domingo, 24 de janeiro de 2010

Educação em São Paulo, de mal a pior.


BLOG DO U: Os jornais de hoje noticiam que dos 182 mil professores temporários que fizeram em dezembro a prova de seleção do governo paulista, 48,4% - ou 88 mil - não alcançaram a nota 5, a mínima para lecionar. O desempenho no exame, porém, pode ter sido ainda pior, já que até 20% da nota final vêm de uma pontuação recebida pelos anos de serviço na rede.


De acordo com os jornais, o secretário do Estado da Educação, Paulo Renato Souza, admite que docentes reprovados poderão dar aulas na rede em 2010. Segundo ele, isso acontecerá se não houver número suficiente de professores da área para as cerca de 5,3 mil escolas.


Os temporários são professores que não realizaram concurso público, mas dão aulas na rede, ele quer tapar o sol com a peneira.


O que o secretario não fala é que os tucanos estão dirigindo o ensino em São Paulo há exatamente 15 anos e nada fizeram a não ser humilhar o professor.


Um dia desse conversando com uma professora da rede estadual ela me disse - "estão invertendo os papéis antes os alunos tinha medo das provas, pois poderia perde o ano se tirasse nota abaixo de 5, agora somos nós que perderemos o ano se tirar nota abaixo de 5 estamos todos nós profissionais muitos com mais de 30 anos na rede de ensino empolvorosos com medo da prova. É ou não é um inversão?"


A pergunta que não quer calar é, o que fizeram nesses 15 anos, onde está a tão falada eficiência tucana?


A eficiência tucana esta indo para o ralo, pois como é possível, depois de 15 anos, o mais rico e mais desenvolvido Estado da federação ter 182 mil professores temporários e 48,4% deles não alcançarem a nota mínima 5 numa prova de seleção, que os tucanos apresentam como o máximo, exatamente para esconder sua incompetência e fracasso na mais importante área do governo, a Educação de nossos filhos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Marina Silva declara que PAC tem ‘visão equivocada’




BLOG DO U: A Marina Silva como se sabe saiu da entranha do PT, por isso é notório que ela também fique com a pulga atrás da orelha quando se trata da sucessão presidencial.

Pois a mesma saiu do PT indo para o PV para concorrer a sucessão de LULA.

Pergunto o que levaria a ex-ministra do meio ambiente defender o PAC?

Ou que levaria a ex-PT defender o programa do PT?

Mas a pergunta que não quer calar é o que leva a ex-ministra do meio ambiente do Lula e ex-PT defender uma aliança do PV, PSDB, PPS e DEM, no rio a favor da direita, inclusive com Cesar Maia ao seu lado.

O mais correto seria ela construir um caminho alternativo com a visão que ela disse não encontrar mais no PT, pois o PT tinha se tornado igual ou muito próximo do PSDB e das forças que querem o crescimento em detrimento do meio ambiente e dos grandes grupos econômico do país.

O que levaria a senadora a defender o José Serra? Seria ele o caminho que ela sempre sonhou para o nosso país?

Ao ler a crítica que ela faz ao PAC muito me intriga, pois ao seu lado esta o Fernando Gabeira PV político que não soube explicar porque a passagem de sua filha para Nova York foi paga pelo congresso e que ele prometeu devolver e ainda não mostrou a tal devolução, político que pousa na foto com Serra e se diz defensor dele e dividirá o palanque com o próprio Serra.

Além do mais, a brilhante Senadora não ataca o José Serra na destruição das áreas verdes da cidade de São Paulo a favor do maior número de veículos poluentes. Como é o caso das construções das novas marginais só para ficar com um exemplo.






A Senadora criticou o PT quando tinha posição diferente da dela dizendo que não tinha mais espaço no PT. Suas idéias iam ao contrario do partido, pergunto, as idéias do PPS, PSDB e DEM são a mesma da Senadora?

A Senadora está no colo de Serra e com isso vai fazer a sua campanha já preparando para se aliar a Serra no segundo turno.

Muito me entristece, pois sempre defendi a Senadora e hoje não posso mais. Suas aparições ao lado de pessoas voláteis sempre em busca de poder contra o projeto hoje implantado pelo PT e defendido por todos do Brasil inclusive pelos países estrangeiros é a prova que a senadora escolheu o lado errado na sua carreira política.

Para que fique clara minha posição trago algumas declarações da Senadora na entrevista que ela deu no Rio de Janeiro.

“... Precisamos dos investimentos em infraestrutura, mas ele pode ser feito de forma cuidadosa com as questões sociais e ambientais".

"Tem que se pensar a infraestrutura do país de forma mais estratégica. Não se trata apenas de ter investimentos fragmentados...”

Ao falar aos repórteres, Marina tinha a seu lado o deputado verde Fernando Gabeira, que confirmou sua condição de candidato ao governo do Rio. Gabeira pilotará uma coligação igual à que o levara ao segundo turno da eleição municipal carioca de 2008: PV, PSDB, DEM e PPS. A aliança com o bloco que dá suporte à candidatura presidencial do tucano José Serra sugeriria a formação de um palanque duplo. Veja o que ela diz com a voz mansa que a caracteriza: não vai compartilhar Gabeira. "Dividir com Serra de jeito nenhum. Sou possessiva".

Ela ecoa em público uma coisa e o que Gabeira faz em privado é outra coisa. Terá como candidato a vice-governador um tucano. No primeiro turno, Gabeira cuida de sua própria campanha e da de Marina. Caberia ao vice do PSDB levar o nome de Serra à campanha do Rio. Já no segundo turno, vingando a disputa Serra X Dilma, Gabeira estaria à vontade para postar-se ao lado do tucanato.

É esperar para ver quem perde e quem ganha nesse embaralhado jogo político.

PS: O PV esta na canoa do PT desde que Lula chegou ao poder em 2001, fica a duvida que lado estará na eleição Juca Ferreira PV Secretario de Cultura do governo do PT.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PSOL rompe aproximação com Marina Silva após aliança PV-PSDB no Rio

BLOG DO U: O PSOL não engoliu a candidatura de Gabeira como pau-mandado de José Serra e decidiu romper com o PV de Marina Silva. Decisão que o PSOL justifica afirmando “Não queremos relações próximas com candidaturas conservadoras” e repudiando a aliança do PV com o PSDB no Rio de Janeiro, como fiador o DEM.

A notícia da Folha Online traz uma declaração do dirigente do PV no Rio, Alfredo Sirkis, segundo o qual a decisão do PSOL não o surpreende, pois “há diferenças substanciais entre os dois partidos”.

