domingo, 28 de fevereiro de 2010

Se correr o bicho pega, se ficar...


BLOG DO U: Complicou bastante a situação do governador José Serra (PSDB) com a divulgação da nova pesquisa Datafolha, neste sábado. Serra viu sua vantagem de 14 pontos ante a candidata governista Dilma Rousseff cair para apenas 4, quase um empate técnico. E este é apenas um dos problemas de Serra, como se verá a seguir.


Sim, porque a pesquisa também mostra que a popularidade do governo Lula continua ascendente, tendo batido mais um recorde ao chegar aos 72% de avaliação positiva - e o Datafolha não mede a popularida pessoal do presidente, que sempre se situou quase uma dezena de pontos percentuais acima da do governo. Dizer que pesquisa é fotografia do momento é apenas um clichê, os dados consolidados e as curvas mostram um filme em andamento também. E este filme é o que há de pior para Serra: a aprovação ao governo Lula está subindo consistentemente com a recuperação da economia depois do tombo do ano passado.


É fato que a crise não prejudicou em nada o presidente, que mesmo nos piores momentos do ano passado surfou nas ondas da sua altíssima aprovação popular. Também é fato que uma estabilidade nos patamares em que Lula se encontra já seria por si só uma enorme dificuldade para Serra ou qualquer outra candidatura oposicionista, mas a verdade é que se Lula ainda encontra espaço para crescer, aí então a coisa se torna dramática para a oposição.


Ora, mas quem está na frente é José Serra, poderiam perguntar os mais desconfiados. Sim, o tucano continua na frente, mas já em outro patamar - especialmente quando se considera a sua apertada vitória em cenário de segundo turno (45 a 41). Não é mais favorito e pode começar a campanha atrás de Dilma.


Serrá terá bastante dor de cabeça nesta semana com a pressão dos aliados para que mude a estratégia de permanecer governando São Paulo como se não fosse candidato a coisa alguma em 2010. Ele não quer assumir a candidatura agora porque ainda não tem garantias que julga necessária para encarar a disputa, como o apoio do colega Aécio Neves, que tem dito que prefere ficar em Minas a assumir a vice na chapa de Serra. A atual situação nas pesquisas pode levar Aécio a desistir da empreitada, uma vez que ele nada ganharia sendo vice de uma chapa com chances sérias de derrota.


As paredes dos Bandeirantes sabem que Serra tem um Plano B, o de disputar a reeleição e deixar a sucessão de Lula para Aécio ou quem se habilitar ao desafio no partido. A pesquisa de hoje pode ter ajudado na decisão de Serra? Talvez, mas este blog acha que ele vai esticar a corda até quando der, para obter mais elementos e sentir a temperatura da disputa.


Do lado de Dilma, tudo é festa neste momento. O plano de Lula para a candidata está funcionando e o patamar de quase 30% já foi atingido. Se nas próximas pesquisas ela ultrapassar Serra, terá criado um fato político fortíssimo. E não será surpresa se isto ocorrer ainda em março.


Wagner Iglecias (é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP ) foi bastante feliz na lembrança: o "E agora, José?" é a pergunta da vez. Bem verdade que a resposta depende muito do que virá das montanhas de Minas. A bola está com Aécio, mas ele não tem nenhuma pressa de soltar o jogo. Se recusar a vice, praticamente sepulta as chances de Serra, salvo, é claro, um terremoto do lado petista, o que também não é coisa para se desprezar, haja vista o histórico de aloprados fazendo besteira fora de hora. Mas aparentemente Dilma está firme e não tem muito a cara de fazer bobagens. A oposição vai precisar jogar muito bem para levar esta, pois o jogo será muito duro, mesmo sem a presença de Lula na urna eletrônica.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

SP, MG, RS e DF usam repasse do SUS para equlibrar orçamento


BLOG DO U: Auditoria aponta que governos de SP, DF, MG e RS usaram recursos do SUS para fazer ajuste fiscal, veja que diz o Jornalista Lendro Fortes de Carta Capital.


E nós ser mortal ficamos na fila dos hospitais achando que o Goveno Federal não faz nada, imagina você o que faz o goveno do Estado de São Paulo propaganda na TV com dinheiro da Saúde é brincadeira.


Sem alarde e com um grupo reduzido de técnicos, coube a um pequeno e organizado órgão de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus), descobrir um recorrente crime cometido contra a saúde pública no Brasil. Em três dos mais desenvolvidos e ricos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS têm sido aplicados, ao longo dos últimos quatro anos, no mercado financeiro.


A manobra serviu aparentemente para incrementar programas estaduais- de choques de gestão, como manda a cartilha liberal, e políticas de déficit zero, em detrimento do atendimento a uma população estimada em 74,8 milhões de habitantes. O Denasus listou ainda uma série de exemplos de desrespeito à Constituição Federal, a normas do Ministério da Saúde e de utilização ilegal de verbas do SUS em outras áreas de governo. Ao todo, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passa de 6,5 bilhões de reais, sem falar nas consequências para seus usuários, justamente os brasileiros mais pobres.


As auditorias, realizadas nos 26 estados e no DF, foram iniciadas no fim de março de 2009 e entregues ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em 10 de janeiro deste ano. Ao todo, cinco equipes do Denasus percorreram o País para cruzar dados contábeis e fiscais com indicadores de saúde. A intenção era saber quanto cada estado recebeu do SUS e, principalmente, o que fez com os recursos federais. Na maioria das unidades visitadas, foi constatado o não cumprimento da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que obriga a aplicação em saúde de 12% da receita líquida de todos os impostos estaduais. Essa legislação ainda precisa ser regulamentada.


Ao analisar as contas, os técnicos ficaram surpresos com o volume de recursos federais do SUS aplicados no mercado financeiro, de forma cumulativa, ou seja, em longos períodos. Legalmente, o gestor dos recursos é, inclusive, estimulado a fazer esse tipo de aplicação, desde que antes dos prazos de utilização da verba, coisa de, no máximo, 90 dias. Em Alagoas, governado pelo também tucano Teotônio Vilela Filho, o Denasus constatou operações semelhantes, mas sem nenhum prejuízo aos usuários do SUS. Nos casos mais graves, foram detectadas, porém, transferências antigas de recursos manipulados, irregularmente, em contas únicas ligadas a secretarias da Fazenda. Pela legislação em vigor, cada área do SUS deve ter uma conta específica, fiscalizada pelos Conselhos Estaduais de Saúde, sob gestão da Secretaria da Saúde do estado.


primeiro caso a ser descoberto foi o do Distrito Federal, em março de 2009, graças a uma análise preliminar nas contas do setor de farmácia básica, foco original das auditorias. No DF, havia acúmulo de recursos repassados pelo Ministério da Saúde desde 2006, ainda nas gestões dos governadores Joaquim Roriz, então do PMDB, e Maria de Lourdes Abadia, do PSDB. No governo do DEM, em vez de investir o dinheiro do SUS no sistema de atendimento, o ex-secretário da Saúde local Augusto Carvalho aplicou tudo em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Em março do ano passado, essa aplicação somava 238,4 milhões de reais. Parte desse dinheiro, segundo investiga o Ministério Público Federal, pode ter sido usada no megaesquema de corrupção que resultou no afastamento e na prisão do governador José Roberto Arruda.


Essa constatação deixou em alerta o Ministério da Saúde. As demais equipes do Denasus, até então orientadas a analisar somente as contas dos anos 2006 e 2007, passaram a vasculhar os repasses federais do SUS feitos até 2009. Nem sempre com sucesso. De acordo com os relatórios, em alguns estados como São Paulo e Minas os dados de aplicação de recursos do SUS entre 2008 e 2009 não foram disponibilizados aos auditores, embora se tenha constatado o uso do expediente nos dois primeiros anos auditados (2006-2007). Na auditoria feita nas contas mineiras, o Denasus detectou, em valores de dezembro de 2007, mais de 130 milhões de reais do SUS em aplicações financeiras.


