BLOG O MURAL: Pastor, pai de duas filhas e diretor da escola Mackenzie em Porto Feliz, Eli Martins conta como se envolveu com a religião e com a educação. Confira!
A história de Eli Martins de Oliveira é mais uma a se encaixar sob o tema de superação. Aos 47 anos, nasceu em Baependi, interior de Minas Gerais. Filho de José Martins de Oliveira e Ozilia Augusta da Silva Oliveira, a família era grande: Eli cresceu em meio a 14 irmãos, oito homens e seis mulheres. Cidade pequena, onde os pais tiravam sustento da lavoura. Perdeu a mãe quando ainda era pequeno.
No sítio, a vida era simples e sempre ajudando em casa, Eli se envolveu com o mundo das drogas aos 13. Permaneceu até os 26. A mudança veio quando o primeiro contato com a Igreja Presbiteriana do Brasil o fez buscar outra vida. “Era metaleiro, ouvia rock e usava drogas”, conta.
Já no primeiro contato com Deus, através do Evangelho, começou a fazer parte de atividades religiosas – frequentava os cultos, ajudava em projetos sociais e seminários. E foi em uma das participações que conheceu Sandra, filha de um pastor. Apaixonou-se. Quando em 1997, a concretização da família se iniciou.
A vida não quis que Eli continuasse na sua cidade natal e o trouxe até Taquarituba, interior de São Paulo. Quis o destino que ele trabalhasse na favela, buscando formas de arrecadar fundos assistenciais para 80 pessoas. De lá, não parou! Começou os estudos – fez o início de Relações Públicas – mas se formou em Publicidade e Propaganda. Teologia. Foram mais de oito anos estudando. Tornou-se pastor.
Em 2004, Eli veio para Porto Feliz. Assumiu a Igreja, a responsabilidade de orientar os fiéis e seguir na concretização do sonho: transformar o espaço em um ambiente pedagógico, que além de cultos, ofereça profissionalização. E é também diretor da escola Mackenzie. Hoje, ele conta como foi o processo de chegada na cidade. A implantação da rede de ensino e novos projetos e metas para a junção da escola e religião. Confira!
Nascido em Minas Gerais, como foi o seu caminho até Porto Feliz?
Longo! Comecei num projeto social implantado na própria igreja. Fui para Taquarituba, uma cidade perto de Avaré (interior de São Paulo), e trabalhei na favela. Ajudávamos mais de 80 pessoas com fundos assistenciais. Saí de lá e fui para Tatuí, onde fiquei oito anos. Em maio de 2003, houve um pastor que precisou sair da Igreja porto-felicense. Fui convidado a assumir. Então em 2004 me mudei para cá.
Qual era o trabalho realizado no projeto social?
Fazíamos de tudo. Arrecadávamos roupas, alimentos. Participávamos de uma comunidade americana que destinava um valor assistencial para o Brasil e investíamos lá, em Taquarituba. Éramos quatro missionários e vários voluntários.
Como foi assumir uma Igreja em Porto Feliz?
O pastor, na época, foi trabalhar na Alemanha. Vim para substituí-lo. Estudei Teologia, fiz licenciatura e após oito anos me tornei pastor.
Que papel a religião assume para você?
Cresci em um lar não religioso. Perdi minha mãe cedo e aos 13 anos me envolvi com as drogas. Foram anos sendo metaleiro, maconheiro, cabeludo. Mas um dia fui visitar uma Igreja, ouvi uma mensagem do Evangelho e não saí mais.
Qual era a importância da família?
Meu pai era lavrador, trabalhava na roça. Fui estudar depois de velho. Mas me formei em Contabilidade, Publicidade e Propaganda, Teologia.
E a paixão pela comunicação, pois você começou a estudar Relações Públicas e mudou para Publicidade e Propaganda. Como surgiu?
Acho a comunicação maravilhosa. Lá tive contato com a Semiótica, que é um estudo sobre o papel dos objetos e os signos na sociedade. Para o pastor isso é ótimo! A Semiótica consegue o significado das coisas...
Como está a Igreja Presbiteriana do Brasil na cidade?
Estamos passando por um processo de estruturação. Quero fazer do espaço da igreja um espaço também social, onde, durante a semana, funcione oferecendo vários cursos de capacitação gratuita à população. Sonho também em trazer a Universidade Mackenzie para cá, perto de 2014, 2015. Nada de ônibus levando universitários para Sorocaba ou Itu. Que tenhamos estudo com qualidade aqui.
O projeto da escola, como surgiu?
Há seis anos, o compromisso da Mackenzie é voltado para mais uma opção: a escola cooperativa. O custo da escola cooperativa ainda não chegou ao objetivo. Uma escola cooperativa tem o custo baixo com um número grande de adesão. Estamos crescendo. Temos o ensino fundamental 1 e 2.
Há uma ampliação do ensino?
Estamos dividindo as turmas, a partir desse ano teremos 90 alunos de manhã e 90 à tarde. Até 2014 o objetivo será ter até o ensino médio da rede Mackenzie.
Há um diferencial na rede?
Meus filhos estudam lá. Posso falar que o diferencial é o sistema de ensino e o número de alunos por sala. São 14 crianças por turma e o professor pode oferecer um ensino particular. Outro fato é que cada pai passa a ser um administrador da escola. É um cooperado. Eles têm direito a voto, participação em todas as ações tomadas.
Qual a missão da escola?
Buscar a excelência no ensino com excelência.
Existe uma metodologia diferente?
Os professores têm livros encadernados. Assim como os alunos. Permite ao professor trabalhar de forma livre, mas há sempre um princípio por traz de cada tarefa. Essa liberdade permite que tudo seja discutido entre aluno e professor.
Em ano eleitoral, como você avalia a cidade?
Houve uma evolução. Vejo a cidade de forma positiva. Não acompanho muito a política e procuro ver o bem comum, além de partidos. Cheguei em 2004 e já vi muita mudança. Acredito que muitas coisas boas e positivas foram feitas.
O que você espera do futuro?
Que tudo continue a crescer e a seguir um bom caminho. Melhorar! Noto que falta um pouco de profissionalização. É preciso mais profissional conceituado para que não precisemos de outras cidades. A população precisa acompanhar o crescimento, que é rápido. Você encontra muitos desafios ao trabalhar com as pessoas. Hoje, o meu maior sonho dentro desse projeto que realizamos é ver a Igreja atuante na sociedade. Com uma missão e como missionária. Quero trazer a universidade Mackenzie para cá. Esse é meu sonho, é grande, mas para Deus é possível.
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