A declaração constitui uma confissão involuntária sobre o que poderíamos chamar, traido pelo seu sub-consciente parafraseando Sirkis, de convergências substanciais do PV com o PSDB de Serra e o DEM de Cesar Maia, pois com ambos decidiu se juntar. Sirkis não invocou qualquer “diferença substancial” para se opor a essa aliança com os demo-tucanos, diferentemente do argumento usado hoje contra o PSOL.

Conclusão, o acordo selado por Gabeira no Rio é uma convergência partidária substancial, claramente assumida pelos Verdes com o DEM e o PSDB.

O que é mais triste é que a candidatura Gabeira é assim uma candidatura que tenta alavnacar a candidatura Serra no Rio, com o aval do PV de Marina Silva é de dar dó.
Luiz Frave, faço minhas as palavras dele

domingo, 17 de janeiro de 2010

O VERDADEIRO "TEMPOS MODERNOS"


BLOG DO U: Ao ler o post do Blog do Emir me dei conta que a Globo umas das lideres do PIG(segundo PHA "Partido da Imprensa Golpista") esta passando a novela na telinha para tentar mostrar para nós que os "tempos modernos" é que a acumulação da riqueza de um país é para todos, quanta ignorância é no mínimo achar o povo brasileiro é burro.

Leiam o post vale apena.
A expressão "Tempos Modernos" foi consagrada como um dos clássicos do cinema de todos os tempos. Dirigido e interpretado por Charles Chaplin, em 1936, compôs, com "O Garoto" e "O Grande Ditador", uma trilogia genial em que o cinema retrata os grandes problemas da época de forma sensível, dramática e politicamente comprometida.
O tema central do filme, que o notabilizou, é a alienação. Questão central na critica ao capitalismo, a alienação começa no processo produtivo, em que o trabalhador usa sua força de trabalho sem ter consciência do que está produzindo, sem ser consultado sobre o que sua capacidade de trabalho vai produzir, sobre a quem deve ser destinada sua produção, a que preço, etc.
Nas palavras do principal teórico da alienação, Marx: “Eles fazem, mas não sabem”. Isto é, os trabalhadores produzem toda a riqueza na sociedade capitalista, mas não tem consciência disso, são alienados.
Carlitos é um operário padrão da industrialização maciça do capitalismo, que produziu aquelas imensas fábricas de dezenas ou centenas de milhares de trabalhadores, anônimos diante da complexa e assustadora maquinaria, que comanda o processo produtivo e os trabalhadores, ao invés de ser comandados por eles.
É o ponto de chegada de uma imensa transformação histórica produzida pelo capitalismo e sua extraordinária capacidade de desenvolver as forças produtivas – reconhecida por Marx já no Manifesto Comunista. Essa longa trajetória, que vai do artesão a esse operário que Carlitos representa, nas grandes cadeias de montagem, está descrita em um dos mais belos textos de Marx – "Da manufatura à grande indústria”, no primeiro volume do Capital.
No início, o capitalista contrata os artesãos, que fazem, cada um com seu estilo individual, suas mercadorias – sapatos, louças ou roupas. O capitalista aluga sua força de trabalho, os junta no que se chamava na época de manufaturas, no sentido de locais onde os trabalhadores produziam com suas próprias mãos suas mercadorias.
Aos poucos o capitalista se dá conta que uns tem mais propensão para produzir uma fase da mercadoria final, outros, outra e começa a introduzir a divisão técnica do trabalho, a especialização, em que vai se perdendo o estilo de cada um, para diluir-se no anonimato da mercadoria final, produzida por um trabalhador coletivo. O caráter artesanal da produção vai se diluindo também pouco a pouco.
O capitalista precisa ganhar escala na sua produção, porque é nela que ele ganha, barateando o custo das mercadorias produzindo e competindo em melhores condições, assim como rebatendo o que Marx chama de tendência decrescente da taxa de lucro, porque ele ganha na exploração do valor não retribuído ao trabalhador – a famosa mais valia -, mas como ele investe, proporcionalmente, cada vez mais em instalações, matérias primas, maquinaria, etc., tende a ganhar menos em cada mercadoria produzida. Trata de recuperar isso, ganhando na massa de mercadorias produzidas. Assim o capitalista está condenado a produzir cada vez mais, não porque queira atender as necessidades das pessoas, mas porque precisa multiplicar a acumulação de capital, ganhar mais e triunfar na competição. Aqui está um dos mecanismos que condena o capitalismo a crises cíclicas.
Até que se chega à grande indústria, onde trabalhará Carlitos. O centro da produção se desloca definitivamente do trabalhador individual e da seu instrumento artesanal de trabalho para as maquinas, articuladas nessas imensas cadeias de produção, que comandam os trabalhadores, ao invés de ser comandadas por eles. Chega-se assim ao momento de máxima alienação, em que o trabalhador é uma peça ínfima de um gigantesco processo de produção, que cada vez esconde mais diante dos seus olhos, que é ele o produtor das riquezas, que tudo depende do seu trabalho, que é dele que vem o valor a mais que acumula o capitalismo e o capitalista.
Carlitos é prisioneiro do ritmo da cadeia de produção que circula diante dele, no ritmo que ditam as máquinas, ao qual tem que se adaptar o operário. Produzem-se aí as cenas mais inesquecíveis, impagáveis e tristes, ao mesmo tempo, em que ele tenta mudar o ritmo da máquina, não consegue e corre atrás das mercadorias que passam velozmente diante dele, para cumprir a mesma função durante toda sua jornada de trabalho, todos os dias da semana, o mês inteiro: apertas as porcas de um pedaço de metal que circula rapidamente, um atrás do outro, de que ele não tem a menor idéia a que mercadoria final ele pertence.
Condicionado por esse movimento mecânico, desqualificado como mão de obra – que permitiu ao capitalismo incorporar à produção mulheres e crianças, pela pouca qualificação que passou a demandar a massificação da produção – de apertar botões, Carlitos sai da jornada de trabalho – que chegou a ser, no capitalismo, de 14 e de 16 horas diárias -, meio zonzo. Quando cruza com uma mulher, na rua, e vê nos botões do casaco dela objetos que lhe recordam as porcas a que está condenado a apertar milhares de vezes ao dia, condicionado, pavlovianamente, por aquele objeto, ele corre atrás dela para cumprir a função que lhe é atribuída e que o deixa obcecado. Toda sua vida está marcada por aquele repetitivo movimento, que comanda sua vida, demonstrando como ele vive para trabalhar e não trabalha para viver.
Ele anda pela cidade, vê nas vitrines talvez as mercadorias finais que de que ele produziu uma pequena peça, diariamente, transformada em mercadoria final, exibida no “mercado” para a compra, em que se materializa o momento final da alienação, em que ele não reconhece o que ele mesmo produziu. Em que provavelmente não ganhará o suficiente para comprá-la, mesmo sem consciência que é produto do seu próprio trabalho.
Alienar, no sentido marxista, vem da expressão jurídica, por exemplo de alienar um bem, passar a outro o que é nosso. Nesse caso, o trabalhador entrega a riqueza produzida pelo seu próprio trabalho ao capitalista, que se apropria dela, remunerando o trabalhador não pelo que ele entrega, mas que necessita para sobreviver como trabalhador, para ter forças para voltar no dia seguinte para apertar, alienadamente, as mesmas porcas da mercadoria em que ele não se reconhece e que não pode comprar.
É um mecanismo fundamental para compreender que o capitalismo não é apenas um sistema de produção de riquezas, mas inerentemente um sistema de exploração dos trabalhadores, o que faz com que estes, que produzem toda a riqueza existente na sociedade capitalista, apenas sobrevivam, enquanto os capitalistas, que apenas administram o processo de exploração, enriqueçam.
Esse o tema do "Tempos Modernos", obra prima do cinema, de Charles Chaplin. A TV contemporânea, máquina de alienação, que não respeita nada, usa o nome "Tempos Modernos" para mais uma novela global - o máximo de alienação, que esconde ao invés de revelar, os mecanismos essenciais da nossa sociedade.
By: Blog do Emir