O Rio Grande do Sul foi o último estado a ser auditado, após um adiamento de dois meses solicitado pelo secretário da Saúde da governadora tucana Yeda Crusius, Osmar Terra, do PMDB, mesmo partido do ministro Temporão. Terra alegou dificuldades para enviar os dados porque o estado enfrentava a epidemia de gripe suína. Em agosto, quando a equipe do Denasus finalmente desembarcou em Porto Alegre, o secretário negou-se, de acordo com os auditores, a fornecer as informações. Não permitiu sequer o protocolo na Secretaria da Saúde do ofício de apresentação da equipe. A direção do órgão precisou recorrer ao Ministério Público Federal para descobrir que o governo estadual havia retido 164,7 milhões de recursos do SUS em aplicações financeiras até junho de 2009.


O dinheiro, represado nas contas do governo estadual, serviu para incrementar o programa de déficit zero da governadora, praticamente único argumento usado por ela para se contrapor à série de escândalos de corrupção que tem enfrentado nos últimos dois anos. No início de fevereiro, o Conselho Estadual de Saúde gaúcho decidiu acionar o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado e a Assembleia Legislativa para apurar o destino tomado pelo dinheiro do SUS desde 2006.


Ainda segundo o relatório, em 2007 o governo do Rio Grande do Sul, estado afetado atualmente por um surto de dengue, destinou apenas 0,29% dos recursos para a vigilância sanitária. Na outra ponta, incrivelmente, a vigilância epidemiológica recebeu, ao longo do mesmo ano, exatos 400 reais do Tesouro estadual. No caso da assistência farmacêutica, a situação ainda é pior: o setor não recebeu um único centavo entre 2006 e 2007, conforme apuraram os auditores do Denasus.


Com exceção do DF, onde a maioria das aplicações com dinheiro do SUS foi feita com recursos de assistência farmacêutica, a maior parte dos recursos retidos em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul diz respeito às áreas de vigilância epidemiológica e sanitária, aí incluído o programa de combate à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mas também há dinheiro do SUS no mercado financeiro desses três estados que deveria ter sido utilizado em programas de gestão de saúde e capacitação de profissionais do setor.


Informado sobre o teor das auditorias do Denasus, em 15 de fevereiro, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, colocou o assunto em pauta, em Brasília, na terça-feira 23. Antes, pediu à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, à qual o Denasus é subordinado, para repassar o teor das auditorias, em arquivo eletrônico, para todos os 48 conselheiros nacionais. Júnior quer que o Ministério da Saúde puna os gestores que investiram dinheiro do SUS no mercado financeiro de forma irregular. "Tem muita coisa errada mesmo."


No caso de São Paulo, a descoberta dos auditores desmonta um discurso muito caro ao governador José Serra, virtual candidato do PSDB à Presidência da República, que costuma vender a imagem de ter sido o mais pródigo dos ministros da Saúde do País, cargo ocupa-do por ele entre 1998 e 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo dados da auditoria do Denasus, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados a programas de assistência farmacêutica, 12,2 milhões a programas de gestão, 15,7 milhões à vigilância epidemiológica e 7,7 milhões ao combate a DST/Aids, entre outros programas.


Ainda em São Paulo, o Denasus constatou que os recursos federais do SUS, tanto os repassados pelo governo federal como os que tratam da Emenda nº 29, são movimentados na Conta Única do Estado, controlada pela Secretaria da Fazenda. Os valores são transferidos imediatamente para a conta, depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED). "O problema da saúde pública (em São Paulo) não é falta de recursos financeiros, e, sim, de bons gerentes", registraram os auditores.


Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o governo paulista deixou de aplicar na saúde, apenas nos dois exercícios analisados, um total de 2,1 bilhões de reais. Destes, 1 bilhão, em 2006, e 1,1 bilhão, em 2007. Apesar de tudo, Alckmin e Serra tiveram as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. O mesmo fenômeno repetiu-se nas demais unidades onde se constatou o uso de dinheiro do SUS no mercado financeiro. No mesmo período, Minas Gerais deixou de aplicar 2,2 bilhões de reais, segundo o Denasus. No Rio Grande do Sul, o prejuízo foi estimado em 2 bilhões de reais


CartaCapital solicitou esclarecimentos às secretarias da Saúde do Distrito Federal, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Em Brasília, em meio a uma epidemia de dengue com mais de 1,5 mil casos confirmados no fim de fevereiro, o secretário da Saúde do DF, Joaquim Carlos Barros Neto, decidiu botar a mão no caixa. Oriundo dos quadros técnicos da secretaria, ele foi indicado em dezembro de 2009, ainda por Arruda, para assumir um cargo que ninguém mais queria na capital federal. Há 15 dias, criou uma comissão técnica para, segundo ele, garantir a destinação correta do dinheiro do SUS para as áreas originalmente definidas. "Vamos gastar esse dinheiro todo e da forma correta", afirma Barros Neto. "Não sei por que esses recursos foram colocados no mercado financeiro."


O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, afirma jamais ter negado atendimento ou acesso à documentação solicitada pelo Denasus. Segundo Terra, foram os técnicos do Ministério da Saúde que se recusaram a esperar o fim do combate à gripe suí-na no estado e se apressaram na auditoria. Mesmo assim, garante, a equipe de auditores foi recebida na Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com ele, o valor aplicado no mercado financeiro encontrado pelos auditores, em 2009, é um "retrato do momento" e nada tem a ver com o fluxo de caixa da secretaria. Terra acusa o diretor do Denasus, Luís Bolzan, de ser militante político do PT e, por isso, usar as auditorias para fazer oposição ao governo. "Neste ano de eleição, vai ser daí para baixo", avalia.


Em nota enviada à redação, a Secretaria da Saúde de Minas Gerais afirma estar regularmente em dia com os instrumentos de planejamento do SUS. De acordo com o texto, todos os recursos investidos no setor são acompanhados e fiscalizados por controle social. A aplicação de recursos do SUS no mercado financeiro, diz a nota, é um expediente "de ordem legal e do necessário bom gerenciamento do recurso público". Lembra que os recursos de portarias e convênios federais têm a obrigatoriedade legal da aplicação no mercado financeiro dos recursos momentaneamente disponíveis.


Também por meio de uma nota, a Secretaria da Saúde de São Paulo refuta todas as afirmações constantes do relatório do Denasus. Segundo o texto, ao contrário do que dizem os auditores, o Conselho Estadual da Saúde fiscaliza e acompanha a execução orçamentária e financeira da saúde no estado por meio da Comissão de Orçamento e Finanças. Também afirma ser a secretaria a gestora dos recursos da Saúde. Quanto ao investimento dos recursos financeiros, a secretaria alega cumprir a lei, além das recomendações do Tribunal de Contas do Estado. "As aplicações são referentes a recursos não utilizados de imediato e que ficariam parados em conta corrente bancária." A secretaria também garante ter dado acesso ao Denasus a todos os documentos disponíveis no momento da auditoria.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nassif: Serra e o fim da era paulista na política


BLOG DO U: Reproduzo a belíssima análise de Nassif, sobre a liderança de Serra. O que restará do PSDB, depois desse período deletério, sob comando de um homem que tenta se impor pelo medo? Confiram, no texto do Nassif...


