Aldo v. Silva
Jornal Cruzeiro do Sul
José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br
O novo projeto do Plano Diretor de Sorocaba, que está para ser revisado depois de cinco anos, prevê a redução da zona rural da cidade para apenas 10% do total de seu território. Atualmente, 18,86% do território sorocabano pertence à área rural, o que corresponde à 84,70 km2. A informação foi prestada pela Secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, durante visita ao jornal Cruzeiro do Sul. A proposta está em fase de elaboração e deve ser encaminhada à Câmara até o final de 2013.
Jussara não quis entrar no mérito da iniciativa, alegando que este é um assunto da competência da Secretaria da Habitação, mas admitiu que o quadro não é favorável e pode trazer consequências drásticas. Em abril, o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em São Paulo (Incra), Wellington Diniz Monteiro, alertou para os riscos ao meio ambiente que a redução da zona rural de Sorocaba pode provocar. O Incra, conforme o superintendente, está preocupado com a diminuição das áreas verdes.
Monteiro disse na ocasião que "não se trata apenas da cidade dispor de menos espaço para cultivo e produção de alimentos; nascentes, matas e outros recursos naturais já estão comprometidos". E acrescentou: "É preciso que o assunto seja incorporado à agenda de prioridades e que medidas sejam tomadas para reverter, ou diminuir as consequências do processo".
A titular da Sema falou sobre a campanha contra queimadas no município. Apesar das chuvas dos últimos dias (que devem continuar, conforme previsão da meteorologia), o governo estará atento aos abusos. Fazer queimadas é crime previsto em lei, e pode custar ao infrator, além da pena de prisão, multas que podem chegar a R$ 10 mil, dependendo da extensão afetada pela prática irregular.
Jussara divulgou números que demonstram que a incidência dessa prática diminuiu drasticamente, desde que a campanha passou a ser trabalhada. Para se ter ideia, nos seis primeiros meses deste ano foram registradas 85 ocorrências, ante 540 apuradas no ano passado. A queda foi da ordem de quase 80%. A secretária atribuiu a diminuição a uma tomada de consciência da população. "A fiscalização da Patrulha Verde ajuda, mas a comunidade assimilou a importância de não fazer queimadas".
O tempo instável tem ajudado, mas a Secretaria não deverá descuidar do monitoramento. "É bem verdade que a chuva atende nossas expectativas, porém mais importante do que isso é todos entenderem que provocar fogo, além de conduta criminosa, passível de multa, causa prejuízos à saúde, provocando doenças respiratórias e outras doenças, além, claro, de comprometer a qualidade do ar". Quem souber de queimadas, deve denunciar a prática pelos telefones 193 ou 199.
Sem comentários:
Enviar um comentário