Cinco meses antes de receber a seleção de Honduras, o município precisa de benfeitorias em diversos setores
Cinco meses antes de receber a seleção de Honduras durante a preparação e, no mínimo, a primeira fase da Copa do Mundo, a cidade de Porto Feliz ainda precisa passar por diversas melhorias. O município, que espera aumentar em 4% a sua população durante o período, carece de infraestrutura principalmente no que diz respeito ao atendimento aos visitantes. A cidade de 48,8 mil habitantes (que tem a expectativa de receber 2 mil pessoas, entre turistas e jornalistas) conta com poucas placas indicativas de como chegar aos principais lugares, sendo que nenhuma delas está em outra língua que não seja o português. A Prefeitura afirma que existe um planejamento para resolver o problema, mas não há prazo definido.
Os dois locais que receberão os hondurenhos, por exemplo, não possuem qualquer sinalização indicativa de como chegar até eles. Tanto a Academia Traffic (onde serão realizados os treinamentos) quanto o hotel Transamérica (onde a seleção ficará hospedada) são facilmente identificáveis na região em que estão construídos. Isso porque ambos possuem prédios imponentes, respectivamente nas saídas para Itu e Sorocaba. Porém, dentro de Porto Feliz ou mesmo nas rodovias de acesso, não há qualquer placa indicativa para os locais.
Quem trafega pela cidade também encontra problemas. A avenida Monsenhor Seckler, uma das principais do município, quase não conta com placas informativas. A via é utilizada por quem chega de Itu ou da região de Rafard e Capivari e quer acessar o Centro da cidade. Problema semelhante ocorre na avenida Antônio Pires de Almeida, rota de passagem dos que chegam de Sorocaba e São Paulo.
O visitante que estiver no centro porto-felicense pode contar com o serviço do Posto de Informações Turísticas, que funciona ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens. Mas não há, nem na igreja e nem na praça Dr. José Sacramento e Silva (que fica logo em frente), qualquer tipo de explicação que ajude o turista a entender a origem e a importância daqueles locais.
Também no centro, o Museu Histórico e Pedagógico das Monções está fechado para reforma -- e assim deverá permanecer durante o Mundial. De acordo com a Prefeitura, o espaço pertence ao Estado, que é responsável pelo projeto de revitalização do prédio, ainda sem prazo definido para conclusão.
Quem for de ônibus também poderá ter problemas. Na rodoviária de Porto Feliz não há sinalização sobre horários de chegada e saída dos veículos. Em nota enviada ontem, a Prefeitura afirma que deve efetuar melhorias no local. "Todos os prédios públicos serão adequados aos formatos da Copa." De acordo com a própria municipalidade, porém, ainda não há prazo para que isso ocorra.
Nem todas as dificuldades encontradas por quem for a Porto Feliz são de responsabilidade do poder público. O próprio comércio da cidade também terá de se adaptar para receber bem os visitantes estrangeiros. Um dos mais tradicionais restaurantes (que serve a Cearense, prato típico do município), por exemplo, não aceita que os clientes paguem a conta com cartão de débito ou de crédito.
Principal ponto turístico de Porto Feliz, o Parque das Monções é o único espaço que está adaptado para receber turistas de outras nacionalidades -- apesar da dificuldade de localizá-lo por meio das placas informativas. Com bancos em bom estado e lixeiras em todo o seu interior, o parque possui diversos painéis que contam a história do local e de suas atrações em português e em inglês. Ali, o turista poderá conhecer detalhes sobre a origem da cidade, o rio Tietê e como eram realizadas as monções.
Por sua vez, o Estádio Municipal Ernesto Rocco ganhou recentemente uma cobertura em quase todo o seu espaço de arquibancada. O local poderá, eventualmente, abrigar um amistoso ou treino aberto da seleção de Honduras. A atividade aberta ao público é exigida pela Fifa. Segundo a Prefeitura, o estádio "estará preparado" para receber a atividade, caso seja escolhido pelos hondurenhos.
Honduras fará a maior parte de sua preparação para a Copa do Mundo nos Estados Unidos. O desembarque da delegação no Brasil está previsto somente para 7 de junho, oito dias antes da estreia, contra a França, no estádio Beira-Rio. Nos deslocamentos durante a Copa do Mundo, Honduras percorrerá 3.277 quilômetros com viagens a Porto Alegre, Curitiba (onde enfrenta o Equador) e Manaus (onde encara a Suíça).
Segundo a Prefeitura de Porto Feliz, a cidade possui 750 leitos, espalhados em sete hotéis e uma frota de táxi com 35 carros. Há ainda um shopping com três salas de cinema, um hospital, um pronto-socorro, um posto de pronto atendimento, uma ambulância UTI 24 horas, nove unidades básicas de saúde, 51 leitos hospitalares e 410 profissionais de saúde.
Notícia publicada na edição de 13/01/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 001 do caderno D - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
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