sábado, 16 de janeiro de 2010

Os fuzis mudos, os sabres inúteis - Por Mauro Santayana


BLOG DO U: A Tragédia que se abateu sobre o Haiti na visão de Mauro Santayana do JB.

Vale apena ler.


Ainda não sabemos quantos brasileiros morreram no Haiti. Há milhares de pessoas desaparecidas, e é difícil saber exatamente quantos de nossos compatriotas – incluídos turistas e voluntários das organizações humanitárias – se encontravam em Porto Príncipe no entardecer de terça-feira. A crônica de desastres semelhantes é nisso tenebrosa: o número de vítimas cresce ao serem removidos os escombros.


À maioria deles – os soldados e os voluntários sociais – não devemos somente as lágrimas do luto, mas a homenagem que se destina aos heróis. Eles não pereceram em guerra de conquista, nem em expedição punitiva. Estavam ali em nome da paz. Procuravam minorar a situação de crueldade que se iniciou há 500 anos, quando, depois da viagem de Colombo, que mudou a História, os espanhóis começaram a colonizar a ilha a que aportara o navegador. Foi a Santo Domingo que chegaram os primeiros negros no hemisfério ocidental. Eles vieram para substituir os índios que o governador espanhol, Nicolas de Ovando, tentara, sem êxito, escravizar: os nativos, acostumados à liberdade, não aceitaram o jugo – e foram praticamente extintos em todas as ilhas do Caribe. Como costuma ocorrer, as boas intenções levam ao inferno: o padre Bartolomeo de Las Casas, que assessorava o governador, foi quem lhe sugeriu importar negros da África, a fim de substituir os índios.


Como todas as forças armadas do mundo, as nossas atuam de acordo com seu tempo e a natureza do Estado a que servem. Poucas foram as expedições externas dos soldados brasileiros. Da Guerra do Paraguai – não obstante as nossas razões legítimas, a de defesa do território nacional que havia sido violado – não temos só a notícia do heroísmo, mas também a do excesso nos combates e na repressão. Ressalve-se que os comandantes militares de ofício – Osório e Caxias – agiram dentro das regras militares. Caxias, depois da vitória de Humaitá, e da entrada vitoriosa em Assunção, considerou a guerra terminada, mas o imperador decidiu enviar para o Paraguai o seu genro, o francês Gastão de Orleães, Conde d’Eu, a fim de perseguir o fugitivo Lopez. Ele, de espada virgem, quis fazer-se herói sobre um povo já vencido e destruído, e, de acordo com historiadores paraguaios, chegou a incendiar hospital onde se encontravam feridos. Sua atuação inadequada contribuiu para que muitos militares aderissem à ideia republicana, logo depois do retorno à pátria.


A nossa presença na Itália, apesar das dificuldades, foi gloriosa. Com a força expedicionária preparada rapidamente e corpo de aviadores recrutado entre jovens sem nenhuma experiência, marcamos os anais da guerra com atos de extraordinária bravura, ainda que a grandeza dos combatentes sempre se deva mais à causa pela qual lutam do que a seu resultado. E nunca é demais relembrar que os exércitos existem para defender a nação como um todo; não para servir a uma ou outra facção política interna, a uma ou a outra classe social.


Os soldados que morreram no terremoto do Haiti são tão heróis quanto os que tombaram em Monte Castelo e em Lomas Valentinas. Eles deixaram suas famílias, seus amigos, suas noivas, e partiram para uma guerra pela paz, contra a miséria e todas as suas consequências. De repente, as imprevistas forças da natureza irromperam, como em uma emboscada. Contra elas de nada poderia sua coragem. Assim caíram indefesos, os fuzis mudos, os sabres inúteis.


Os outros mortos foram também soldados da mesma causa, como é o caso da doutora Arns. A médica, que salvou milhares e milhares de crianças brasileiras da morte prematura, sentira a necessidade de desdobrar-se, de salvar também as crianças haitianas. São momentos assim que nos mostram a possibilidade de um mundo único e novo, no qual as fronteiras políticas não signifiquem trincheiras, mas apenas marcos de jurisdição política.


Sarkozy (a França deve ter mauvaise conscience com relação ao Haiti) está propondo esforço internacional para a reconstrução do país. Espera-se que não se trate apenas de reconstrução física dos edifícios, mas de verdadeira construção humana, com escolas, hospitais, moradias, trabalho, justiça e esperança.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Como VEJA está depredando o jornalismo e a verdade

BLOG DO U: 12 de janeiro de 2010
NOTA DO MST-PA SOBRE REPORTAGEM DA REVISTA VEJA



1-O MST do Pará esclarece que não tem nenhuma fazenda ocupada no município de Tailândia, como afirma a reportagem da Revista Veja “Predadores da floresta” nesta semana. Não temos nenhuma relação com as atividades nessa área. A Veja continua usando seus tradicionais métodos de mentir e repetir mentiras contra os movimentos sociais para desmoralizá-los, como lhes ensinou seu mestre Joseph Goebbels. A reportagem optou por atacar mais uma vez o MST e abriu mão de informar que o nosso movimento não tem base social nesse município, dando mais um exemplo de falta de respeito aos seus leitores.

