quarta-feira, 30 de março de 2011
A greve dos juízes e o exemplo de Rogério Ceni
segunda-feira, 28 de março de 2011
Porto Feliz recebe uma creche do Governo Federal
domingo, 27 de março de 2011
De um mico-leão-dourado: ‘Salvem antes a Marina!!!’
sexta-feira, 25 de março de 2011
Hamilton Pereira ≈ Região Metropolitana é aprovada em última Com
BLOG O MURAL: Porto Feliz agradece ao Deputado Hamilton por essa batalha que com certeza será uma vitória.
Recebeu parecer favorável na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de São Paulo, o Projeto de Lei Complementar (PLC) № 33/05, que cria a Região Metropolitana de Sorocaba. A iniciativa, já aprovada nas Comissões de Constituição e Justiça, de Assuntos Municipais e de Assuntos Metropolitanos, fica pronta para ser pautada para discussão em Plenário pelos deputados estaduais.
O assunto voltou a ser discutido durante o Simpósio "Planejamento Regional Integrado", promovido pela Prefeitura de Sorocaba em parceria com a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), na tarde da última terça-feira (22/3).
O deputado estadual Hamilton Pereira (PT), autor do Projeto que cria a Região Metropolitana, participou do Simpósio e elogiou a mobilização de 22 municípios em torno do debate sobre desenvolvimento regional. "Está mais do que claro que sem articulação regional torna-se praticamente impossível solucionar de maneira definitiva problemas que são comuns a municípios próximos", observa Hamilton. "Vide a questão do lixo em Sorocaba, por exemplo, que tem obrigado o município a gastar milhões de reais para enviar o material para Iperó", completou.
O deputado já solicitou junto à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano estudo realizado pela Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S. A.) e Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) sobre os municípios paulistas que apresentam características para a metropolização.
"O que estamos vivendo é um momento de convergência política", salienta Hamilton Pereira. "O Governo do Estado já se conscientizou sobre a necessidade da organização regional do desenvolvimento, nossos prefeitos se articulam nesse sentido e nosso Projeto avança na Assembleia Legislativa", completa.
Região Metropolitana
As características exigidas para a composição de Região Metropolitana são elevada densidade demográfica; significativa conurbação; funções urbanas e regionais com alto grau de diversidade; especialização e integração sócio-econômica.
O PLC nº 33/05 determina Sorocaba como o município sede da Região Metropolitana, que por critérios geográficos abrangerá também os municípios de Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Itu, Mairinque, Piedade, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque e Votorantim.
Hamilton Pereira já esteve nas Prefeituras e Câmaras Municipais dos 16 municípios envolvidos no PLC e todos foram favoráveis à criação da Região Metropolitana.
Fonte: Assessoria de Imprensaterça-feira, 22 de março de 2011
As desistências dos professores de SP
Principal reclamação é sobre falta de estrutura na rede; governo afirma que desistências estão dentro do esperado
Formado na USP, Edson Rodrigues da Silva, 31, foi aprovado ano passado no concurso público da rede estadual para ensinar matemática. Passou quatro meses no curso preparatório obrigatório do Estado para começar a lecionar neste ano no ABC paulista. Ao final do primeiro dia de aula, desistiu."Vi que não teria condições de ensinar. Só uma aluna prestou atenção, vários falavam ao celular. E tive de ajudar uma professora a trocar dois pneus do carro, furados pelos estudantes. Se continuasse, iria entrar em depressão. Não vale passar por isso para ganhar R$ 1.000 por 20 horas na semana."
Silva diz que continuará apenas na rede privada. Como ele, outros efetivados neste ano pelo governo já desistiram das aulas, passados apenas 39 dias do início das aulas, sendo 25 letivos.Até sexta-feira, 60 já haviam finalizado o processo de exoneração, a pedido, média de mais de dois por dia letivo. Volume não informado pela Secretaria da Educação está com processo em curso.A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) diz ser normal o número de desistências, considerando a quantidade de efetivações (9.300). Educadores, porém, discordam.Para a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavasi, "o cenário é triste; especialmente na periferia, os professores encontraram escolas sem estrutura, profissionais mal pagos, amedrontados e desrespeitados."
