em pedágios e inundado por enchentes depois de qualquer chuva, ou durante meses, como foi o caso da favela Pantanal. E tem também as favelas que se incendeiam quase que semanalmente. Isso sem falar da educação, cada vez pior, com os nossos professores sendo desrespeitados e literalmente agredidos. E o que falar então do confronto que todo mundo viu pela TV, que parecia guerra na rua entre polícias civil e militar. E o paulistano ainda quer mais? O povo de São Paulo quis. Mas aí fica o grande questionamento:


Diz o eleitor de Tiririca: “Pior do que tá não fica.”


Responde o de Alckmin: “Pior do que tá fica, sim.”

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