2-A área mencionada pela reportagem está em uma das regiões onde mais se desmata no Pará, com um índice elevado de destruição de floresta por causa da expansão do latifúndio e de madeireiras. Em 2007, a região de Tailândia sofreu uma intervenção da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, e latifundiários e donos de serrarias foram multados pelo desmatamento. Os madeireiros e as empresas guseiras estimulam o desmatamento para produzir o carvão vegetal para as siderúrgicas, que exportam a sua produção. Por que a Veja não denuncia essas empresas?

3-Na nossa proposta e prática de Reforma Agrária e de organização das famílias assentadas, defendemos a recuperação das áreas degradas e a suspensão dos projetos de colonização na Amazônia. Defendemos o “Desmatamento Zero” e a desapropriação de latifúndios desmatados para transformá-los em áreas de produção de alimentos para as populações das cidades próximas. Também defendemos a proibição da venda de áreas na Amazônia para bancos e empresas transnacionais, que ameaçam a floresta com a sua expansão predatória (como fazem o Banco Opportunity, a Cargill e a Alcoa, entre outras empresas).

4-A Veja tem a única missão de atacar sistematicamente o MST e a organização dos camponeses da Amazônia, para esconder e defender os privilégios dos verdadeiros saqueadores das riquezas naturais. Os que desmatam as florestas para o plantio de soja, eucalipto e para a pecuária extensiva no Pará não são os sem-terra. Esse tipo de exploração é uma necessidade do modelo econômico agroexportador implementado no Estado, a partir da espoliação e apropriação dos recursos naturais, baseado no latifúndio, nas madeireiras, no projeto de exportação mineral e no agronegócio.


5-Por último, gostaríamos de comunicar à sociedade brasileira que estamos construindo o primeiro assentamento Agroflorestal, com 120 famílias nos municípios de Pacajá, Breu Branco e Tucuruí, no sudeste do Estado, em uma área de 5200 hectares de floresta. Nessa área, extraímos de forma auto-sustentável e garantimos renda da floresta para os trabalhadores rurais, que estão organizados de maneira a conservar a floresta e o desenvolvimento do assentamento.

sábado, 9 de janeiro de 2010

TRABALHO ESCRAVO - BNDES suspende operações com a Cosan.




BLOG DO U: Fundamental, necessária e digna de aplausos a decisão do BNDES de suspender todas as operações com o gigante do setor sucroalcooleiro Cosan, após a companhia ser incluída no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como empresa que mantém trabalhadores em situação de escravidão ou similar.




A suspensão insere-se nos princípios que norteiam o Compromisso Nacional - que cobrei muito aqui no blog (Zé Dirceu) - firmado entre usineiros, governo e sindicatos em meados de 2009, para garantir melhoria nas condições de trabalho e salários, principalmente dos que atuam no setor da cana.




No último dia do ano, a Cosan entrou na lista após o resgate de 42 trabalhadores de sua usina Junqueira, em Igarapava (SP). A companhia alega que a responsabilidade pela mão-de-obra era da terceirizada empresa prestadora de serviços à usina, José Luiz Bispo Colheita - ME.




Em junho de 2009, a Cosan obteve junto ao BNDES um crédito de R$ 635,7 milhões para a construção de uma usina de álcool em Jataí (GO). Embora aprovado, o dinheiro não tinha sido repassado e o banco foi exemplar em sua conduta: esse e o de novos contratos só serão liberados quando a companhia sair da lista suja do MTE.




Todas as empresas brasileiras precisam abandonar esses processos de terceirização de mão de obra que só servem para violar a leis trabalhista e previdenciária e, mais grave: possibilitam a contratação de trabalho escravo ou em condições degradantes que violam as normas de segurança, alimentação adequada e os direitos trabalhistas e sociais básicos. Medidas com a do BNDES merecem todo nosso apoio. Esse é o Brasil que respeita seu trabalhador.




Fonte: Blog do Zé Dirceu

Rússia, China e Irã redesenham o mapa da energia

BLOG DO U: A força das ligações da China o Irã e Rússia é de por americano de barba de molho, não é só o Brasil que estará livre das potencias da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) dentro de alguns anos.

É com certeza a maior saia justa que a diplomacia de Obama pasara a ter que enfrentar num futuro próximo.

O texto que reproduzo abaixo é com certeza a melhor explicação dos problemas do mundo nessa nova era dos emergentes do petrolio com o Brasil, e dos gás com China, Rússia e Irã.

Rússia, China e Irã redesenham o mapa energético
8/1/2010, M K Bhadrakumar, Asia Times Online

A inauguração do gasoduto Dauletabad-Sarakhs-Khangiran anteontem, conectando o norte do Irã, região do mar Cáspio, com os vastos campos de gás do Turcomenistão, talvez passe sem ser noticiada na cacofonia da mídia ocidental, para a qual o regime islâmico de Teerã estaria vivendo momento de “apocalipse now”.

O evento, contudo, é mensagem com poderoso significado para a segurança local. No período de três semanas, o Turcomenistão comprometeu com China, Rússia e Irã, todas as suas exportações de gás. Assim sendo, não há qualquer necessidade urgente dos gasodutos que EUA e União Europeia têm oferecido. Estaremos ouvindo os primeiros acordes de uma sinfonia Rússia-China-Irã?

O gasoduto turcomano de 182 quilômetros começa a bombear modestos 8 bilhões de metros cúbicos (bmc) [ing. billion cubic meters (bcm)] de gás turcomano. Mas tem capacidade para bombear anualmente 20 bmc – com o que serão atendidas todas as necessidades da região do Cáspio iraniano, e Teerã poderá dirigir para a exportação toda a produção dos campos do sul do país.

Os interesses dos dois lados estão em perfeita harmonia: Ashgabat [capital do Turcomenistão] consegue um mercado cativo, na porta ao lado; o norte do Irã pode consumir sem medo de racionamentos de inverno; Teerã passa a gerar excedentes para exportar; o Turcomenistão pode buscar vias de exportação para o mercado mundial, via Irã; e o Irã pode aspirar a extrair vantagens de sua excelente localização geográfica, como eixo para as exportações turcomanas.

Estamos assistindo à constituição de um novo padrão de cooperação energética em plano regional que dispensa negócios com ‘as grandes do petróleo’. A Rússia tradicionalmente dá o primeiro passo; China e Irã seguem a trilha já aberta. Rússia, Irã e Turcomenistão são donos, respectivamente, da primeira, segunda e terceira maiores reservas mundiais de gás. E a China, nesse século, será consumidora par excellence. Todo esse arranjo regional terá profundas consequências sobre a estratégia global dos EUA.