DESMOTIVAÇÃOAs desistências têm diferentes motivações. Entre as principais citadas por exonerados ouvidos pela Folha estão falta de condições de trabalho (salas lotadas, por exemplo), desinteresse de alunos e baixos salários."Muitos alunos não apresentam condições mínimas para acompanhar o ensino médio e têm até uma postura agressiva com o professor", disse Juliana Romero de Mendonça, 25, docente de química. "A realidade da escola é diferente da mostrada no curso", afirmou Gilson Lopes Silva, 30, de filosofia.O concurso selecionou docentes de todas as matérias do final dos ensinos fundamental e médio, séries com muitos temporários e mais problemas de qualidade.Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato do magistério, além de condições precárias da rede, "a formação nas universidades não é satisfatória, pois elas trabalham com uma escola irreal, de alunos quietinhos". Ela exige que o Estado dê mais tempo aos docentes para a formação em serviço.
Professores aprovados podem ter usado exame para aumentar pontuação em outros concursos, afirma secretaria
Para governo, carreira está atrativa e oferece bônus e reajuste com base no mérito; salário inicial é de R$ 1.834,00
DE SÃO PAULO
A Secretaria da Educação informou que considera normal o volume de docentes novatos que desistiu da rede.A pasta afirmou que devem sair do sistema 10% dos recém-efetivados (cerca de 900 professores), mas não informou em qual prazo podem ocorrer as exonerações.
segunda-feira, 21 de março de 2011
O desafio de Dilma Rousseff
Com o fim do governo Lula – e por obra e graça de sua sucessora –, encerrou-se uma guerra que durou décadas, entre a liderança maior do PT e os meios de comunicação de massa. Ontem, essa liderança era exercida pelo ex-operário; hoje, por mais que ele continue sendo um mito, a liderança efetiva do PT é exercida pela chefe da nação.
Dilma pôs a mídia no bolso. Até as rotativas de Folha, Globo, Estadão e Veja sabem que o caminho para o coração desses veículos é Fernando Henrique Cardoso. Amado pelos donos dos grandes meios de comunicação, os gestos de simpatia da presidenta para com ele a fizeram cair nas boas graças de Frias, Marinho, Civita e Mesquita.
O vídeo a seguir mostra o verdadeiro encantamento dos robôs da Globo com o gesto de Dilma de convidar FHC para almoçar com Obama. E a constatação furtiva que fazem de que a ausência de Lula no evento representaria alguma ruptura entre ele e a sucessora. Vale a pena assistir. Em seguida, a análise prossegue.
Pesquisa diz que presidente Dilma conquistou a confiança dos eleitores do PSDB e de José Serra
Eleitores do PDT, cuja bancada rachou na votação do salário de R$ 545, dão maior aprovação a Dilma (45% de ótimo e bom e 31% de regular) que os simpáticos ao fiel PMDB - 40% e 42%, respectivamente.
Entre os petistas, a presidente obtém 56% de conceitos ótimo e bom e 32% de regular. Só 2% consideram seu início de mandato ruim ou péssimo. Os que declaram ter votado em Dilma dão a ela aprovação similar: 57% de bom e ótimo, e 30% de regular.Na coluna da Renata Lo Prete
sábado, 19 de março de 2011
quarta-feira, 9 de março de 2011
The Economist diz que “próxima batalha” é contra funcionários públicos e seus sindicatos
Em nenhum momento o informe recorda que os déficits públicos são em grande parte consequência das ajudas colossais aos bancos e outros responsáveis pela crise atual. Tampouco que estes déficits aumentaram devido aos presentes sob a forma de isenções fiscais outorgadas aos ricos. Nem sequer se deixa claro que, em troca de seu salário, os funcionários prestam serviços indispensáveis para o bom funcionamento da sociedade. Em particular os professores, atacados muito especialmente neste informe. O jornalista que escreveu um dos artigos deve estar muito desinformado sobre as reais condições de trabalho dos professores para ter coragem de escrever que “65 anos deveria ser a idade mínima para que essa gente que passa a vida em uma sala de aula se aposente”.
The Economist festeja que vários governos europeus – dois deles dirigidos por “socialistas”, Grécia e Espanha – tenham rebaixado os salários de seus funcionários e que, em toda a União Europeia haja “reformas” – seria mais justo falar de contrarreformas dos sistemas de pensões já realizadas ou em vias de realização.
