BLOG DO U: Ridícula, inconsistente e - ela sim - política e ideológica, a acusação do governo José Serra e de seu secretário de Educação, deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), de que a greve dos professores do Estado de São Paulo, decretada nessa 6ª feira e a ser deflagrada é política e estimulada pelo PT.
Enquadrar dessa forma a paralisação de uma categoria de 210 mil professores em todo o Estado, aprovada em assembléia de 10 mil participantes, como fez o governo tucano paulista em nota oficial é simplificar a questão, fugir do diálogo com o magistério e, mais que isso, não ter a menor consideração e respeito pelos profissionais do ensino.
Mas, em se tratando do governo Serra, continuidade do tucanato que há 16 anos governa o Estado, nada surpreende. Aliás, 16 anos, ou 28 anos, se contadas as gestões Serra, Geraldo Alckmin, Mário Covas e Franco Montoro, mais as de Orestes Quércia - que elegeu Luiz Antônio Fleury Filho - agora aliado de primeiro linha do serrismo.
Sucatearam a Educação em São Paulo
Dezesseis - ou 28 anos - anos de fracasso do tucanato na Educação paulista destroçaram o ensino no Estado mais desenvolvido do país reduzindo-o a um nível jamais visto, conforme atestam os exames e avaliações periódicas cujos resultados medonhos assustam sempre mais a cada vez que são divulgados.
Com a greve, merecedora de todo apoio, o professorado paulista reivindica 34,4% de aumento salarial: incorporação de gratificações - expediente largamente utilizado por governo tucano para não reajustar salário; e o fim da prova para escolha de temporários - estes, resultado da bagunça a que o tucanato reduziu o quadro do magistério do Estado.
São reivindicações justas. O governo paulista precisa acabar com o instituto das gratificações, dar aumentos efetivos de salário, negociar de verdade, de forma a possibilitar a participação dos interessados na solução do problema - dos professores aos pais de alunos, além da comunidade como um todo - na reforma da Educação.
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