terça-feira, 9 de julho de 2013

Pedágio um extorsão ao cidadão. Em dois anos, receita dos pedágios em SP cresceu 26,7%, contra inflação de 14%.


BLOG O MURAL: Alckmin esqueceu promessa de campanha e, mesmo congelando os preços por um ano, as tarifas ainda são muito altas.
Na campanha eleitoral de 2010, Geraldo Alckmin, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, prometeu que iria revisar o preço dos pedágios paulistas, que são os mais caros do Brasil. Já em abril deste ano o governo paulista baixaria a tarifa entre 10 a 20%. Isto custaria aproximadamente de R$ 6 bilhões a 12 bilhões, o que poderia levar à prorrogação do prazo do contrato e a um contrato eterno, com altas taxas de lucro para as concessionárias, em detrimento do bolso do cidadão paulista.
Alckmin esqueceu a sua promessa e resolveu congelar os preços por um ano, mas manteve as tarifas muito altas. Além do mais, para bancar o custo de aproximadamente R$ 500 milhões, o governador cortou em R$ 130 milhões os recursos para a Artesp, adotou a cobrança do chamado eixo suspenso de caminhões, decidiu utilizar os créditos que o governo estadual tem referentes a obras atrasadas, e por último, a redução da receita de concessão, ônus fixo, a ser pago pelo governo estadual.
A receita dos pedágio em 2011 chegou a R$ 6,8 bilhões e, no ano passado, foi de R$ 7,66 bilhões, ou seja, teve um crescimento de 12% desde 2012, o que representa quase o dobro da inflação do período. Se tomarmos de 2010 a 2012, a receita cresceu 26,7% contra uma inflação de 14%, mostrando que talvez as concessionárias tenham crescimento de sua receita mesmo com o congelamento da tarifa.
Obras vão atrasar ainda mais
O governo do Estado, ao utilizar créditos sobre obras atrasadas para pagar às concessionárias a defasagem do aumento congelado, prejudica os moradores de muitas cidades, como a região entre Vargem Grande e Sorocaba, que espera há 11 anos pelas obras de duplicação da rodovia Raposo Tavares, que deveria ter sido feita em 2012, e que chegam a mais de R$ 250 milhões.
Lucro das concessionárias subiu em média 66%
O lucro das concessionárias rodoviárias subiu de 2010 para 2012, em média, 66%, pulando de R$ 963 milhões para R$ 1,6 bilhão. Já os investimentos, considerando as novas e antigas empresas do setor, cresceram 19%, ou seja, cresceram abaixo do valor arrecadado. Em 2010 representavam 24% da receita e agora, em 2012, somente 22,6%, R$ 120 milhões a menos.
Quanto ao lucro líquido, há duas situações distintas.
As concessionárias antigas (os contratos são principalmente de 1998 a 2000), que já passaram da fase de perdas dos primeiros cinco anos, quando os encargos são maiores. Integram esse grupo Autoban, Tebe, Viaoeste,Via Norte, Ecovias, Autovias, entre outras.
E as concessionárias novas, que passaram a operar após 2008. Por exemplo, Ecopistas, que administra a Ayrton Senna e a Carvalho Pinto, Rodoanel e Auto Raposo Tavares.
As novas concessionárias, por estarem começando seus serviços, amargaram prejuízo de R$ 245 milhões em 2011 e R$ 124 milhões em 2012, ou seja, tiveram uma queda de 50% no seu déficit.
Já as antigas concessionárias – que são a imensa maioria — superaram um ano de crise econômica com um crescimento do lucro líquido de 38% frente a 2010, passando de R$ 1,24 bilhão em 2010 para R$ 1,72 bilhão.
Desde que começaram a operar, o lucro líquido total das antigas concessionárias chegou a R$ 7,7 bilhões, capitaneados pela Autoban (R$ 2,27 bilhões), Ecovias (R$ 1,43 bilhão) e Via Oeste (R$ 986 milhões).
O maior crescimento do lucro líquido, de 2010 a 2012, ocorreu na Triângulo do Sol (+146%) e na Viaoeste (+ 57%).
A relação entre o patrimônio e o lucro líquido (indica o grau de rentabilidade das empresas) em 2010 chegou a 38%, em 2011 pulou para 54% e no ano passado chegou a 58%.
No mercado em geral, uma relação de 20% é fantástica. A melhor relação é da Viaoeste (96%), seguida por Autoban (93%), Ecovias (47%), Triângulo do Sol (65%), Renovias (64%) e Centrovias (62%).
Investimentos em rodovias caem
Se o lucro das antigas concessionárias vai bem, os investimentos realizados nelas vai mal. Em 2009, foram gastos com novas construções R$ 684 milhões. Em 2010, essas despesas caíram R$ 646 milhões; em 2012 chegaram a R$ 456 milhões, representando um corte de R$ 190 milhões (-29,4%).
As maiores quedas de investimentos ocorreram na Autoban, R$ 251 milhões (64%) e na Viaoeste, no valor de R$ 70 milhões (70%); na Centrovias (93%), Auto Raposo Tavares (24%) e Rota das Bandeiras, com menos R$ 197 milhões (-58%). Já a Ecovias elevou os investimentos em 70%.
Dados da Ass. de Finanças e Orçamento da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de SP
Manifestantes reivindicam redução do preço do pedágio
Nesta quarta-feira (3/7), ocorreu o terceiro protesto de moradores do entorno da Rodovia Zeferino Vaz (SP-332) contra o preço do pedágio cobrado entre as cidades de Paulínia e Cosmópolis.
Os manifestantes reivindicam a redução do preço do pedágio, que atualmente custa R$ 6,20 para carro comum e R$ 3,10 para motocicleta, informou a concessionária.
É o terceiro protesto desde o dia 28 de junho. Na última sexta-feira (28/6), os manifestantes destruíram objetos de sinalização e atearam fogo em pneus colocados nas pistas. Na segunda-feira (1º/7) ocorreu outro protesto na mesma região. (com informações da Agência Brasil)

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