Por ideologia, os liberais são hostis aos funcionários e demais assalariados do setor público. Em primeiro lugar porque privam o setor privado de novos espaços de lucro. Em segundo porque, protegidos por seu estatuto, podem ser socialmente mais combativos que seus companheiros do setor privado, até o ponto de que, às vezes, fazem greves “por delegação” e representam os trabalhadores do setor privado que não podem fazê-las. Esta solidariedade é a que os governos querem destruir a todo custo para reduzir a capacidade de resistência das populações contra os planos de ajuste e de austeridade implementados em toda a Europa. Os déficits públicos constituem assim um pretexto inesperado para modificar as relações sociais conflitivas em detrimento do mundo do trabalho.
Defender os serviços públicos é defender o único patrimônio do qual dispõem as categorias mais pobres da população. A aposta na caça aos funcionários públicos e a seus sindicatos proposta por The Economist não é apenas financeira. É política ou ideológica.
terça-feira, 8 de março de 2011
Origem do dia Internacional da Mulher
ADRIANA JACOB CARNEIRO, jornalista, é mestranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora em gênero e mídia do grupo Miradas Femininas.
segunda-feira, 7 de março de 2011
domingo, 6 de março de 2011
Ecos da escravidão
Aí está: o protótipo do preto brasileiro, o modelo-padrão, está habilitado a representar e orgulhar o Brasil ao lidar com a redonda ou ao compor música (popular, esclareça-se logo), mas em um beco escuro será encarado como ameaça potencial. Muitos, dezenas de milhões, acreditam em uma lorota imposta pela retórica oficial: entre nós não há preconceito de raça e cor. Pero que lo hay, lo hay. Existem provas abundantes a respeito e a reportagem de capa desta edição traz mais uma, atualíssima. Na origem, obviamente, a escravidão, mal maior da história do Brasil.
Há outros, está claro. A colonização predatória, uma independência sequer percebida pelo povo de então, uma república decidida pelos generais, avanços respeitáveis enodoados por chegarem pela via da ditadura de Vargas. E o golpe de 1964, último capítulo do enredo populista comandado por uma elite que, como diz Raymundo Faoro, quer um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo. Enfim, um esboço de democratização pós-ditadores fardados ainda em andamento.
A desgraça mais imponente são, porém, três séculos de escravidão e suas consequências. A herança da trágica dicotomia, casa-grande e senzala, continua a determinar a situação do País, dolorosamente marcada pela desigualdade. Há quem pretenda que o preconceito à brasileira não é racial, é social, mas no nosso caso os qualificativos são sinônimos: o miserável nativo não é branco.
A escravidão vincou profundamente o caráter da sociedade. De um lado, os privilegiados e seus aspirantes, herdeiros da casa-grande, e os empenhados em chegar lá, e portanto ferozes e arrogantes em graus proporcionais. Do outro lado, a maioria, em boa parte herdeira da senzala, e portanto resignada e submissa. De um lado uma elite que cuidou dos seus interesses em lugar daqueles do País, embora o Brasil represente um patrimônio de valor inestimável, de certa forma único. Do outro, a maioria conformada, incapaz de reação porque, antes de mais nada, tolhida até hoje para a consciência da cidadania.
O povo brasileiro traz no lombo a marca do chicote da escravidão que a minoria ainda gostaria de usar, quando não usa, e não apenas moralmente. Aqui rico não vai para a cadeia, superlotada por pobres e miseráveis, e não se exigem desmedidos esforços mentais para localizar a origem dessa situação medieval. Trata-se simplesmente de ler um bom, confiável livro de história.
Será possível constatar que afora o devaneio de alguns poetas e a reflexão de alguns pensadores, o maior problema do Brasil, a desigualdade gerada pela escravidão, nunca foi enfrentado com o ímpeto e a determinação necessários. Nos anos de Lula, agredido por causa do invencível preconceito pela mídia nativa, na sua qualidade de perfeita representante dos herdeiros dos senhores de antanho, a questão foi definida com nitidez. Mas se o diagnóstico foi correto, os remédios aviados foram insuficientes. Poderia ser de outra maneira? Melhorar a vida das classes mais pobres não implica automaticamente a conquista da consciência da cidadania, que há de ser o objetivo decisivo.
CartaCapital confia na ação da presidenta Dilma e acredita que seu governo saberá dar prosseguimento às políticas postas em prática pelo antecessor e empenhar-se a fundo no seu próprio programa de erradicação da miséria. Sem esquecer que o alvo principal fica mais adiante.