Por que José Serra vacila tanto em anunciar-se candidato?
Para quem acompanha a política paulista com olhos de observador e tem contatos com aliados atuais e ex-aliados de Serra, a razão é simples.
Seu cálculo político era o seguinte: se perde as eleições para presidente, acaba sua carreira política; se se lança candidato a governador, mas o PSDB consegue emplacar o candidato a presidente, perde o partido para o aliado. Em qualquer hipótese, iria para o aposentadoria ou para segundo plano. Para ele só interessava uma das seguintes alternativas: ele presidente ou; ele governador e alguém do PT presidente. Ou o PSDB dava certo com ele; ou que explodisse, sem ele.
Esta foi a lógica que (des)orientou sua (in)decisão e que levou o partido a esse abraço de afogado. A ideia era enrolar até a convenção, lá analisar o que lhe fosse melhor.
De lá para cá, muita água rolou. Agora, as alternativas são as seguintes:
1. O xeque que recebeu de Aécio Neves (anunciando a saída da disputa para candidato a presidente) demoliu a estratégia inicial de Serra. Agora, se desiste da presidência e sai candidato a governador, leva a pecha de medroso e de sujeito que sacrificou o partido em nome de seus interesses pessoais.
2. Se sai candidato a presidente, no dia seguinte o serrismo acaba.
O balanço que virá
O clima eleitoral de hoje, mais o poder remanescente de Serra, dificulta a avaliação isenta do seu governo. Esse quadro – que vou traçar agora – será de consenso no ano que vem, quando começar o balanço isento do seu governo, sem as paixões eleitorais e sem a obrigatoriedade da velha mídia de criar o seu campeão a fórceps. Aí se verá com mais clareza a falta de gestão, a ausência total do governador do dia-a-dia da administração (a não ser para inaugurações), a perda de controle sobre os esquemas de caixinha política.
Hoje em dia, a liderança de Serra sobre seu governo é próxima a zero. Ele mantém o partido unido e a administração calada pelo medo, não pelas ideias ou pela liderança.
Há mágoas profundas do covismo, mágoas dos aliados do DEM – pela maneira como deserdou Kassab -, afastamento daqueles que poderiam ser chamados de serristas históricos – um grupo de técnicos de alto nível que, quando sobreveio a inércia do período FHC-Malan, julgou que Serra poderia ser o receptador de ideias modernizantes.
Outro dia almocei com um grande empresário, aliado de primeira hora de Serra. Cauteloso, leal, não avançou em críticas contra Serra. Ouviu as minhas e ponderou uma explicação que vale para todos, políticos, homens de negócio e pensadores: “As ideias têm que levar em conta a mudança das circunstâncias e do país”. Serra foi moderno quando parlamentar porque, em um período de desastre fiscal focou seu trabalho na responsabilidade fiscal.
No governo paulista, não conseguiu levantar uma bandeira modernizadora sequer. Pior: não percebeu que os novos tempos exigiam um compromisso férreo com o bem estar do cidadão e a inclusão social. Continuou preso ao modelito do administrador frio, ao mesmo tempo em que comprometia o aparato regulatório do Estado com concessões descabidas a concessionárias.
O castigo veio a cavalo. A decisão de desviar todos os recursos para o Rodoanel provocou o segundo maior desastre coletivo, produzido por erros de gestão, da moderna história do país: o alagamento de São Paulo devido à interrupção das obras de desassoreamento do rio Tietê. O primeiro foi o “apagão” do governo FHC.
O fim das ideias
O Serra que emergiu governador decepcionou aliados históricos. Mostrou-se ausente da administração estadual, sem escrúpulos quando tornou-se o principal alimentador do macartismo virulento da velha mídia – usando a Veja e a Folha – e dos barra-pesadas do Congresso. Quando abriu mão dos quadros técnicos, perdeu o pé das ideias. Havia meia dúzia de intelectuais que o abastecia com ideias modernizantes. Sem eles, sua única manifestação “intelectual” foi o artigo para a Folha criticando a posição do Brasil em relação ao Irã – repetindo argumentos do seu blogueiro -, um horror para quem o imaginava um intelectual refinado.
===
Clique em "Leia Mais" para ler o artigo de Nassif na íntegra.

UM TEMPO PARA O ESPORTE COM RICARDO KOTSCHO


BLOG DO U: A ARTE DO FUTEBOL MULEQUE DO SANTOS VALE A PENA LER


Molecada do Santos contra o velho futebol
Como faço todos os janeiros, asssisti a vários jogos da Copa São Paulo no começo do ano. Ver a molecada jogando é o que tem de melhor para quem gosta de futebol. É bola pra frente, sem medo de driblar e ousar, com alegria no pé, chutar de qualquer lugar, brincar com a bola, buscar sempre o gol.
Aí começa o Campeonato Paulista de profissionais e é aquele velho ramerão de sempre, o futebol burocrático e medroso dos “professores” que entram em campo para “buscar o resultado”, apenas para cumprir a tabela.
A única exceção, a grande novidade do futebol paulista e brasileiro, é esse fantástico time do Santos, que o humilde e competente Dorival Júnior montou sem gastar milhões nem contratar veteranos medalhões, apenas abrindo espaço para a molecada que já estava lá. E, ainda por cima, trouxe de volta Robinho, a melhor expressão dos “Meninos da Vila” que encantaram as platéias anos atrás.
Líder disparado do Paulistão, seis pontos à frente do Corinthians, oito do São Paulo e nove do Palmeiras, com 27 gols em dez jogos, o Santos está sobrando em campo.
Só a dupla Neymar e Ganso já marcou 13 gols, mais do que os ataques da maioria dos times grandes e pequenos deste campeonato (o iG desta terça-feira informa na capa que cada gol de Ronalducho no Corinthians sai pela bagatela de 232 mil reais).
O Santos foi na contra-mão dos outros times grandes de São Paulo: valorizou e promoveu seus jogadores da base, deu liberdade a eles para jogar bola, sem a camisa de força dos retranqueiros de salários milionários. De um ano para outro, virou outro time _ um grande time, que lembra os bons tempos do clube de Vila Belmiro.
Enquanto isso, o São Paulo, que foi campeão da Copinha, já contratou 11 jogadores este ano, a grande maioria meia boca, não promoveu ninguém dos juvenis e até hoje sua torcida não sabe qual é o time titular.
O Corinthians, que continua gastando o que não tem, mais preocupado com o marketing e a festa do centenário do que com o futebol propriamente dito, também prefere investir em jogadores já em fim de carreira do que dar uma chance aos meninos das equipes de base.
O mesmo acontece com o Palmeiras, que vai amontoando jogadores no elenco, e ocupa um honroso oitavo lugar na tabela. Pode ser que agora, com Antonio Carlos, já sabendo que o clube, cada vez mais endividado, não vai contratar mais ninguém, o time abra vagas para seus jovens talentos, que também não faltam no Parque Antártica, como vi na Copa São Paulo.
Este ano, se nada mudar nos três grandes da Capital, vamos ter no Paulistão um choque de gerações: o futebol moleque do Santos contra o velho futebol de masters dos outros grandes. Quem vocês acham que vai ganhar?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Discurso da ministra Dilma Rousseff, no 4° Congresso do PT (integral)



BLOG DO U: O disrcuso da Dilma mostra que ela é a mais preparada para administrar este país.


Leia ele na integra;