O gasoduto turcomano-iraniano ri-se da política dos EUA para o Irã. Os EUA ameaçam o Irã com novas sanções e bradam que o Irã estaria “cada vez mais isolado”. Mas o jato presidencial de Mahmud Ahmadinejad voa para a Ásia Central, pousa no tapete vermelho de Ashgabat para ser acolhido pelo presidente Gurbanguly Berdymukhammedov do Turcomenistão e... forma-se novo eixo econômico. A diplomacia de coerção e ameaças de Washington não funcionou. O Turcomenistão, com PIB de US$18,3 bilhões, desafiou a única superpotência (PIB de $14,2 trilhões) – e, ainda melhor, fez a coisa parecer rotina.

Há também subtramas. Teerã anuncia negociações com Ancara para transportar o gás turcomano até a Turquia pelos já existentes 2.577 quilômetros de gasoduto que ligam Tabriz, no noroeste do Irã, e Ancara. De fato, a diplomacia turca segue orientação de política exterior independente. A Turquia também aspira a operar como eixo de distribuição para fornecer energia para a Europa. A Europa pode estar perdendo a batalha pelo estabelecimento de acesso direto ao Cáspio.

Em segundo lugar, a Rússia não dá sinais de qualquer incômodo por a China aproveitar-se da energia gerada na Ásia Central. As importações europeias de energia russa caíram, e os produtores de energia na Ásia Central têm batido às portas do mercado consumidor chinês. Do ponto de vista dos russos, as importações chinesas não privarão a Rússia nem da energia de que precisa para consumo, nem da que precisa para exportar. A Rússia já está implantada com suficiente profundidade no setor energético da Ásia Central e do Cáspio, para saber que não enfrentará racionamentos de energia.

O que realmente interessa à Rússia é não comprometer seu papel de maior fornecedor de energia para a Europa. Enquanto os países da Ásia Central não precisarem de novos gasodutos transcaspianos financiados pelos EUA, tudo continuará perfeitamente bem do ponto de vista dos russos.

Em recente visita a Ashgabat, o presidente russo Dmitry Medvedev normalizou os contatos energéticos entre Rússia e Turcomenistão. A restauração desses laços é importante conquista política para os dois países. Primeiro, porque depois do reaquecimento dessas relações, o Turcomenistão manterá suprimento anual de 30 bcm de gás para a Rússia.

Segundo, nas palavras do presidente Medvedev, "Pela primeira vez na história das relações Rússia-Turcomenistão, o gás será negociado por preços absolutamente alinhados com as condições do mercado europeu.” Analistas russos dizem que a [empresa] Gazprom acabará por descobrir que comprar gás turcomano é mau negócio; e que, se Moscou escolheu pagar preço mais alto, é, sobretudo, porque decidiu não deixar para trás nenhum gás que possa ser distribuído para outros consumidores, sobretudo pelos gasodutos alternativos do Projeto Nabucco financiado pelos EUA
.
Em terceiro lugar, ao contrário da propaganda ocidental, o Turcomenistão não vê o gasoduto chinês como substituto para a [empresa] Gazprom. A política de preços da Rússia assegura que, do ponto de vista do Turcomenistão, a Gazprom continua a ser consumidor insubstituível. O preço do gás turcomano de exportação para a China ainda está sendo negociado e simplesmente não pode alcançar a oferta russa.
Em quarto, Rússia e Turcomenistão reiteraram seu compromisso com o Gasoduto Cáspio Costeiro [ing. Caspian Coastal Pipeline] (que corre ao longo da costa leste do Cáspio, para a Rússia) com capacidade para 30 bcm. Evidentemente, a Rússia espera obter gás adicional da Ásia Central, do Turcomenistão (e do Cazaquistão).
Em quinto, Moscou e Ashgabat concordaram em construir juntos um gasoduto leste-oeste conectando todos os campos turcomanos de gás a uma única rede, de modo que os gasodutos que andam em direção à Rússia, Irã e China possam receber gás de todos os campos.
De fato, contra o pano de fundo da intensificação dos movimentos dos EUA em direção à Ásia Central, a visita de Medvedev a Ashgabat tem impacto sobre toda a segurança regional. Na conferência conjunta de imprensa com Medvedev, Berdymukhammedov disse que as posições de Turcomenistão e Rússia nos processos regionais, particularmente na região da Ásia Central e do Cáspio, são em geral idênticas. Sublinhou que os dois países entendem que a segurança de um não pode ser obtida à custa do outro. Medvedev concordou que havia semelhança ou unanimidade entre os dois países nas questões relacionadas à segurança, e confirmou a disposição para agirem juntos.
A diplomacia dos EUA para o gasoduto no Cáspio, que visava passar ao largo da Rússia, deslocar a China e isolar o Irã fracassou. A Rússia planeja agora duplicar o gás importado do Azerbaijão, cortando ainda mais os esforços ocidentais para conquistar Baku como fornecedor para o Projeto Nabucco. Em linha com a Rússia, o Irã também está emergindo como consumidor do gás do Azerbaijão. Em dezembro, o Azerbaijão firmou acordo para fornecer gás ao Irã através dos 1.400 quilômetros do gasoduto de Kazi-Magomed-Astara.
O “grande quadro” mostra que as correntes Sul e Norte Russas – que fornecem gás para o sul e o norte da Europa – estão ganhando força irreversível. Os obstáculos que havia na Corrente do Norte foram superados quando a Dinamarca (em outubro), a Finlândia e a Suécia (em novembro) e a Alemanha (em dezembro) aprovaram o projeto do ponto de vista ambiental. Na próxima primavera, o gasoduto começará a ser construído.
O projeto conjunto para que a Gazprom, a alemã E.ON Ruhrgas e a BASF-Wintershall construam o gasoduto de $12 bilhões, e a empresa de transporte Gasunie evita as rotas de passagem da era soviética via Ucrânia, Polônia e Belarus e parte do porto russo de Vyborg, no noroeste da Rússia, para o porto alemão de Greifswald, em rota de 1.220 km que cruza o Mar Báltico. A primeira perna do projeto, com capacidade para transportar anualmente 27,5 bmc de gás, estará pronta no próximo ano; e até 2012 a capacidade estará duplicada. Essa Corrente Norte afetará profundamente a geopolítica da Eurásia, as equações transatlânticas e os laços que aproximam Rússia e Europa.
Não há dúvidas de que 2009 foi ano de fortes emoções na “guerra da energia”. Com o gasoduto chinês inaugurado pelo presidente Hu Jintao dia 14 de dezembro; com o terminal petroleiro próximo ao porto de Nakhodka, no extremo oriente da Rússia inaugurado pelo primeiro-ministro Vladimir Putin dia 27 de dezembro (que será alimentado pelo oleoduto-gigante de $22 bilhões, desde os novos campos da Sibéria e alcança os mercados do Pacífico asiático); e com o gasoduto iraniano que Ahmadinejad inaugurou anteontem, dia 6 de janeiro – não há dúvidas de que o mapa energético da Eurásia e do Cáspio foi virtualmente redesenhado.
O ano novo de 2010 começa com uma questão fascinante: Rússia, China e Irã saberão operar em movimentos coordenados ou, pelo menos, saberão harmonizar seus interesses concorrentes?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A culpa é dos prefeitos: Joselito* procura bode expiatório para fugir de enchentes que virão