Cynara Menezes 3 de março de 2011 às 9:25h
Nunca o fosso entre a segurança de brancos e negros foi tão grande no Brasil. Enquanto o número de assassinatos de uns cai, o dos outros segue em alta
A história do menino que não realizou seu sonho por não ter crescido, infelizmente, não é exceção. Como ele, cerca de outras 50 mil crianças, jovens e adultos, morrem vítimas de assassinato todos os anos no País, brancos e negros. Mas negros, como Joel, morrem em proporção muito maior. E o pior: a diferença tem aumentado nos últimos anos. Em 2002, foram assassinados 46% mais negros do que brancos. Em 2008, a porcentagem atingiu 103%. Ou, em outras palavras, para cada três mortos, dois tinham a pele escura. Quem maneja os dados preliminares de 2009 diz que a situação piorou ainda mais.
Não bastasse, os crescentes investimentos em segurança pública feita pelos estados e pela União parecem ter beneficiado, como de costume, a “elite branca”, como definiu o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo. Entre 2002 e 2008, o número de brancos assassinados caiu 22,3%. A morte de negros cresceu em proporção semelhante: os índices foram 20% maiores, em média. Em algumas unidades da federação, os números se aproximam de características de extermínio: na Paraíba, campeã dessa triste estatística, são mortos 1.083% (isso mesmo) mais negros do que brancos. Em Alagoas, 974% mais. E na Bahia, a terra do menino Joel, os assassinatos de negros superam em 439,8% os de brancos.
sábado, 5 de março de 2011
Encontros buscam diagnóstico da saúde nas regiões de Sorocaba e Itapeva
A realização de Caravanas Regionais em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde) foi decidida no último dia 26/2, em encontro que reuniu cerca de 30 vereadores, diretores de saúde, sindicalistas e lideranças de 12 cidades das regiões de Sorocaba e Itapeva. Porto Feliz esteve representada no encontro pelos vereadores petistas Marco Antonio Campos Vieira, Roberto Brandão Rodrigues e Urias de Oliveira.
Promovido pelo mandato do deputado estadual Hamilton Pereira (PT), em conjunto com a Macrorregião Sorocaba do PT, o encontro debateu a participação social no controle e fiscalização de políticas públicas de saúde.
As caravanas deverão ser organizadas por microrregiões e, além de esclarecer os participantes sobre qual o papel de cada ente federativo na gestão da Saúde, também promoverá a elaboração de diagnósticos regionais do setor. “A informação é a principal arma da sociedade para cobrar mais efetividade na aplicação dos recursos da saúde”, explicou o diretor do Conselho Nacional de Saúde, José Marcos de Oliveira. “Municípios localizados numa mesma microrregião têm problemas que são comuns, por isso, a decisão desse grupo de elaborar diagnósticos por microrregiões”, completa.
Segundo a Secretária de Formação da Macrorregião petista, Mara Melo, a partir desse diagnóstico, o debate será ampliado. “Queremos trazer o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para debater os problemas levantados e buscar soluções regionais para os mesmos”, explica. Já a vereadora de Mairinque, Ildeia Maria, ressaltou que o debate final deve estar focado em Sorocaba. “Queremos discutir que papel tem cumprido a Diretoria Regional de Saúde, o que mudou em nossa região desde que a mesma foi instalada”, salientou.
O deputado estadual Hamilton Pereira (PT) que abriu o encontro em seu escritório político destacou que a carência de informações é o principal obstáculo à sociedade para lutar por melhores condições na área da saúde. “Se atentarmos para os problemas de cada localidade verificaremos que há muito de má gestão e, por isso, essa iniciativa de socializarmos informações é tão importante”, defendeu.
José Marcos alertou que não há solução imediata para os problemas da saúde. “Esse debate que fazemos hoje é um sinalizador para melhorias que deverão vir a longo prazo”, observou. “Devemos nos questionar sobre o que temos feito, politicamente, para mudar essa situação”, completou.
O Conselheiro apontou algumas irregularidades comumente praticadas na execução do orçamento da Saúde como limpeza urbana e remoção de lixo, ações de assistência social, pagamentos de aposentadorias e pensões de servidores e compra de merenda escolar, entre outras coisas. Ele orientou os vereadores a participarem dos Conselhos Municipais de Saúde como observadores, assim como acompanharem a prestação de contas das Prefeituras sobre os investimentos na área da Saúde.
