segunda-feira, 8 de julho de 2013

Perigo a avista. Zona rural de Sorocaba pode ser reduzida a apenas 10% do território

BLOG O MURAL: Se de fato à notícia for levada ao pé da letra nosso manancial estará sendo prejudicado, afinal a cabeceira ou nascente do Rio Avecuia está nas limitações da zona rural de Sorocaba, por isso devemos ficar atentos as reais consequência que isso possa trazer
 
Aldo v. Silva
Jornal Cruzeiro do Sul

José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

O novo projeto do Plano Diretor de Sorocaba, que está para ser revisado depois de cinco anos, prevê a redução da zona rural da cidade para apenas 10% do total de seu território. Atualmente, 18,86% do território sorocabano pertence à área rural, o que corresponde à 84,70 km2. A informação foi prestada pela Secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, durante visita ao jornal Cruzeiro do Sul. A proposta está em fase de elaboração e deve ser encaminhada à Câmara até o final de 2013.

Jussara não quis entrar no mérito da iniciativa, alegando que este é um assunto da competência da Secretaria da Habitação, mas admitiu que o quadro não é favorável e pode trazer consequências drásticas. Em abril, o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em São Paulo (Incra), Wellington Diniz Monteiro, alertou para os riscos ao meio ambiente que a redução da zona rural de Sorocaba pode provocar. O Incra, conforme o superintendente, está preocupado com a diminuição das áreas verdes.

Monteiro disse na ocasião que "não se trata apenas da cidade dispor de menos espaço para cultivo e produção de alimentos; nascentes, matas e outros recursos naturais já estão comprometidos". E acrescentou: "É preciso que o assunto seja incorporado à agenda de prioridades e que medidas sejam tomadas para reverter, ou diminuir as consequências do processo".

A titular da Sema falou sobre a campanha contra queimadas no município. Apesar das chuvas dos últimos dias (que devem continuar, conforme previsão da meteorologia), o governo estará atento aos abusos. Fazer queimadas é crime previsto em lei, e pode custar ao infrator, além da pena de prisão, multas que podem chegar a R$ 10 mil, dependendo da extensão afetada pela prática irregular.

Jussara divulgou números que demonstram que a incidência dessa prática diminuiu drasticamente, desde que a campanha passou a ser trabalhada. Para se ter ideia, nos seis primeiros meses deste ano foram registradas 85 ocorrências, ante 540 apuradas no ano passado. A queda foi da ordem de quase 80%. A secretária atribuiu a diminuição a uma tomada de consciência da população. "A fiscalização da Patrulha Verde ajuda, mas a comunidade assimilou a importância de não fazer queimadas".

O tempo instável tem ajudado, mas a Secretaria não deverá descuidar do monitoramento. "É bem verdade que a chuva atende nossas expectativas, porém mais importante do que isso é todos entenderem que provocar fogo, além de conduta criminosa, passível de multa, causa prejuízos à saúde, provocando doenças respiratórias e outras doenças, além, claro, de comprometer a qualidade do ar". Quem souber de queimadas, deve denunciar a prática pelos telefones 193 ou 199.

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