BLOG DO U: Serra diz que pode intervir em licenciamentos ambientais de SP, veja o que o blog viomundo diz sobre isso;


Governador afirma que prefeituras têm licenciado obras que impermeabilizam várzeas do Rio Tietê na Grande SP Carolina Freitas, da Agência EstadoSÃO PAULO


- O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse nesta terça-feira, 5, que determinou à Secretaria do Meio Ambiente que intervenha em licenciamentos ambientais concedidos por prefeituras paulistas para a execução de obras em áreas de risco na várzea do Rio Tietê. "Estamos preocupados. Será uma ação enérgica. Nos casos mais críticos, podemos intervir", afirmou hoje, após evento da Secretaria de Saúde na capital paulista.


A preocupação surgiu, segundo Serra, por conta de obras autorizadas pelas prefeituras que estariam impermeabilizando as várzeas do Rio Tietê na Grande São Paulo. "As prefeituras têm licenciado obras que impermeabilizam essas regiões", afirmou.


O governador defendeu que as obras de ampliação da Marginal do Tietê têm impacto "zero" nas enchentes que atingiram a capital paulista nos últimos meses. "As obras compensatórias criam até vantagem, como o plantio de árvores", acrescentou.


A Nova Marginal consiste na construção de uma pista auxiliar, entre a expressa e a local, ao longo dos 24,5 quilômetros da via. As obras começaram em 4 de junho de 2009. Em 9 de setembro, o Rio Tietê transbordou e alagou a marginal, o que não acontecia desde 2005. Segundo parecer do Conselho Municipal do Meio Ambiente, a construção da pista extra elimina 18,9 hectares de área permeável, o equivalente a 19 campos de futebol. Mesmo assim, Serra defendeu hoje a sustentabilidade da obra.


Quem fala dos impactos achando que conhece o assunto não sabe o que está acontecendo. Algumas pessoas fazem isso com pura má-fé", rebateu. Segundo a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), órgão vinculado à Secretaria Estadual dos Transportes, a ampliação não contribuiu para o transbordamento de setembro passado, pois as obras estavam ainda em fase de abertura de pistas. Além disso, de acordo com a Dersa, depois de pronta, a nova pista vai impermeabilizar 0,006% da área total da bacia do Tietê no Estado.


O investimento total na ampliação da Tietê será de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão do Tesouro estadual e R$ 200 milhões das concessionárias de rodovias com ligação com a marginal.


Nota do Viomundo: Antes o governador precisa se explicar sobre a limpeza do rio Tietê, sobre o gerenciamento das barragens do Tietê e sobre o motivo pelo qual só decidiu tomar alguma medida agora, depois que a casa caiu. Vai jogar a culpa nos prefeitos e tomar medidas "enérgicas", com o aplauso da mídia comprada, como se tivesse assumido o governo do Estado hoje, entaum tá govenador


* Joselito, de acordo com o leitor Eduardo.

Ah! A dignidade dos garis…



BLOG DO U: Há duas profissões que sempre me comoveram e ainda hoje me causam admiração: bombeiro e lixeiro. Sem falso pieguismo acho essas profissões profundamente dignas. Bombeiros e lixeiros arriscam suas vidas para nos salvar. Sem eles tudo fica um caos. Experimenta ficar alguns dias sem coleta de lixo, experimenta andar em algumas áreas da cidade de São Paulo onde o governo do Kassab (DEM) cortou 25% da verba de coleta de lixo e vocês verão o que é bom pra tosse. Estive lá essa semana e pude ver com meus próprios olhos o que passa na televisão é lixo para tudo quanto é lado na periferia e nas áreas mais pobres da cidade

Eis que no jornal da Band dois lixeiros aparecem nos desejando Feliz Ano Novo. Os garis fazem votos de um feliz 2010 com trabalho para todos (quem precisa ganhar a vida com o suor do seu trabalho sabe que ter trabalho é ter um ano bom). Eles representam o que há de melhor em nosso país: a esperança, a solidariedade, a alegria de viver.

E eis que surge Bóris Casoy– aquela boca falante autônoma em uma mente morta– (sabe quando o sujeito de tão retrógrado morre em vida, as idéias mofam e cheiram mal? pois então…) afirmando que os lixeiros ocupam o patamar mais baixo da escala de trabalho. Pensem de modo prático, leitores: se tivessem que escolher entre contar com o trabalho dos lixeiros ou os dos âncoras jornalísticos com qual dos dois você ficaria?

Não vejo o jornal da Band, assim não tenho o desprazer de ver este âncora que afunda diariamente aquele jornal que em si também já envelheceu. Mas que fique registrado: a escala mais baixa do preconceito de classe, expresssa na fala grotesca e preconceituosa do gagá jornalístico nem merece comentários. Fiquemos com a síntese do Latuff acima:

domingo, 3 de janeiro de 2010

O preconceito da mídia é da nossa raiz?




BLOG DO U: O blogueiro independente Luiz Carlos Azenha teve uma definição plausível sobre o "ato falho" do Boris Casoy leiam o post;





por Luiz Carlos Azenha

Àqueles que se assustam com os comentários feitos pelo Boris Casoy, um lembrete: a mídia corporativa brasileira é um poço de preconceitos. Ela não disfarça que representa uma classe social. Ela discrimina mulheres, negros, pobres, consciente e inconscientemente.





O sujeito (a) que titulou a reportagem da Folha, reproduzida acima, considera "bondade" os aumentos de salário e das aposentadorias, como se salário fosse uma "bondade" patronal, não um direito legal. Jamais você vai ver um empréstimo do BNDES a uma grande empresa ser titulado como "bondade". Ou o dinheiro dos governos federal, estadual e municipal dado aos jornais em forma de anúncios: aí não tem "bondade". "Bondade" é o aumento do salário mínimo.