São Paulo
Ponto importante discutido no encontro foi o papel do Estado de São Paulo enquanto gestor de Saúde. Segundo José Marcos de Oliveira, auditoria realizada pelo DenaSUS nas contas do estado apontaram que o mesmo é o que menos investe no fortalecimento dos municípios para a atenção primária. “Não nos bastam os números de percentuais investidos na saúde, o que queremos é a efetividade do investimento”, salientou.
A apresentação da auditoria do SUS nas contas do Estado de São Paulo também fará parte da programação das Caravanas Regionais. Segundo o vereador Fuad Abrão Isaac, de Itapetininga, o município sedia um Hospital Regional que desde janeiro de 2010 não recebe nenhum recurso do Governo do Estado.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Em palesta na LG, Lula diz: pelo que conheço da companheira Dilma, ... a classe C logo vai para a classe B
quinta-feira, 3 de março de 2011
Política de seleção de professores de SP é uma 'aberração', diz pesquisadora.
A médica pesquisadora da Fundacentro, Maria Maeno, critica o governo de São Paulo por impedir a posse de professores aprovados em concurso público para a rede estadual de ensino por tirarem licença por motivo de depressão, em algum momento da carreiras. Para ela, as exigências para contratação de professores são "absurdas" e "discriminatórias".
No início de fevereiro, o governo estadual decidiu impedir professores de assumir aulas na rede pública por classificá-los como obesos. Professores míopes também estariam vetados na seleção.
Segundo Maria Maeno, buscar excelência em produtos e serviços é desejável, mas esse conceito não se aplica às pessoas. "Como é que todos nós vamos ser sempre excelentes, sempre bem humorados, sempre saudáveis, sempre felizes?", questiona. "Isso não existe, isso não é humano", determina a médica.
A especialista também vê uma inversão do papel da Medicina e do próprio Estado na política de seleção de professores em São Paulo. "A medicina não pode ser usada nesse sentido, deveria ser utilizada com o objetivo de incluir as pessoas", dispara.
"Mesmo pessoas com depressão podem continuar trabalhando. Não tem importância que tomem medicação, mas se encontrarem no trabalho um ambiente acolhedor isso será muito benéfico para o trabalhador e seu tratamento", defende Maria Maeno. "Infelizmente não é o que acontece", constata. A depressão em muitos casos é um problema momentâneo, devido à morte de um parente, ensina a pesquisadora.
Por trás desse tipo de avaliação estaria a concepção de homem perfeito, já observada em outros momentos da história. "Já tivemos experiências no passado recente em que isso aconteceu, como na Alemanha, por exemplo", lembra.
Maria Maeno teme que a propagação desse tipo de mentalidade, tanto no serviço público como em empresas, torne uma "aberração" em algo natural. "É preciso cortar o mal pela raiz", indica.
Responsabilidade
Órgãos públicos e empresas têm o dever de garantir um ambiente de trabalho sadio, pleitea a médica. Ela acredita que o governo de São Paulo deveria analisar a precariedade a que seus trabalhadores estão submetidos e dar condições dignas ,em vez de impor um perfil irreal. "Esquece-se da promoção da saúde e parte-se para a discriminação, para a seleção de alguns que eles consideram mais resistentes, mais capazes de enfrentar esses problemas", sugere.
"Primeiro as empresas deveriam debruçar-se sobre si mesmas e sobre a organização de trabalho que impõem aos trabalhadores e reconhecer que essa organização faz as pessoas sofrerem desgaste precoce e grave", avalia.
Em nota à imprensa, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) também classificou de "absurda" a ação do governo estadual ao impedir que professores obesos, com miopia e que tenham passado por depressão tomem posse, mesmo depois de passarem em concurso público.
"Trata-se de mais uma decisão absurda do governo estadual, que submete esses profissionais a uma situação de discriminação, injustiça e preconceito, num contexto onde o Brasil vem avançando na garantia dos direitos humanos a parcelas cada vez maiores da população", expressa o sindicato.
A exemplo dos profissionais vetados por serem considerados obesos, os professores envolvidos no novo episódio de discriminação ministram aulas na rede estadual de ensino como temporários, esclarece a Apeoesp.
"Perguntamos: por que esses professores podem ser ocupantes de função atividade, mas não podem ser efetivos?", discute. "Estão sendo vetados professores que, em determinados momentos, necessitaram tirar curtos períodos de licença, mas já se encontram em perfeitas condições de saúde", critica a entidade sindical.