“Queridas companheiras,Queridos companheiros
Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.
Meu partido –o Partido dos Trabalhadores– me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.
A obra de um líder –meu líder– de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula.
Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo – com humildade, com serenidade e com confiança.
Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:
“Teus ombros suportam o mundo/E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.
Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou.Eram, naquela época, tempos difíceis.
Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos —pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.
Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta –Mário Quintana– a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:
“Todos estes que aí estãoAtravancando o meu caminho,Eles passarão.Eu passarinho.”
Eles passaram e nós hoje voamos livremente.
Voamos porque nascemos para ser livres.
Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.
Hoje estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos, todos, mas todos mesmo, expressam livremente suas opiniões e suas idéias.
Mas um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.
Vejo nesta manhã –já quase tarde– nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão –um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso do país e com o país às últimas conseqüências.
Amadureci. Amadurecemos nós todos.
Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande do Sul e, sobretudo, aqui no governo do Brasil.
Mas esse amadurecimento não se confunde com perda de convicções.
Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país.
Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas.
Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de construir um mundo melhor.
A história recente mostrou que estávamos certos.
Tivemos um grande mestre –o Presidente Lula nos ensinou o caminho.
Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.
Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.
Companheiras, Companheiros
Recebo com humildade a missão que vocês estão me conferindo. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante mais ilustre –o Presidente Lula.
Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.
Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país –a força do povo brasileiro. Esta é a força que nos conduziu até aqui e que nos mantém.
A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos.
Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.
Dos movimentos sociais.
Dos que labutam em nossos campos.
Dos profissionais liberais.
Dos intelectuais.
Dos servidores públicos.
Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.
Dos negros. Dos índios. Dos jovens.
De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.
Enfim, das mulheres.
Para muitos, elas são “metade do céu”. Mas queremos mesmo é metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades.
E como disse o presidente Lula, não há limite para nós mulheres. É esse, inclusive, um dos preceitos da primeira vez nós termos uma candidata mulher.
Quero com vocês –mulheres do meu país– abrir novos espaços na vida nacional.
É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos discutir e seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige sistematicamente de nós.
Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia.
Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda.
Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos.
Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.
Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candeeiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil afora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.
Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro, para o seu futuro.
Milhões –mas muitos milhões mesmo– expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.
Muitos me perguntam por que o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, e ter a vontade política de um grande líder, como o presidente Lula com a sua vontade de fazer trilhar, derrubando velhos dogmas que funcionavam como barreiras nos caminhos do Brasil.
O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda – o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável.
Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo de massa, de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial. O nosso consumo, o consumo do povo brasileiro sustentou o país diante do medo que se abateu sobre o sistema financeiro internacional e privado nacional.
Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos. Não o Brasil para uma minoria, como fizemos sistematicamente desde os tempos da escravidão.
O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.
Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto.
Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados.
Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que pede dinheiro a nós.
Grande ironia é essa: os mesmos 14 bilhões de dólares que foram sacados do empréstimo, que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.
E isso faz a diferença no que se refere à nossa postura soberana.
O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.
Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.
A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das nossas grandes cidades e das médias também.
Essa situação está mudando por decisão do governo do presidente Lula que focou nessas questões, num grande conjunto de sua política de desenvolvimento.
O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo no período da crise.
Nós vamos aprofundar esse caminho e esse compromisso de acabar com esse desequilíbrio. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da “Maria Fumaça”. O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance, se desenvolva e cresça. Nós queremos 27 locomotivas puxando o trem do Brasil.
O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.
Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso para muitos países.
Aqui, no Brasil, o desastre só não foi maior –como em outros países– porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização parcial e integral da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.
Alguns falam todos os dias de “inchaço da máquina estatal”. Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização.
Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.
Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país.
É muito bom lembrar que diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País. Por isso, quando em muitos países, o emprego caia, em 2009, aqui, nós conseguimos criar quase um milhão de empregos.
Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008:
É chegada a hora da política!
Nada mais apropriado do que essa frase. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.
O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo.
O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e, como diz minha mãe, se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.
Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.
O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.
No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E nós sabemos como faltou!
Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que começa a ficar ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros.
Hoje nós estamos crescendo e distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, com expansão da democracia, com forte participação social na definição das políticas públicas e com respeito aos Direitos Humanos.
Quem duvidar do vigor da nossa democracia que leia, que escute ou que veja o que dizem os jornais livremente, o que dizem nos jornais livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições –ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas– ao silêncio das ditaduras.
Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes defendendo seus direitos e interesses. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e os velhos senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a se constituir uma nova e verdadeira opinião pública.
As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.
Não praticamos nenhum casuísmo. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos –como se fez no passado– as regras do jogo no meio da partida.
Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce e uma herança bendita sobre a qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.
Queridas companheiras, queridos companheiros.
Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo.
Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.
Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.
Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula –seu olhar social, seu compromisso social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.
Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso –da creche ao pós-graduação.
Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula, que continuamos no segundo e que continuaremos. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.
No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da nossa população. É para eles que estamos construindo um Brasil melhor. Eles têm direito a um futuro melhor.
O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados.Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores contratados, concursados, bem treinados e bem remunerados. Isso não é inchaço da máquina, é imprescindível para todos. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho.
Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento nas próximas décadas.
Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.
As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.
Companheiros e companheiras,
Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.
Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso à socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento. E o governo federal vem fazendo isso. E é isso é o que está previsto no PAC 2.
Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional –o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs –pretendemos chegar até 2010, até o fim do governo do presidente Lula, a 500 UPAs. Daremos prioridade também ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente, que o presidente Lula tanto se empenha para implantar, e Farmácia Popular.
Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.
Vamos melhorar a habitação e vamos perseguir a universalização do saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Tudo isso está previsto no chamado PAC 2.
Vamos reforçar, também, os programas de segurança pública.
A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso. Serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Naquilo que é talvez uma das maiores chagas da história do Brasil, que é o fato de uma parte da população ter sido obrigada a morar em favelas, em áreas de riscos, como beiras de córregos e, quando caem as grandes chuvas, são eles os mais afetados e os que mais sofrem conseqüências dramáticas, incluindo a morte.
Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d’água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso haja, ou não, acordo internacional. Esse é o compromisso do presidente Lula e o meu compromisso.
Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade.
Agregar valor a nossas riquezas naturais é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser —e será– produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.
Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.
Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.
Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.
Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.
Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.
Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.
Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.
Uma coisa é estratégica. Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. É como diz o presidente Lula: “quem não se respeita, não pode ser respeitado”. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.
Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.
Companheiras e companheiros,
Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros e das brasileiras. Um debate voltado para o futuro.
Nós somos aqueles que temos o que apresentar.
Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.
Queridas amigas e amigos
No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada a tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.
Em meus queridos pais.
Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.
Nos tantos amigos que fiz.
Nos companheiros com quem dividi minha vida.
Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história.
Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.
Quero recordar três companheiros que se foram na flor da idade.
Carlos Alberto Soares de Freitas.
Beto, você ia adorar estar aqui conosco.
Maria Auxiliadora Lara Barcelos
Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui com cada um de nós.
Iara Yavelberg.
Iara, que falta fazem guerreiras como você.
O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.
A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro –o presidente Lula.
Este ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores.
Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT.
Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.
Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.
O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso.
Mas não mudou de lado.
Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.
Mas, a principal inovação que o PT trouxe para a política brasileira foi colocar o povo –seus interesses, aspirações e esperanças– no centro de suas ações.
Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.
Esta é a cara do meu partido.
O rosto daqueles e daquelas que acrescentam à sua jornada de trabalho, uma segunda jornada – ou terceira, no caso das mulheres: a jornada da militância.
Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.
Companheiros e companheiras,
Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.
Sei que não estou sozinha.
A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões.
Vamos todos juntos, até a vitória.
Viva o povo brasileiro!
(Fonte Folha Online)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carta maior: perguntas que o PiG(*) não faz sobre Serra e Arruda


BLOG DO U: reproduz o comentário do amigo navegante Fabiano



Algumas perguntinhas muto interessantes copiadas do Carta Maior:


1] Por que, a exemplo do que fez tantas vezes com o PT, a mídia não parte do fato policial para resgatar o passado e o presente das relações políticas do demo José Roberto Arruda?


2] Por que esquece –ou esconde?– entre outras coisas, que Arruda foi nada menos que líder de FHC na Câmara Federal?


3] Por que a mesma amnésia subtrai ao leitor que Arruda era a grande –e única– ‘revelação administrativa’ dos demos [sobretudo depois do fiasco Kassab], e nome natural’ para ocupar a vice-presidência na coalizão demotucana liderada por Serra?


4] Por que, súbito, abriu-se um precipício de silencio midiático sobre as relações entre Serra e Arruda, omitindo-se, inclusive, ‘o simpático’ simbolismo da sintonia capilar entre ambos –mencionada por ninguém menos que o próprio governador tucano em evento conjunto em 2009?


5] Por que a obsequiosa Eliane Catanhede, da Folha, e os petizes da Veja, que tantas e tantas linhas destinaram a enaltecer a determinação de Arruda em ‘cortar o gasto público’ –e ainda o fazem na ressalva ao ‘bom administrador que tropeçou na ética’, segundo Catanhede– sonegam aos seus leitores a auto-crítica pelo peixe podre que venderam como caviar?


