BLOG DO U: O Paulo Henrique Amorim postou um texto do o Stanley Burburinho sobre as diferença entre apagão e blecaute.
O Stanley Burburinho – quem será ele? – enviou ao Conversa Afiada uma cronologia que mostra a omissão do governo de Fernando Henrique Cardoso, o Farol de Alenxadria, em preparar o país para enfrentar o apagão, que ocorreu durante a gestão tucana:
São meus todos os grifos nos textos abaixo – Stanley:
São meus todos os grifos nos textos abaixo – Stanley:
Não foi por falta de aviso. Houve muitos. Foi por imprevidência mesmo – e crença na salvação das chuvas. Abaixo, alguns dos alertas recebidos por dezenas de autoridades do governo:
– Setembro de 1995 – A Eletrobrás alerta o ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, para o risco de racionamento de energia em 2001-2003 e estima que, nesse período, o consumo terá de cair 10%.
2 – Maio de 1996 – A Eletrobrás alerta o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, o secretário Andrea Calabi (Planejamento) e os secretários José Roberto Mendonça de Barros e Pedro Parente (Fazenda) sobre a gravidade da crise. Em documento de 38 páginas, lista medidas emergenciais e prevê racionamento para o período 1998-1999.
3 – Junho de 1997 – Num encontro em Belo Horizonte, técnicos das distribuidoras de energia alertam para o risco iminente de blecautes em Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.
4 – Janeiro de 1999 – Depois de o Rio Grande do Sul ter sofrido 31 cortes de energia, a secretária estadual de Minas e Energia, Dilma Vana Rousseff, viaja a Brasília e alerta autoridades do setor elétrico de que o problema gaúcho se estenderá ao país caso não se invista em geração e transmissão.
5 – Março de 1999 – Dias depois do maior apagão da história do país, o físico Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio, avisa, em reunião no Senado, que o blecaute é sinal da vulnerabilidade do sistema de transmissão e da falta de investimentos no setor energético. Estão presentes Rodolpho Tourinho (ministro das Minas e Energia), Mário Santos (do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS), além dos presidentes de Furnas e Eletrobrás.
6 – Abril de 2000 – Em reunião com a cúpula do ONS, o presidente da estatal energética gaúcha, Vicente Rauber, propõe um plano imediato de racionamento de energia no país. A proposta é rejeitada.
7 – Setembro de 2000 – Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), divulga uma “mensagem de alerta à indústria” prenunciando escassez de energia no Estado.
8 – Outubro de 2000 – Num seminário em Brasília, Luis Carlos Guimarães, diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, alerta que o país está à beira de um colapso energético. Estão presentes técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
9 – Dezembro de 2000 – O ONS entrega ao ministro Rodolpho Tourinho e ao diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, um relatório informando que o nível dos reservatórios de água das represas está razoável.
10 – 12 de março de 2001 – O ONS entrega novo relatório à Aneel e ao secretário executivo das Minas e Energia, Hélio Vitor Ramos, traçando, desta vez, um quadro sombrio do nível dos reservatórios de água das represas por causa da falta de chuvas.
11 – 20 de março de 2001 – O ONS informa o novo ministro das Minas e Energia, José Jorge, sobre a gravidade da situação. Três dias depois, no Palácio da Alvorada, FHC reúne-se com a equipe econômica e membros do setor elétrico para tratar do tema. À espera de chuva em abril, descartam o racionamento.
12 – 25 de abril de 2001 – Sem as chuvas esperadas, o ONS pede oficialmente ao ministro José Jorge, das Minas e Energia, que deflagre um processo de racionamento.
13 – 8 de maio de 2001 – O governo propõe as primeiras medidas de redução do consumo. Dois dias depois, FHC mostra espanto com a gravidade do problema e com o desencontro de informações dentro do governo. Decide criar um comitê para enfrentar a crise e coordenar o racionamento.”
“Professor Ildo Sauer, da Universidade de São Paulo, classifica de “irresponsável” política energética do governo federal, e diz que não foi a falta de chuvas que provocou o colapso.
(…)
3 – Junho de 1997 – Num encontro em Belo Horizonte, técnicos das distribuidoras de energia alertam para o risco iminente de blecautes em Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.
4 – Janeiro de 1999 – Depois de o Rio Grande do Sul ter sofrido 31 cortes de energia, a secretária estadual de Minas e Energia, Dilma Vana Rousseff, viaja a Brasília e alerta autoridades do setor elétrico de que o problema gaúcho se estenderá ao país caso não se invista em geração e transmissão.
5 – Março de 1999 – Dias depois do maior apagão da história do país, o físico Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio, avisa, em reunião no Senado, que o blecaute é sinal da vulnerabilidade do sistema de transmissão e da falta de investimentos no setor energético. Estão presentes Rodolpho Tourinho (ministro das Minas e Energia), Mário Santos (do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS), além dos presidentes de Furnas e Eletrobrás.
6 – Abril de 2000 – Em reunião com a cúpula do ONS, o presidente da estatal energética gaúcha, Vicente Rauber, propõe um plano imediato de racionamento de energia no país. A proposta é rejeitada.
7 – Setembro de 2000 – Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), divulga uma “mensagem de alerta à indústria” prenunciando escassez de energia no Estado.
8 – Outubro de 2000 – Num seminário em Brasília, Luis Carlos Guimarães, diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, alerta que o país está à beira de um colapso energético. Estão presentes técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
9 – Dezembro de 2000 – O ONS entrega ao ministro Rodolpho Tourinho e ao diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, um relatório informando que o nível dos reservatórios de água das represas está razoável.