Trabalhei em uma emissora que tinha uma "estética" que privilegiava a classe média branca: nas entrevistas de rua a ênfase era em gente com a dentição perfeita, especialmente mulheres. Dizia-se nos corredores que ninguém queria ver pobre na TV. Mais tarde, trabalhei com uma editora que dizia: "Índio não dá audiência". Aquilo se tornou uma lei inquestionável. Os brasileiros não querem se identificar com os indígenas: seria "atraso", ela argumentava.





A verdade é que o brasileiro é muito preconceituoso. Basta ler as críticas feitas ao Casoy, carregadas de antissemitismo, homofobia e alusões a traços físicos do jornalista. Como diz o Boris: Uma vergonha!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Desculpa que não convence


BLOG DO U: A m... que vazou por acaso, pois no dia dia deles eles falam e expressam isso mesmo.


Por DiAfonso*


Por ter exposto o seu modo preconceituoso de ver os garis (AQUI), Boris Casoy se viu forçado a pedir desculpas publicamente àqueles que, do "alto de suas vassouras", fazem um trabalho digno: limpar as ruas. Com um inconsistente pedido de desculpas, o jornalista da Band pretendeu passar uma borracha no que setores da mídia consideraram uma simples gafe. Para Boris, o que foi proferido no intervalo do Jornal deve ser relegado a "... uma frase infeliz que ofendeu os garis..." e, desse modo, só lhe restava pedir "profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do Jornal da Band".


Alguém poderia afirmar que ele se desculpou e isso já seria o bastante para esquecer o episódio, pois errar é próprio da condição humana ou coisa do gênero. Evidente que estamos sujeitos, como humanos que somos, a cometer impropriedades com o outro, porquanto, muitas vezes, os preconceitos existem adormecidos dentro de nós e deles não nos apercebemos até o momento em que eles se manifestam com cara de sono.


A questão é: em que esse brevíssimo pedido de desculpas (ver vídeo abaixo) muda a abjeta atitude do apresentador e o que ele parece alimentar em sua alma elitista e cheia de "dignidade"? A meu ver, nada. Não muda nada. O que o "âncora" do Jornal da Noite expôs nos bastidores do programa jornalístico sob o seu comando constitui-se, de fato, numa odiosa e desprezível visão contra determinada classe social. Um permanente e visceral ódio de classe foi o que Boris realmente expressou com sua "frase infeliz". Não foi um comentário recheado de inocência.


Para que não fique a ideia de que não sabemos perdoar o erro do outro, devemos nos perguntar: e se o microfone não estivesse aberto e a sanha preconceituosa de Boris não tivesse vindo a público? Haveria pedido de desculpas? Eu, particularmente, tenho minhas profundas dúvidas de que isso viesse a ocorrer...


Reflitam sobre o que disse Boris Casoy à Folha e tirem suas conclusões:


Foi um erro. Vazou, era intervalo e supostamente os microfones estavam desligados"


PS: Vejam que eu próprio fui a uma festa de granfinos na cidade de São Paulo a convite de um amigo qual não posso revelar aqui, e um publicitario muito famoso disse em suas palavras no microfone na festa do qual ele era o organizador, só não me recordo se foram com essa palavra, mas queria expressar isso " os pobres são só para servir os ricos e isso já é o bastante para eles" seguidos de muitas risada os grão-finos da festa brindaram a fala com champanhe francês.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A urgência me fez sair do descanço de final de ano.

BLOG DO U: Vejam que horror essas duas matéria que postarei lo a seguir.
Uma trata de um factoide da nossa mídia conservadora de direita, a outra é do apresentador Boris Casoy outro que representa a ultra-diretita e que humilha um trabalhador digno de repulsa por todos os sindicatos que representem os garis do país


http://www.youtube.com/watch?v=f_E4j7vi3js&feature=player_embedded esse link leva você até o vídeo de abertura do Jornal da Band onde o apresentador debocha dos garis que desejam feliz ano novo a todos telespectadores da emissora

Foi postado hoje um vídeo no YouTube com cenas que seriam do Jornal da Band, em que dois garis desejavam feliz 2010 aos telespectadores.
Porém, no final é possível ouvir comentários do âncora do programa, Boris Casoy, que não percebeu que o áudio vazou. O site também atribui comentários a Joelmir Betting.
- Que m... Dois lixeiros desejando felicidades... Do alto de suas vassouras...Dois lixeiros...O mais baixo da escala do trabalho...
Procurado pela reportagem do R7, o jornalista respondeu através da assessoria de imprensa da Band.
- Boris Casoy reconheceu que a frase foi infeliz e ofensiva aos garis, e hoje no Jornal da Band vai pedir desculpas.

A outra reportagem é um factoide do PIG (partido da imprensa golpista segundo PHA)

O que a “crise militar” nos diz sobre os jornalões. E sobre o Brasil
Atualizado em 31 de dezembro de 2009 às 21:45 Publicado em 31 de dezembro de 2009 às 20:36

por Luiz Carlos Azenha – Blog Vi o mundo
A “crise militar” anunciada pelos jornalões deveria ser utilizada, de forma didática, como um exemplo do uso da desinformação com objetivos políticos.
Diz mais sobre a falta de qualidade dos jornais brasileiros e do uso deles para objetivos políticos do que sobre os assuntos que teriam “gerado” a crise.

Comecemos pelo começo.

O Programa Nacional de Direitos Humanos foi criado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso quando — ironia das ironias — o ministro da Justiça era Nelson Jobim. Veja aqui.

Desde então aconteceram 11 conferências nacionais de Direitos Humanos. A décima primeira aconteceu em 2008. As conferencias nacionais de Direitos Humanos reúnem militantes da sociedade civil e representantes das diferentes esferas do governo. As conferências produzem resoluções aprovadas em votações. Essas resoluções podem OU NÃO resultar em projetos de lei patrocinados pelo Executivo. Projetos que tramitam como quaisquer outros no Congresso Nacional. Podem OU NÃO ser aprovados.

Aqui você pode saber quais foram as resoluções da mais recente conferência.

Como mostrou o Paulo Henrique Amorim, com a exposição de um vídeo, durante a conferência mais recente foi aprovada, por 29 votos a 2, a proposta de se formar uma Comissão Nacional de Verdade e Justiça.

Trata-se, portanto, apenas de uma proposta. Que poderá ou não ser adotada pelo Executivo brasileiro.