6] Por que, enfim, o esfarelamento da direta nativa abrigada nos Demos não merece copiosas páginas de retrospectiva histórica, que situe para os leitores a evolução daqueles que, como Arena e PFL, foram esteio da ditadura e da tortura e hoje são os aliados carnais de José Serra?



(Carta Maior e a Quarta-feira de Cinzas da mídia demotucana)




(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, (Partido da Imprensa Golpista segundo PHA)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O DEM e sua arrogancia de poder.


BLOG DO U: O DEM tenta apregoar a lorota de que lida com o seu mensalão com um rigor que o PT não foi capaz de imprimir ao mensalão dele. Porém...

Porém, a firmeza do DEM tem a consistência de um pote de gelatina. Mesmo a exclusão de Arruda foi às manchetes com a forma de uma pseudoexpulsão.

A Executiva do partido deu tempo a Arruda para recorrer ao Judiciário. Malogrado o recurso, o DEM deu prazo ao governador para se desfiliar, antecipando-se ao vexame da expulsão.

De resto, a cúpula do DEM decidiu fingir que Paulo Octávio estava limpo. Uma ilusão que se desfaz nos desvãos do inquérito do panetonegate.

Para complicar, em pleno recesso do Congresso, o diretório brasiliense do DEM, comandado por Paulo Octávio, saiu-se com uma nota de apoio ao pseudoexpulso Arruda.


É de conhecimento do mundo mineral que a uma grande diferença ente o mensalão real do DEM ao Mensalão inventado do PT.


Iventado porque o Jeferson ex-deputado saiu atirando para todos os lados e o PIG na ancia de querer torrar a sigla do PT comprou a briga no mesmo instante, mas vamos a 3 principasis diferença dos dois mesalões


1° do DEM erá visivel que era para inriquecer ao própio Arruda e aliados (ver video)


2° do DEM é para permanecer no poder atraves da compra de voto do eleitor.


3° do DEM para subornar juizes.

Só por ai se ve que o panetone$ do Arruda tem muito mais consistencia que o do PT, ao final é só nós comparamros os pratimonio$ da duas turmas e veras quem praticou o mensalão de verdade.

Coisa pequena que a receita federal pode nos ajudar.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dimenstein e FHC não têm o povo que merecem



BLOG DO U: Respeitar às opiniões políticas dos adversários é um princípio básico da democracia, por isso, por exemplo, reproduzo aqui às opiniões pro-tucanas do articulista da Folha SP, Gilberto Dimenstein. Respeitar essas opiniões não significa concordar com elas, mas permitir que a divergência possa ficar evidenciada no conhecimento do que é exposto e defendido pelos argumentos pro-tucanos -no caso- de Dimenstein.



Esse respeito, porem, não implica tolerar a proclamação de inverdades, como argumento para dar basamento a suas posições políticas.



Dimenstein utiliza uma pesquisa que mostra o grau de informação da população brasileira, ou de desinformação, para tentar explicar o porque da rejeição a FHC e ao que foi seu governo. Simplificando: FHC é rejeitado porque o povo é desinformado. Pior, nos critérios de Dimenstein, a própria elite rejeita FHC porque padece do mesmo mal que o povo, é desinformada.



Dimenstein poderia explicar o longo reinado dos tucanos em São Paulo e a eleição de Kassab com argumentos semelhantes. Mas não o faz, porque os tucanos sempre pretenderam que onde eles governam o povo é mais bem informado e que a ignorância é patrimônio exclusivo dos que apoiam Lula.



Para proceder a sua tentativa de reabilitação de FHC, Dimenstein nos “informa” sobre o que foi o governo FHC, repetindo o discurso do tucanato e ignorando os fatos que dão sustentação a informação que hoje uma grande maioria do povo brasileiro possui.
Como o povo e a elite não concorda com a informação que Dimenstein gostaria que ele engula, Dimenstein, arrogante, o acusa de ignorante.



Para ele “Lula não seria o Lula que está aí sem Fernando Henrique”, do qual ele seria a continuidade, como em “uma corrida de bastão” (Primeiro FHC, depois Lula, e agora…). Tudo progredindo no mesmo sentido, um melhorando o que o outro fez. E o Dimentein fala de desinformados?



O economista Delfim Netto também pensa que tudo mundo é desinformado, mas esse todo mundo soa como todos os da espêcie Dimenstein. Em entrevista de março de 2008, Delfim dizia: “O Fernando Henrique entregou o Brasil falido. Todo mundo se recusa a entender esse fato; em 2002, o Brasil estava (em tom enfático) fa-li-do”. (ver Delfim Neto abriu fogo: FHC entregou país “falido”).



Contrariamente ao que “informa” Dimenstein, Lula herdou uma inflação em alta (projeção de 14%), juros altos, desemprego alto e endividamento alto. A pobreza estagnada e o crescimento econômico pifio.



Se a informação de Delfim não é válida para Dimenstein, ele poderia ao menos citar a do seu colega da Folha, Gustavo Patu, que dias atrás escreveu que o “crescimento econômico -goste-se ou não, o indicador mais universalmente utilizado para mensurar o sucesso das administrações nacionais.” e que desse ponto de vista “A renda nacional cresceu à média de 2,2% ao ano sob FHC e deve encerrar o período lulista com taxa anual de 3,7%”, ou seja quase o dobro. E Patu acrescenta, “Mais importante politicamente, o primeiro começou seu governo com expansão acelerada e terminou em estagnação, enquanto o segundo obteve o resultado inverso.” Segundo a informação de Patu, “dólar barato e gasto público sem amarras sustentaram a popularidade inicial de FHC e garantiram sua reeleição no primeiro turno, mas levaram o endividamento público de menos de 30% para quase 50% do Produto Interno Bruto.” Nem o famoso triplé da política econômica que os tucanos utilizam como argumento para pretender, como Dimenstein, que Lula copiou FHC, fica em pé na argumentação de Patu, pois ela foi ditada pelo FMI e só aceita a partir de 1999 depois do naufrágio do “populismo” cambial.



E a pobreza? segundo Patu, após o primeiro ano em 1994, “a pobreza permaneceu nos mesmos patamares no restante do governo tucano”.



Hoje, segundo Nakano (economista ligado ao PSDB) “O salário real médio aumentou em torno de 6% ao ano de 2004 a 2008. A isso se conjuga o fato de que entre 2003 e 2009 foram criados 8,5 milhões de novos postos de trabalho, gerando um poderoso círculo virtuoso de crescimento autossustetado”. E repete: com a ascensão da nova classe média, por causa do aumento do emprego com melhor remuneração, entraram 90 milhões de pessoas no mercado consumidor.”
“Marcelo Neri, PhD por Princenton e Chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV, comenta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA). A partir de 2004, nada menos que 32 milhões subiram para as classes A e B e 19,3 milhões saíram da pobreza. “Dá para transformar o País rapidamente, aos saltos, embora a desigualdade continue grande. Precisa cair três vezes para convergir aos níveis dos EUA.”



(…) “O que cresceu foi a renda do trabalho e não aquela proveniente dos programas de socorro. O Bolsa-Família representa apenas 0,4% do PIB.”



Não estamos, portanto, afirmam ele e Nakano, diante de um processo passageiro (eu quase ia dar uma de cientista político e dizer “pontual”) que não tende a se sustentar, mas da criação de um círculo virtuoso de emprego-aumento de renda-consumo-produção e de novo emprego.” (Coluna de Alberto Tamer, Estadão de hoje).



Essa informação, sustentada nos dados da vida real e constatada por todos, constituí o fundamento da popularidade de Lula e da rejeição de FHC.



Demorou, mas mesmo uma boa parte da elite e os intelectuais acabou abrindo os olhos perante os fatos, e é isto que Dimenstein e FHC não suportam. Que Lula seja popular no Nordeste ou nos bairros pobres da periferia, tudo bem o povo é burro resmungam sottovoce, mas entre a elite, FHC ser menos popular que Gugu Liberato e Lula mais popular que Zezé de Camargo e William Bonner, e realmente demais.



