quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bruno e nós


BLOG DO U: A cena era patética. O goleiro do Flamengo Bruno se entregava à polícia e era recebido na porta de uma delegacia por uma horda de jornalistas famintos por sangue. Mas estava lá também os populares num clara demonstração de repudio e odio pelo atreta foi insultado e por pouco não foi linchado pelo caminho. Só não foi porque estava escoltado por agentes da polícia.
Oras, por que o goleiro foi recebido na porta e não de maneira mais discreta e civilizada mente? Porque, assim como os jornalistas, os policiais nós mortais também ansiamos pelo espectáculo de exibicionismo cruel. Já sei, todos vão dizer que foi um crime bárbaro e que ele tem que pagar caro. E por essa razão, é preciso que o mandante seja tratado barbaramente também?
Por que somos incapazes de respeitar a presunção de inocência, durante as investigações? E por que somos incapazes de cumprir a lei, que dá ao réu o direito de ampla defesa? Mas o que é pior, na minha opinião, é a nossa reação de admiração e espanto, mesmo sabendo que somos nós os responsáveis pelo circo da notícia, que eleva a temperatura social quase à ebulição.
São amplas e infindáveis coberturas, repletas de detalhes macabros e circunstâncias horrendas. Ok, damos ao telespectador o que ele quer. Basta ver os índices de audiência. Será? Vou além. Este tipo de comoção revela o estágio de evolução da nossa sociedade. Somos todos um corpo só, que sofremos as dores, ora nos outros que estão na tela, ora em nós mesmos, em nosso silêncio e omissão.
Que fique claro não acho que ele o Bruno seja inocente, mas temos que nos colocar na realidade do nosso país que tem leis fraca e antigas, mas que temos que respeitar porque se não teremos uma direita sedenta por aprovar a lei olho por olho e dente por dente, o que seria um tremendo retrocesso para o nosso Brasil.
Em época que a ultra-direita a grande imprensa chamada de PIG tenta de qualquer forma chegar ao poder, ela certamente não se esquivara de levar mão de coisas mais drástica para colocar o povo de novo no cabresto, coisa que aconteceu durante muito tempo posso afirmar que mais de 500 anos.
Por isso temos que condenar sim o goleiro Bruno, mas respeitando todos os direitos de defesa do mesmo, para que o mesmo não venha alegar que foi linchado sem a legitimo direito de defesa, e nós seres mortais não atropelar o que é de mais sagrado para o povo brasileiro a sua democracia.

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