Qual é o papel da mídia no País? Ajudar ou criar bolhas?
BLOG O MURAL: Que a
mídia tem um papel importante na democracia não se discute, mas até onde podem
ir suas responsabilidades com o país, isso sim, podemos discutir. Podem eles falarem e escreverem o que
pensa sem nenhuma responsabilidade? Por isso, a discussão do controle -não
censura- é importante para a nação brasileira. Essa semana que irá entrar
teremos mais uma prova cabal dessas (in)responsabilidades.
Empresário
Eik Baptista, donos de um grupo de empresas com investimento nunca visto no
Brasil, assim ele teve acesso a todo tipo de ajuda, desde o BNDES até o
financiamento internacional, e a principal bolha para essa ascensão de Eik
foram as matéria de varias revista semanais, inclusive dizendo que ele
ensinaria o Brasil a ganhar dinheiro de forma gloriosa. Lógico que as revistas
-não todas- tentou-se dizer que Lula e Dilma eram os entraves para o
crescimento ainda maior das empresas de Eik, mas na verdade a mídia era quem
mais se beneficiava das rendas das empresas, pois as verbas de publicidade eram
todas alocadas para revista, emissoras de TV e jornais, e com isso, claro eles
defendiam cegamente o empresário e suas empresas.
Agora
estamos vendo que tudo não passou de especulação, uma bolha de endividamento de
pessoas, bancos e com conseqüência gravíssima para o país, e certamente quem
pagará a conta será todos os brasileiros, mas quem tomou o café com os
empresários foram somente um naco do país, e certamente eles vão dizer que
também tiveram prejuízo, só não vão mostrar quantos lucros tiveram todo este
tempo de especulação é claro. Veja a reportagem do síteo brasi27.com
247 - Nunca houve, na história do Brasil,
um empresário como Eike Batista. Vendedor de projetos, e não de
empresas com resultados concretos, ele conseguiu a façanha de se tornar o
oitavo homem mais rico do mundo (hoje não figura nem mais entre os 100
primeiros) prometendo quase o equivalente a terrenos na lua. Bancos de
investimento empacotaram seus projetos e Eike foi uma das figuras mais
midiáticas já vistas no mundo empresarial, em todos os tempos. Onde
houvesse um holofote, lá estava ele. Se Madonna viesse ao Brasil pedir
apoio a uma ONG, Eike apareceria com um cheque milionário para ganhar
também seus 15 segundos adicionais de fama.
Durante um bom tempo, Eike acreditou que conseguiria
administrar expectativas do mercado financeiro no gogó – ou, quem sabe,
pilotando sua conta no Twitter, onde, sempre, em tom otimista, vendia
promessas jamais concretizadas a incautos seguidores. Ele, no entanto,
não teria ido tão longe se não tivesse construído, também, uma poderosa
aliança com jornalistas e meios de comunicação. Na imprensa, seus dois
principais aliados nessa onda de fanfarronice foram Ancelmo Gois, do
Globo, e Lauro Jardim, de Veja. Ancelmo sempre o chamava de "Eike sempre
ele Batista", como se o empresário fosse uma máquina de produção de
ideias geniais. Lauro, por sua vez, antecipava em seu Radar Online os
movimentos do grupo EBX, que sempre impactavam, também, o mercado
financeiro e as cotações de seus papeis em bolsa.
Sempre disponível a conceder entrevistas, o empresário foi
capa de praticamente todas as revistas semanais, indo de Veja, onde era
chamado de "Eike Xiaoping", a Carta Capital, em que condenava a pouca
disposição dos empresários ao risco. E da mesma maneira que transitava
na mídia, Eike também circulava com desenvoltura no meio político. Não
apenas no governo federal, que lhe abriu as portas do BNDES, mas nos
governos de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amapá e Maranhão,
onde seus projetos tinham algum impacto.
O sonho de Eike, no entanto, chegou ao fim. Com uma dívida
de mais de R$ 20 bilhões, concentrada sobretudo no BNDES, ele começará,
nos próximos dias a reestruturar seus pagamentos. O aviso do
"pré-calote" já foi dado na última sexta-feira, por meio de seu
porta-voz extraoficial Lauro Jardim, que avisou que os bancões amargarão
parte do prejuízo.
Serão perdas significativas, mas, talvez, não tão grandes
quanto a de investidores que acreditaram na imagem de empresário
infalível construída por Eike e diversos veículos de comunicação. As
ações da OGX, sua empresa de petróleo, já caíram 88% em um ano. Papéis
do porto LLX, do estaleiro OSX e da mineradora MMX também viraram pó. E
se "Eike sempre ele Batista" foi capaz de vender ilusões, isso só foi
possível porque contou com o empurrão de uma imprensa amiga e, muitas
vezes, acrítica.
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