Fica tranqüilo Dimenstein, Lula ainda é menos popular que FHC em uma certa elite paulistana.
Mas, para seu desconsolo, conhecendo essa elite paulistana e conservadora que prefere Brazil ao Brasil, daqui a pouco vai ser chique, como em Paris, Londres e New York, adorar o Lula. O que alias já está acontecendo na forma de “O Lula até que não foi tão ruim assim porque FHC deixou tudo direitinho e ele é muito sortudo, mas essa Dilma…”


Direto do Blog de Luis Favre

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A folia dos pedágios do José Serra (PSDB-DEM) em São Paulo


BLOG DO U: Faço minha as palvras de Emídio Souza Prefeito de Osasco, com a permição dele é claro leia o texo abaixo;


Emídio de Souza, advogado e ex-metalúrgico, é prefeito de Osasco (PT-SP)


Na descida para o litoral ou a caminho do interior paulista, o motorista tem uma certeza: vai encontrar um, dois ou mais pedágios pela frente. Um samba-enredo que se repete, acabando com a alegria de qualquer folião.


Incapaz de dar conta dos investimentos necessários para a modernização das rodovias, o governo de São Paulo optou, em 1996, pelo programa de concessões. Caberia à iniciativa privada cuidar da melhoria do asfalto, da duplicação de pistas, dos investimentos em sinalização e dos equipamentos de segurança. De fato, nestes quase 14 anos de programa, algumas estradas de São Paulo consolidaram-se como as mais modernas do país.


Pragmático, o paulista parece ter absorvido a conta que lhe foi entregue para pagar. Resistiu de forma tímida no início, mas depois incorporou a ideia segundo a qual é melhor pagar para circular em boa estrada do que esperar por uma melhoria prometida e sempre adiada.


Animados por esse aparente conformismo, as concessionárias erraram na mão com a benção do governo do Estado. Cruzaram perigosamente a fronteira do bom senso que deve nortear toda prestação de serviço público, a ponto de reintroduzir na pauta de várias cidades a discussão sobre o modelo de concessão de rodovias.


Autoproclamados craques em gestão, os tucanos promoveram em São Paulo o milagre da multiplicaçãodas praças de pedágio. Eram 40 em 1997.

São 163 em 2010, com forte viés de alta. Enquanto a inflação cresceu 99% entre 1998 e 2009, as tarifas dos pedágios subiram 174%. Uma viagem de 454 km entre São Paulo e São José do Rio Preto custa R$ 118,40.Entre a capital e Araçatuba, são R$ 116.


Para o cidadão comum que viaja a passeio, uma exorbitância. Para a circulação de riquezas em nosso Estado, mais alguns quilos no pesado custo Brasil. Um caminhão com cinco eixos deixa R$ 290,50 nos dez pedágios do complexo Anhanguera-Bandeirantes, o equivalente a 10,7% da despesa total da viagem.


Dados da Artesp, a agência que regula o setor, publicados nesta Folha (25/12), revelam que as concessionárias faturaram R$ 4,55 bilhões em 2009, um crescimento expressivo de 17,3% sobre o ano anterior, número emblemático sobre a multiplicação geométrica de pedágios.


Além de caro, vimos desmentida a promessa do saudoso governador Mario Covas de que o rodoanel não teria cobrança de tarifa. Pois bem: a inapetência do PSDB para tocar obras e enfrentar problemas resultou num pequeno trecho do rodoanel entregue para o usuário... com pedágio. E com a promessa solene de que os próximos trechos já estarão devidamente munidos das famosas cabines que não param de crescer no Estado.


Quanto à promessa do governador Covas, bem, essa ficou para a história. Os novos trechos nem foram entregues, mas o usuário já sabe que vai pagar entre R$ 4,50 e R$ 6, segundo contrato assinado com data para expirar em 2045. Com uma tarifa dessas, é capaz que o atual grupo político que domina a cena paulista há 14 anos consiga, finalmente, entregar o rodoanel completo.


Na Castelo Branco, construíram uma via paralela para desafogar o crescente e cada vez mais infernal trânsito proveniente de Alphaville. Nasceu em 2001 com um preço alto de R$ 3,50 -na época, o pedágio mais caro do Estado. Agora, anos mais tarde, a concessionária resolveu democratizar: cobra pedágio na via nova e na via antiga.


Em Campinas, cujos limites transbordam para uma imensa e pujante região metropolitana, é impossível entrar ou sair da cidade sem pagar. Deslocamentos curtos, de pessoas que precisam ir para uma cidade vizinha, custam R$ 3,50. Nem se discute aqui a óbvia preferência das concessionárias por rodovias prontas, cujas necessidades de obras e intervenções profundas eram mínimas. Não por acaso, a Bandeirantes foi uma "joia da coroa" rapidamente privatizada.


Enquanto isso, para ficar em apenas um exemplo, a rodovia dos Tamoios, importante eixo que liga o Vale do Paraíba ao porto de São Sebastião, padece com faixas estreitas, péssima sinalização e constantes deslizamentos de encostas.


De nada adianta o governo do Estado trombetear a suposta aprovação do usuário com as rodovias. Há uma crescente insatisfação com o abuso dos pedágios, e não reconhecer esse problema é um erro grave.
Quanto às concessionárias, que hoje agem como se fossem donas das vias, podem estar matando a galinha dos ovos de ouro.


Emídio de Souza, advogado e ex-metalúrgico, é prefeito de Osasco (PT-SP) e representante estadual da Frente Nacional de Prefeitos.
Texto publicado na coluna Tendências / Debates do jornal Folha de São Paulo, edição de 12/02/2010.

Serra é vaiado no interior de São Paulo


BLOG DO U: Não considero democrático manifestantes impedirem, com gritos e barulho, discurso do governador de São Paulo. Os manifestantes podem ficar fora do recinto e externar suas posições sem tentar impedir que os organizadores do ato de apóio ao governador possam ouvir seu discurso e baterem palmas para seu governador e pré-candidato a presidente.


Que o governador reaja irritado é compreensível, mesmo percebendo a falta de jogo de cintura para evitar perder o controle. Mas isto é uma capacidade que alguns têm -Lula por exemplo- e outros não Serra por exemplo.


O que é estranho é o governador pretender, após ter-se exaltado e irritado, que encara isto “com frieza”, que foi o que lhe faltou precisamente na hora de seu descurso.


O que francamente é inaceitável é o candidato tucano recorrer ao arsenal de FHC e suas condenações sumárias, tipo “fracasso-maníacos” ou “neobobos”, para desqualificar seus opositores. Serra disse que eles ‘jogam e se deliciam com “o quanto pior melhor”. O PSDB na crise não fez o mesmo?.


Alias vindo dos que derrubaram a CPMF, retirando recursos da saúde, sob pretexto de combater o imposto que eles mesmos tinham criado, para provocar dificuldades na saúde para o governo Lula. Dos mesmos que lançaram inúmeros ataques pondo em dúvida, em plena crise mundial, a capacidade do Brasil enfrentar com êxito um tsunami externo, para reduzi-lo a uma “marolinha”; da crise dos aeroporos tempos atraz; do suposto apagão da Dilma; a acusação é hipócrita.


Esta postura manifesta a dificuldade do governador de São Paulo a aceitar a crítica e o contraditório. Ora tachando seus opositores de entoarem o trololó do PT, ou de serem todos infiltrados, é um fato que José Serra não aceita ser questionado, nem sequer pela imprensa, contra a qual também tem manifestado irritação lembre que é a imprensa de fora que o questiona, pois o PIG (Partido da Imprensa Golpista-segundo PHA) o protege.


Outro elemento que chama a atenção e que não provocou maior reflexão dos jornais é o candidato tucano à presidente, distribuir pessoalmente cheques para danificados pelas enchentes na cidade governada pela prefeito do PSDB e o PIG nada nem uma linha sobre o assunto nem uma especialista politico foi consultado para falar sobre o fato.


