terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

"O caso Yeda - 2". O que faz Serra e Aécio colocarem a barba de molho.


BLOG DO U: Por Jorge Lima: Cronologia dos escândalos que assusta Serra e Aécio.

Maio/2007: O Secretário de Segurança Enio Bacci acusa a existência de corrupção na Polícia Civil, que se daria através de recebimento de dinheiro dos exploradores de máquinas caça-níquel. Após um bate-boca público com um delegado, em um programa de rádio ao vivo, Bacci é demitido. Em entrevista declara que a bandidagem venceu e denuncia a existência de problemas no Detran e na própria SSP. O blog http://www.videversus.com.br publica uma longa matéria apontando diversos ilícitos e a existência do “homem da mala preta” que distribuía dinheiro aos integrantes do governo. Assume a SSP o Delegado de Polícia Federal José Francisco Mallmann.
Meados de 2007: O vice-governador Paulo Feijó vai à Comissão de Serviços Públicos da Assembléia denunciar má gestão e outros problemas no Banrisul. Segundo o blog Direto da Fonte, do portal http://www.clicrbs.com.br, um dia antes da ida de Paulo Feijó à Comissão, acontece uma reunião entre ele, o Secretário da Casa Civil Luiz Fernando Záchia, o Procurador Geral de Justiça Mauro Renner e o presidente do Tribunal de Justiça Marco Antônio Barbosa, na qual os três tentam convencer Feijó a desistir das denúncias.

Outubro 2007: Operação Rodin prende dois presidentes do Detran e diversas outras figuras ligadas aos governos Rigotto e Yeda. Entre os presos está Lair Ferst, apontado como um dos principais nomes da coordenação de campanha de Yeda. O Secretário Mallmann começa a ser fritado públicamente através de notas publicadas na coluna e no blog de Rosane de Oliveira, comentarista política do jornal Zero Hora. A razão da fritura é o descontentamento da cúpula do governo por Mallmann não ter alertado sobre as investigações da PF. Mallmann é demitido em 2008.

2008: CPI do Detran. O governo tem maioria e barra a maior parte das iniciativas. Os acusados negam todas as acusações, mesmo depois de a comissão ter acesso ao material produzido pela investigação da PF. Um depoente afirma que a casa que a governadora comprou logo após ser eleita, e antes de tomar posse, foi paga com dinheiro de sobras de campanha. O Secretário Ariosto Culau é flagrado tomando chopp com Lair Ferst em um shopping de Porto Alegre

Maio 2008: O vice-governador Paulo Feijó grava conversa com César Busatto, chefe da Casa Civil, na qual este diz que é normal que os partidos se utilizem de recursos de estatais e autarquias para se financiarem. Busatto diz que o Banrisul é do PMDB e o Detran é do PP e que, no passado, o DAER era utilizado para financiar os partidos. Busatto se demite e Feijó é ameaçado de expulsão do DEM e atacado pela RBS, que insinua que ele é desequilibrado.

Outros fatos de 2008: Depois do caso do Detran é criada uma Secretaria de Transparência, que fica cozinhando em banho-maria pois o decreto de criação nunca sai do papel. A secretária nomeada se demite, dizendo que o governo é leniente com a corrupção e que sai antes que estoure outro escândalo. O MPE “investiga” a compra da casa da governadora e diz que o negócio foi lícito e que se “restaure a honra de Yeda”. O TCE diz que a compra da casa ocorreu antes da posse, portanto não tem competência para investigar. Operação Solidária investiga desvio de recursos na prefeitura de Canoas. A lista de investigados é quase uma cópia da lista da Operação Rodin. Descobre-se que o comandante da Brigada Militar, polícia militar gaúcha, solicitou ajuda a Chico Fraga, secretário de governo de Canoas, indiciado nas duas operações e apontado como um dos mentores das fraudes, para assumir o comando da corporação. A conversa foi registrada em interceptação feita pela Polícia Federal.

Fevereiro 2009: Dez entidades sindicais deflagram uma campanha publicitária prometendo revelar a face da corrupção e do autoritarismo no RS. No dia 12/02, é revelado que a face é a da governadora. O governo aciona o MP para suspender a campanha. O MP diz que a campanha, feita através de outdoors espalhados pelo estado, pode configurar crime e os responsáveis processados. No dia 17/02 é encontrado o corpo de Marcelo Cavalcante “embaixador” do RS em Brasília. No dia 19/02 integrantes do PSOL convocam entrevista coletiva e apresentam as denúncias já referidas por outros comentaristas. Informam que a entrevista seria convocada para o dia 05/03, após Marcelo Cavalcante prestar depoimento ao MPF, pois teria feito acordo de delação premiada. A antecipação da entrevista se deu em função da morte de Marcelo e da intenção de evitar o desaparecimento de outras testemunhas. Os integrantes do PSOL garantiram ter tido acesso às provas mencionadas e que tal acesso não se dera através do MPF e sim de outras fontes que não seriam reveladas. Apenas o ex-secretário Aod Cunha, citado nas denúncias, tomou medida judicial, interpelando os denunciantes para que apresentem as provas das denúncias. Yeda, em entrevista ao jornal Zero Hora, disse que sua mãe a ensinou a não responder provocações de “bêbados de porta de bar”.

Todas as informações referidas foram obtidas através do jornal Zero Hora e dos blogs RSUrgente, Diário Gauche, Videversus, Blog da Rosane de Oliveira, Direto da Fonte, Agente 65, Blogoleone e Dialógico.

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