Uma proposta aprovada por 29 votos da sociedade civil:

Contra dois votos de representantes do Ministério da Defesa:

Uma proposta aprovada por 29 votos da sociedade civil:
Feito isso, o presidente da República e a ministra Dilma Rousseff participaram do lançamento do Plano Nacional de Direitos Humanos, em sua terceira versão (lembrem-se, a primeira versão é do governo FHC).

Como constatou o colunista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo, a reação de desconforto dos chefes militares se deu depois do evento. Eles foram acompanhados pelo ministro Nelson Jobim. Estamos falando, até agora, de meras propostas aprovadas pela sociedade civil.

Mas, estranhamente, os jornais brasileiros descobrem o assunto AO MESMO TEMPO, na semana seguinte à crise, como notou Janio de Freitas.

Todos noticiaram o assunto com destaque, NO MESMO DIA:

Os textos dos três jornais estão repletos de informações falsas, deturpadas, incompletas ou que dão pernas a opiniões desinformadas.

Exemplos:
Na Folha, a reportagem assinada pela musa do alerta amarelo, aquela que sugeriu a todos os brasileiros, indiscriminadamente, que zarpassem para o posto de saúde mais próximo para tomar vacina contra a febre amarela, quando a vacina tem contra-indicações e NÃO PODE SER TOMADA POR TODOS — a Eliane Cantanhêde — diz que os militares “imaginam que o resultado dessas propostas seja a depredação ou até a invasão de instalações militares que supostamente tenham abrigado atos de tortura e não admitem o contrangimento da retirada de nomes de altos oficiais de avenidas pelo país afora”.

Ora, a Folha não explica ao leitores o que é o Programa Nacional de Direitos Humanos, nem o que é a Conferência Nacional de Direitos Humanos, nem que as propostas da conferência são meramente propositivas. Dá pernas à teoria da “depredação” de instalações militares, completamente absurda.

O Globo, por sua vez, cita apenas um parlamentar: Raul Jungmann, do PPS-PE, aliado de Nelson Jobim e de José Serra:

“Ele chamou para si a crise e fez prevalecer sua autoridade — disse Jungmann”, diz o jornal carioca, atribuindo a crise ao ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que segundo o jornal “se confirmada a decisão de Lula de rever o decreto”, “sai enfraquecido”. É importante registrar que o decreto de Lula institui o Programa Nacional de Direitos Humanos SEM DEFINIR quais serão as propostas efetivamente apoiadas pelo Executivo. Portanto, não se pode falar em “recuo” de Lula: o presidente da República ainda não definiu os projetos que apresentará com base nos resultados da décima primeira Conferência Nacional dos Direitos Humanos.

Finalmente, chegamos ao Estadão: “Projeto muda Lei de Anistia e Jobim ameaça se demitir”, diz a manchete de primeira página, factualmente errada.

Não existe projeto mudando a lei de Anistia. O alcance da Lei de Anistia, de 1979, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Leia aqui para entender.

O texto de primeira página do Estadão é falso:

O Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê a criação de uma comissão especial para revogar a Lei de Anistia de 1979, provocou uma crise militar.

Não é verdade que o PNDH-3 proponha a revogação da Lei de Anistia. O PNDH-3 contém uma proposta para a criação de uma Comissão da Verdade que, dependendo dos poderes atribuídos a ela, em tese poderia sugerir à Justiça a investigação e indiciamento de agentes públicos acusados de tortura, por exemplo. Mas ANTES seria preciso esperar a decisão do STF sobre o alcance da Lei de Anistia de 1979 e a decisão do Congresso EFETIVAMENTE criando a comissão da verdade e dando a ela PODERES REAIS de investigação. Notaram as nuances simplesmente desprezadas pelo Estadão?

No dia seguinte, tentando dar pernas à crise, o Estadão publica um editorial em que repete a mesma lógica de 1964, dizendo que o Programa Nacional de Direitos Humanos ameaça promover “uma nova e mais perniciosa divisão política e ideológica da família brasileira“.

Patético, para dizer o mínimo.

Disso tudo, concluo:
1. Que os jornalões brasileiros, como denunciamos faz tempo, cumprem funções propagandísticas: foram incapazes de “perceber” a crise militar, de “investigar” a crise militar e noticiaram a “crise militar” com alguns dias de atraso, AO MESMO TEMPO, alimentados sabe-se-lá por quem.

2. Que os jornalões brasileiros, no mínimo, são incapazes de lidar com os fatos; no máximo, servem a uma campanha de desinfomação.

3. Que quem semeia a crise no mínimo acredita em uma solução “por cima” da sociedade civil brasileira; que quem semeia a crise ou está no comando dos quartéis e não dispõe de apoio na sociedade civil ou vai bater às portas dos quartéis por falta de eleitores, no mínimo para derrubar ou enfraquecer os ministros Tarso Genro e Paulo Vannuchi e no máximo para atingir a “terrorista” Dilma como “dano colateral”.

Mas o episódio nos diz mais.
Revela a contínua incapacidade dos chefes militares de lidar com decisões tomadas publicamente, com participação de representantes da sociedade civil, pelo placar acachapante de 29 a 2, ainda que essa propostas sejam meramente indicativas, sem poder legal. É a democracia sem povo.

Revela também, pelo conteúdo dos comentários que o Viomundo aprovou nas últimas horas, a existência de um grupo de comentaristas conservadores que está disposto a defender a tortura como ferramenta oficial do Estado brasileiro, ainda que a tortura fosse ilegal PELA LEGISLAÇÃO ARBITRÁRIA dos regimes militares brasileiros.

Prefiro atribuir isso ao desespero da direita brasileira com a simples possibilidade de perder mais uma eleição no ano que vem.

Feliz 2010 a todos!

PS: Todas as informações deste post estão disponíveis na internet. Sugiro que se dê um curso de “Google” nas redações brasileiras.

PS2: A Conferência Nacional de Comunicação, realizada este ano pela primeira vez, apenas repete a fórmula de outras conferências nacionais, como a de Direitos Humanos. O fato de que a mídia boicotou a Confecom expôs claramente quais são os limites da “democracia” aceita pelos donos dos grandes meios de comunicação no Brasil.

PS3: Sempre é bom lembrar qual foi o destino daqueles que foram bater às portas dos quartéis antes do golpe de 1964: foram presos, cassados ou se tornaram grandes empresários da comunicação com amplo financiamento e cobertura dos chefes militares. Essa relação simbiótica foi capturada pela Beatriz Kushnir.


Fonte: Vio Mundo e blog do Frave