Vindo dos mesmos que dia sim, outro também, acusam Lula e Dilma de “campanha antecipada” e qualquer mudança nos benefícios sociais, como manipulação eleitoral, proceder a uma distribuição pessoal de cheques, configura uma afronta ao sistema democrático.


Não está em questão a ajuda que o Estado deve as famílias que tudo perderam, mas a isenção do governante e os princípios éticos deveriam constrangi-lo a não associar sua imagem a entrega direta do benefício, com um mês de antecedência ao momento em que iniciará abertamente sua campanha eleitoral.


Basta imaginar os editoriais virulentos que acompanhariam um gesto semelhante por parte da Dilma ou Lula, distribuindo pessoalmente cheques do Bolsa-Família (que precisamente utiliza o cartão bancário, para evitar o coronelismo na distribuição do beneficio social). Poderia o Estado depositar na conta das pessoas tais valores e assim o Governador só teria que entregar o recibo do deposito, mas como dizem no interior pau que bate em Chico as vezes não bate em Francisco......Como diria Janio de Freitas, éta “silêncio protetor”.



Serra é hostilizado por manifestantes e ele tem a desfate de dizer que ainda não começou campanha eleitoral: Será governador que não ?



Blog do U: Adaptação do Blog do Luis Frave

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Haddad defende nome de Mercadante para governador


BLOG DO U: Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Fernando Haddad (Foto), Ministro da Educação, fala sobre a sucessão 2010, ENEM, seu futuro político, entre outras coisas...


Confira a entrevista


FOLHA - A imagem que muitos ficaram do Enem foi de um processo caótico. Alunos foram alocados em locais distantes de casa e a prova vazou, entre outros problemas. Qual é a sua leitura do episódio?


FERNANDO HADDAD - Superamos a forma de seleção nos países desenvolvidos. Em países como os Estados Unidos, o estudante pleiteia a vaga na universidade conhecendo o seu desempenho por exames nacionais. Com o Enem, ele escolhe sabendo não só o seu desempenho, mas também o de seus concorrentes.Tanto a forma da nova prova como o aplicativo de distribuição das vagas compensam as dificuldades decorrentes do furto da prova, que foi um trauma bastante violento para o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas], do qual ele está se recuperando só agora.


FOLHA - A imagem do sr. como gestor não foi abalada?HADDAD - Não cabe a mim nem me preocupar com isso. Enfrentamos um debate duro com o sistema S, lançamos indicadores de qualidade por escola, enfrentamos um debate com a área econômica para acabar com a DRU para a educação [Desvinculação de Receitas da União, que retirava recursos da educação para o governo gastar em outras áreas]. Tudo isso podia ter arranhado a imagem de quem quer que seja. Mas só me pautei pelo que deve ser feito e muitas vezes enfrentei problemas que exigem uma certa ousadia, que não era bem o perfil dos dirigentes do MEC.FOLHA - Que autocrítica faz?


HADDAD - Muitas vezes, tem-se um temor reverencial em relação aos órgãos de controle. Se tivéssemos enfrentado o debate junto a eles demonstrando que um exame dessa natureza não pode correr o risco de uma licitação por menor preço, teríamos sensibilizado. Mas se contou com a tradição: sempre se fez licitação e sempre Cespe e Cesgranrio ganharam porque não há outras instituições capazes de realizar o exame. Quando viu a surpresa, o Inep não estava preparado para o embate jurídico do surgimento de um "player" [o consórcio Connasel] que cumpria os requisitos do edital, mas estava evidentemente despreparado para a sua realização.


FOLHA - Mas já durante a licitação surgiram críticas de que a mudança do Enem estava sendo feita de forma muito rápida.


HADDAD - Foi o quinto Enem com mais de 3 milhões de inscritos e, na minha opinião, não teria ocorrido nenhum problema significativo se Cespe e Cesgranrio tivessem feito.


FOLHA - Mas alguns problemas não tiveram relação direta com o furto da prova. Os gabaritos foram divulgados com erro, e o Sisu (sistema que seleciona alunos do Enem para universidades federais) ficou horas fora do ar, por exemplo.


HADDAD - No caso do Sisu, um milhão de pessoas navegaram pelo sistema durante os seis dias que ele operou. Houve uma questão técnica no primeiro dia que foi superada. É que, depois do furto, tudo ganha relevo muito maior. Mas sempre há ocorrências.


FOLHA - O Inep não falhou no acompanhamento do contrato? A auditoria interna aponta que os problemas de segurança foram comunicados verbalmente ao consórcio.


HADDAD - Do meu ponto de vista, o maior responsável é o consórcio, que assinou um contrato se responsabilizando pela segurança da prova. Possivelmente houve erros da gráfica e pode ter havido problemas de acompanhamento da impressão. O fato é que o furto foi filmado e não havia ninguém atrás do monitor para impedir.


FOLHA - O que vai mudar no Enem?


HADDAD - Estou na dependência das negociações que estão sendo feitas entre o Inep e os órgãos de controle. Não podemos tomar essa decisão sem ter a segurança de que não haverá objeção ao contrato com o Cespe. Esse é o entendimento que está sendo construído, com boas chances de uma solução definitiva para o modelo de contratação dos exames que certificam e selecionam.


FOLHA - O sr. sai do MEC em abril para ser candidato?


HADDAD - O presidente Lula, já reeleito, em novembro de 2006 me disse três coisas: você permanece ministro, eu quero em 60 dias um plano de educação na minha mesa com o compromisso de que você permaneça até o final do segundo mandato. De lá para cá, não conversamos mais sobre esse assunto.


FOLHA - A longo prazo, o sr. não pensa em cargo no Legislativo ou no Executivo?


HADDAD - Realmente não. Estou sendo muito sincero.


FOLHA - Onde estará em 1º de janeiro de 2011?


HADDAD - Provavelmente em São Paulo, me apresentando no departamento de Ciência Política da USP.


FOLHA - Um dos nomes mais prováveis do PT para a disputa do governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante tem contra si ainda a lembrança dos "aloprados", em 2006, quando um coordenador da campanha dele foi flagrado negociando um dossiê contra tucanos. O sr. não considera um risco trazer este tema de novo para a campanha?


HADDAD - Eu não tenho esse diagnóstico. O senador Aloizio Mercadante, mesmo após aquele episódio que confundiu a opinião pública, teve um percentual considerável de votos, o que o credencia tanto à reeleição no Senado quanto à disputa para o governo do Estado [Mercadante teve 31,7% dos votos no primeiro turno, contra 57,9% de José Serra].


FOLHA - Ele é o seu candidato?


HADDAD - Quando fui consultado, eu disse duas coisas. A primeira, que considerava um equívoco o PT, em sete eleições, ter lançado sete nomes diferentes. Foi um argumento que o próprio presidente sublinhou. E, em segundo, [seria um equívoco] não considerar a hipótese de neste momento repetir o nome do senador, que teve um desempenho interessante na última eleição.


FOLHA - O sr. participaria de um eventual governo da Dilma?


HADDAD - Considero problemática qualquer manifestação nesse sentido porque a pessoa que assume a Presidência tem de ter total liberdade para montar sua equipe. Quando você assume que participaria, cria um constrangimento desnecessário e indevido. Considero que aqueles que participaram do governo Lula devem planejar suas vidas fora do governo.


FOLHA - Já está claro que o sr. apoia Mercadante. Quais são os prós e contras de outros nomes, como a ex-prefeita Marta Suplicy?


HADDAD - Eu entendo que os dois são os nomes mais viáveis do partido, com vantagem para o primeiro em função de ter disputado recentemente o governo do Estado, mas sem desapreço a outras postulações.


FOLHA - E Ciro Gomes? O fato de ele ser cogitado para candidato em São Paulo não revela a fragilidade do PT justamente no seu berço?


HADDAD - O Ciro é um grande quadro, o PSB é um partido cada vez mais próximo do PT, de maneira que em vários Estados o PT vai apoiar o PSB. Isso diz respeito muito mais ao cenário nacional que ao regional.