10 – 12 de março de 2001 – O ONS entrega novo relatório à Aneel e ao secretário executivo das Minas e Energia, Hélio Vitor Ramos, traçando, desta vez, um quadro sombrio do nível dos reservatórios de água das represas por causa da falta de chuvas.
11 – 20 de março de 2001 – O ONS informa o novo ministro das Minas e Energia, José Jorge, sobre a gravidade da situação. Três dias depois, no Palácio da Alvorada, FHC reúne-se com a equipe econômica e membros do setor elétrico para tratar do tema. À espera de chuva em abril, descartam o racionamento.
12 – 25 de abril de 2001 – Sem as chuvas esperadas, o ONS pede oficialmente ao ministro José Jorge, das Minas e Energia, que deflagre um processo de racionamento.
13 – 8 de maio de 2001 – O governo propõe as primeiras medidas de redução do consumo. Dois dias depois, FHC mostra espanto com a gravidade do problema e com o desencontro de informações dentro do governo. Decide criar um comitê para enfrentar a crise e coordenar o racionamento.”
“Professor Ildo Sauer, da Universidade de São Paulo, classifica de “irresponsável” política energética do governo federal, e diz que não foi a falta de chuvas que provocou o colapso.
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SÃO PAULO – São Pedro é inocente, a culpa é do governo. Essa é a tese do engenheiro Ildo Sauer, professor da Universidade de São Paulo, para a crise energética que vive o país.
(…)
(…)
Precisamos desmasacarar a grande mentira do governo de que vai faltar energia porque não choveu. Faltaram investimentos. No ano passado fizemos uma palestra na Câmara dos Deputados mostrando os riscos de um colapso energético, porém o diretor da Operadora Nacional de Sistemas (ONS) disse que não teria problemas porque iria chover”, declarou.
O especialista frisou que desde 1931 houve 19 oportunidades em que choveu menos que o ano anterior, no entanto não houve necessidade de racionamento.
“A crise não é de falta d’água, mas sim, de falta de investimentos. O governo seguiu as normas do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, ressaltou.
O engenheiro afirmou, também, que desde 1995 já existe uma defasagem entre a oferta e a procura de energia.
“Sabendo disso o governo deveria ter planejado um modelo mais consistente para evitar o colapso energético. Não houve investimentos em linhas de transmissão e a equipe de governo foi muito dogmática”.
Sauder criticou acidamente as medidas anunciadas pelo governo para reduzir o consumo energético em 20%. “As medidas rasgam a constituição, não têm sustentação jurídica. O tarifaço é injustificado e castiga a população. É pior que um castigo físico”.
Abaixo, um texto que mostra o professor Ildo sendo perseguido pelo FHC e pelo Pedro Parente:
O especialista frisou que desde 1931 houve 19 oportunidades em que choveu menos que o ano anterior, no entanto não houve necessidade de racionamento.
“A crise não é de falta d’água, mas sim, de falta de investimentos. O governo seguiu as normas do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, ressaltou.
O engenheiro afirmou, também, que desde 1995 já existe uma defasagem entre a oferta e a procura de energia.
“Sabendo disso o governo deveria ter planejado um modelo mais consistente para evitar o colapso energético. Não houve investimentos em linhas de transmissão e a equipe de governo foi muito dogmática”.
Sauder criticou acidamente as medidas anunciadas pelo governo para reduzir o consumo energético em 20%. “As medidas rasgam a constituição, não têm sustentação jurídica. O tarifaço é injustificado e castiga a população. É pior que um castigo físico”.
Abaixo, um texto que mostra o professor Ildo sendo perseguido pelo FHC e pelo Pedro Parente:
10 de maio de 2002
Governo FHC tenta intimidar Ildo Sauer
O governo FHC passou a ameaçar os críticos da sua política de energia. Pedro Parente, ministro responsável pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica resolveu pedir explicações ao Reitor da USP sobre os relatórios produzidos pela equipe do professor Ildo Sauer, docente do IEE.
O professor Sauer demonstrou irregularidades e indícios de improbidade nos contratos de compra de energia emergencial e nas compensações dadas às concessionárias por meio da Medida Provisória 14, de 21/12/2001. Esses estudos orientam o Ministério Público Federal na investigação aberta sobre o caso.
Em tempo: a edição de hoje da Folha (*): traz declaração da ministra Dilma Rousseff sobre o apagão do governo FHC e o blecaute dos últimos dias: “Sabe aquela árvore de Natal que tem na lagoa Rodrigo de Freitas? Sabe aquela outra que tem no parque Ibirapuera? A hipótese de ter árvore de Natal em 2001 e 2002 era zero, porque não tinha energia”, afirmou.”
Governo FHC tenta intimidar Ildo Sauer
O governo FHC passou a ameaçar os críticos da sua política de energia. Pedro Parente, ministro responsável pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica resolveu pedir explicações ao Reitor da USP sobre os relatórios produzidos pela equipe do professor Ildo Sauer, docente do IEE.
O professor Sauer demonstrou irregularidades e indícios de improbidade nos contratos de compra de energia emergencial e nas compensações dadas às concessionárias por meio da Medida Provisória 14, de 21/12/2001. Esses estudos orientam o Ministério Público Federal na investigação aberta sobre o caso.
Em tempo: a edição de hoje da Folha (*): traz declaração da ministra Dilma Rousseff sobre o apagão do governo FHC e o blecaute dos últimos dias: “Sabe aquela árvore de Natal que tem na lagoa Rodrigo de Freitas? Sabe aquela outra que tem no parque Ibirapuera? A hipótese de ter árvore de Natal em 2001 e 2002 era zero, porque não tinha energia”, afirmou.”
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