quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Falta de medicamentos no Regional causa transtornos

BLOG O MURAL:Famílias vivem o mesmo drama em Porto Feliz, pois tem de interromper tratamentos importantes por falta de medicamento.

E mais uma vez nossa grande mídia regional e estadual deixa passar como se nada tivesse acontecendo.

Outro caso que me esta intrigando é o da venda de emendas parlamentar, não tem uma vírgula sobre o assunto em lugar nenhum e para saber como andas as apurações só se chamar um pai de santo.....

Mas essa reportagem do cruzeiro do sul é importante porque mostra a angustia de pessoas que usam os medicamentos em falta e muitas das vezes esse tipo de problema caí no colo do prefeito, mas na verdade é de obrigação do estado e o senhor governador Geraldo Alkimin nada faz para resolver isso....





Telma Silvério
telma.silverio@jcruzeiro.com.br

A rotina do aposentado José Rodrigues, de 67 anos, mudou desde a última vez em que esteve na Farmácia de Alto Custo do Hospital Regional. Antes do dia 10 de agosto, como costuma fazer todos os meses, munido de receita foi em busca do medicamento prescrito para a filha que é portadora de doença mental. Mas qual não foi sua surpresa ao saber que o remédio estava em falta. "Ligo todos os dias pra saber se já chegou", revela. O problema não é novo e o Olanzapina 5 miligramas que o senhor José espera é apenas um dos medicamentos de alto custo em falta, de uma lista extensa, que tem prejudicado pacientes e até interrompido tratamentos.

O coordenador de Programas de Saúde de Votorantim, Adalberto Leme, tem denunciado com frequência a situação, inclusive com apoio de setores da saúde de outros municípios da região. Ele explica que a falta de medicamentos vem ocorrendo há mais ou menos um ano, com meses de maior proporção. Leme esclarece que atualmente tem faltado com certa frequência, entre outras, as medicações de esquizofrenia (Olanzapina 5 mg), asma (Salbutamol), para epilepsia (Lamotrigina), colesterol (Fenofibrato) e para osteoporose (Calcitriol). Hoje, em Votorantim, pelo menos 128 pacientes são prejudicados pela falta de doze itens de medicação, revela ele.

Há cerca de um mês, a lista de medicamentos com falha na distribuição, divulgada pelo coordenador de Programas de Saúde de Votorantimfarmacêuticas das cidades protocolaram pedido de reunião com o diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS-16), em Sorocaba, João Márcio Garcia. No entanto, segundo Leme, a reunião solicitada com todos os municípios acabou realizada em blocos.

Ele revela que os encontros ocorreram em dias diferentes e com pequeno número de cidades em cada dia. "Separando os municípios e assim enfraquecendo nosso movimento, dando versões equivocadas da falta de medicação e desculpas não fundadas em fatos concretos", critica. Leme diz que aguarda reunião com o diretor do DRS, solicitada dia 12 de agosto.
 
Dramas pessoais 
O aposentado José Rodrigues, 67, da Vila Jardini, assim como a aposentada Olga Hipólyto Coan, 69, do Jardim Maria do Carmo, têm decorado os números dos telefones da Farmácia de Alto Custo do Hospital Regional. Seu Zé perdeu a conta das vezes que já ligou para a farmácia, pelo 3332-9517. "Ligo todo dia para saber se chegou Olanzapina." Para Olga, a situação de seu tio pode complicar, caso não venha logo o medicamento para sua doença, o Mal de Parkinson. "A gente sempre pega no começo do mês, mas chegou a ficar um mês defasado", revela a aposentada. José Rodrigues conta que o medicamento retirado na farmácia de alto custo está a R$ 272,00, com 28 comprimidos, enquanto o genérico custa R$ 176,88. "Não tenho condições de comprar porque existem outros remédios que ela usa e tenho que pagar. Meu gasto mensal é alto", comenta.
 
Explicação 
A falta de medicamentos de alto custo nas farmácias, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, pode ocorrer por diversos fatores, como escassez de matéria prima, atrasos por parte de fornecedores e problemas logísticos, entre outros. Em agosto a Secretaria aplicou R$ 630 mil em multas contra laboratórios e distribuidores que atrasaram a entrega de medicamentos, prejudicando o tratamento de pacientes. Em resposta aos questionamentos e à lista da Coordenadoria de Programas de Saúde de Votorantim, a Secretaria enviou a seguinte nota:

"Os medicamentos Calcitriol, Hidróxido de Ferro e Pramipexol já se encontram disponíveis na Farmácia de Alto Custo de Sorocaba, administrada por empresa terceirizada, que está providenciando o repasse das remessas a Votorantim. No caso da Olanzapina, segundo a Secretaria, o desabastecimento ocorreu porque duas empresas fornecedoras embargaram na Justiça os pregões promovidos, impedindo a concretização da compra. Um novo pregão foi realizado na última semana, desta vez com sucesso, e o prazo de entrega informado pelo fornecedor é até 17 de outubro".

A Secretaria revela que está em processo de aquisição a compra de Lamotrigina, Metrotexato, Salmeterol e Sulfassalazina. Com relação ao medicamento Fenofribrato, houve um atraso por parte do fornecedor Viamed, que promete entrega do medicamento em 5 de outubro. Por fim, com relação a Genfibrozila, há orientação para que os pacientes solicitem a seus médicos a substituição das receitas pela dosagem de 600 mg, disponível para entrega, até a normalização dos estoques.

Medicamentos em falta
Calcitriol 0,25 mcg - Osteoporose
Fenofibrato 250 mg - Colesterol
Genfibrozila 900 mg - Colesterol
Hidrox. Ferro - Anemia
Lamotrigina 100 mg - Epilepsia
Lamotrigina 25 mg - Epilepsia
Metrotexato - Artrite
Olanzapina 5 mg - Esquizofrenia
Pramipexol 0,125 mg - Parkinson
Salbutamol Spray - Asma
Salmeterol Spray - Asma
Sulfassalazina 500 mg - Colite

* Fonte: Coordenadoria de Programas de Saúde de Votorantim

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