FOLHA - Dilma não está no PT desde a fundação e, em São Paulo, cogita-se Ciro. O partido perdeu a força?


HADDAD - A filiação da Dilma ao PT não é recente, e ela é egressa de um partido com laços históricos com o PT. Em segundo lugar, é preciso notar o desempenho da ministra Dilma durante o governo. Ela desatou nós muito interessantes no Ministério de Minas e Energia e na Casa Civil. E, por trás das medidas aparentemente administrativas que ela tomou, há uma visão de política pública do papel do Estado e do governo.


FOLHA - Mas o PT participou pouco da escolha dela como candidata.


HADDAD - É evidente que um dirigente como o presidente Lula, que concorreu a cinco eleições presidenciais e tem 83% de aprovação, terá um papel determinante na condução da sua sucessão.


FOLHA - Alguns cientistas políticos fazem a análise de que Lula ficou muito forte e o PT se enfraqueceu, perdendo quadros e sua imagem associada à ética. O que o sr. acha?


HADDAD - Talvez a questão que deveria ser respondida é como o Lula, em 2002, eleito por forças mais progressistas, fez um governo mais conservador do que em seu segundo mandato, em que ele foi eleito por uma coalizão mais conservadora. O segundo mandato avançou muito mais do ponto de vista de democratização do que o primeiro, do ponto de vista de direitos sociais.


FOLHA - E em relação à ética?


HADDAD - Ninguém está se saindo bem nesse quesito do ponto de vista de opinião pública, nem PT, nem PSDB, nem DEM. Não se trata de um pré-julgamento jurídico, mas de uma observação de caráter político. Ninguém se sai bem perante o eleitorado nessa questão, o que é muito ruim para a democracia porque o adiamento da reforma política já não se justifica em virtude do constrangimento que os próprios partidos estão passando perante a opinião pública.


FOLHA - Por que o primeiro mandato foi mais conservador do que o segundo?


HADDAD - Sobretudo a partir de 2005, o presidente se apropriou da máquina de maneira decisiva, a ponto de chamar a execução orçamentária para sua mesa. A partir de 2005, há uma mudança de comportamento e um arejamento para que novas ideias possam ser concebidas. O PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado em 2007) e o PAC não seriam possíveis em 2003.


FOLHA - Por quê?


HADDAD - Não havia clima para grandes voos. Era um clima de constrangimento, de que qualquer alteração de rota poderia comprometer a estabilidade econômica e a sustentabilidade política. Aí essas hipóteses foram sendo testadas pelo presidente ao longo do tempo. E se verificou que na política tem muito tigre de papel.


Fonte: Folha de S. Paulo

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

No berço do PT, Marta defende Mercadante na disputa ao governo de SP


BLOG DO U: A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) afirmou na noite de sexta-feira que irá apoiar o senador Aloizio Mercadante (PT) se ele decidir sair candidato ao governo de São Paulo."Se o Mercadante tomar essa decisão, eu vou ser a primeira a sair na rua. Mas, é uma decisão difícil e pessoal. Ele é um quadro importante no Senado, que pode ajudar muito a Dilma [Rousseff]", disse a ex-prefeita.


Marta afirmou que tem a certeza que será candidata em outubro. "Sou um soldado do partido. Posso ser candidata ao Senado, ao governo ou à Câmara", disse a ex-prefeita, em festa de posse da nova diretoria do PT de Santo André (SP).O evento contou com a participação de representantes petistas da região do ABC, na Grande São Paulo, onde a legenda teve origem. No próximo dia 10 de fevereiro, o PT comemora 30 anos de fundação.


Segundo a ex-prefeita, se o deputado Ciro Gomes (PSB) concorrer ao governo de São Paulo --possibilidade que ele mesmo descartar-- ela deve ser candidata à Câmara. Se o candidato for Mercadante, ela concorre ao Senado.


Unidade Em discurso, Marta criticou o governo José Serra (PSDB) por conta das enchentes e atacou o ex-governador Geraldo Alckmin. "O picolé de chuchu não se sustenta, ficou frouxinho", disse Marta aos militantes do PT.


Durante os outros quinze discursos --dentre eles do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) e dos deputados Vicentinho (PT) e Devanir Ribeiro (PT)--, a unanimidade foi em defesa da candidatura de Dilma à Presidência. A tônica dos discursos foi a da unidade no partido.


Sobre a eleição estadual, os militantes não falaram em candidato certo ao governo, mesmo com a presença de Marta no palco. O partido espera uma decisão de Ciro e de Mercadante, que deve ser tomada até o final de março, quando haverá um encontro do PT estadual.


Mercadante reluta em disputar o governo estadual. Ele deixará uma disputa por uma das duas vagas no Senado, considerada fácil, em troca de uma eleição na qual irá concorrer com Alckmin, que tem mais de 50% das intenções de votos, em qualquer cenário segundo pesquisa Datafolha de dezembro.


Para Luiz Marinho, o PT tem que se preparar para lançar uma candidatura própria. No entanto, ele defende a escolha de um nome mais conhecido e não o do prefeito de Osasco, Emidio Souza, ou do ministro Fernando Haddad (Educação). "Não podemos lançar cara nova. Ou é Mercadante ou é Marta", afirmou.


Fonte: Folha Online

O PIG e seus malabarismo para esconder a verdade


BLOG DO U: Um dia desses, o portal Estadão, da corporação mafiomidiática O Estado de S.Paulo, lançou uma singela enquete, com o nítido propósito de demonstrar que o Presidente Lula não está com essa bola toda na hora de transferir seu prestígio. A pergunta, curta e grossa, é:"Você votaria no candidato do presidente Lula em 2010?"

O escrutínio virtual , surpreendentemente, já conta com mais de 40 milhões de votos foi tirado do ar assim como se nada tivesse acontecido.


Oras bolas quer dizer que a grande mídia chamda de PIG não imagina que os blogs esão vendo tudo e registrando tudo veja isso abaixo


Clique aqui para ir até lá sufragar uma das alternativas. E descubra por que o link da enquete desapareceu da página principal.



Você votaria no candidato do presidente Lula em 2010?

Sim 29.222.004 votos - 73%

Não 10.895.335 votos - 27%

Total: 40.117.339 votos


Obrigado pela participação.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Já são 141 escolas técnicas construídas desde 2002


BLOG DO U: Nunca antes neste país se investiu tanto em educação, só no Estado de São Paulo é que a educação anda de ré veja o post abaixo;

O pior resultado de Serra




BLOG DO U: Outro colunista do PIG (Partido da Imprensa Golpista), segundo Gilberto Dimenstein “o pior resultado de toda a gestão Serra” estaria no aumento da criminalidade e a insegurança (ver a seguir). Os números corroboram o fracasso rotundo da (falta de) “gestão” Serra neste item. Mas os resultados na educação são tão ou mais desastrados, não só na (falta de) “gestão” Serra, mas nos 16 anos de governo tucano no Estado.Porque Dimenstein considera mais grave os números da criminalidade, se o desastre na educação é tão abismal?O leitor poderá comparar e julgar com os dados reproduzidos após o artigo do jornalista da Folha. Em todo caso uma coisa é certa e o jornalista seguramente compartilha desta opinião: educação e segurança apresentam resultados catastróficos.

Gilberto Dimenstein – Folha SP
O pior resultado de toda a gestão Serra está num emaranhado de números publicados no “Diário Oficial”: o aumento da violência, especialmente de roubos, comparando-se 2009 com o ano anterior. Foi batido o recorde de roubos no ano passado, com 257 mil registros.
Pioraram, no Estado, além dos indicadores de roubo, os de latrocínio (roubo seguido de morte), de sequestros, de furtos e de assassinatos –os homicídios só não foram piores porque o índice caiu na capital e na região metropolitana.
A explicação oficial é de que a crise econômica está por trás desses números. Até pode ser, em parte. Estudiosos dizem que falta entrosamento entre as policiais civis e militares –ou seja, gestão.
O fato é que a segurança é o maior telhado de vidro de Serra nesta sucessão presidencial.