terça-feira, 7 de julho de 2009

O livre mercado se regula sozinho, será?

BLOG DO U: Olha que acontece quando o mercado não é regulado pelo governo, mas especificamente em São Paulo onde a empresa de prestação de serviços de telefonia está sozinha sem concorrência a altura.

Essa matéria na resvista Època mostra bem isso.


Telefônica em crise?
Sob críticas, a operadora monta um plano de emergência – mas cresce a pressão por mais concorrência em São Paulo
Thiago Cid

AVAL DA MATRIZ Antônio Valente, presidente da Telefônica no Brasil, diz ter autorização da Espanha para investimentos
Na tarde de 2 de julho, quando a primeira pane do serviço de banda larga Speedy completou um ano, os internautas de São Paulo não conseguiam navegar na internet. Os usuários do Speedy não apreciaram a ironia. Para eles, a falha foi uma nova crise de uma enxaqueca com a qual vêm se habituando. O serviço de telefonia fixa da operadora também teve problemas, no dia 6 de junho. Especialistas do setor de telecomunicações apontam a falta de investimentos como razão das panes. O órgão responsável por fiscalizar a prestação do serviço, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), obrigou a empresa a apresentar um plano de emergência. A Telefônica entregou o plano, que está sendo avaliado pela agência.

A Telefônica refuta a tese do investimento insuficiente e atribui as panes – pelo menos cinco – a problemas pontuais. “Houve erros e não podemos negá-los, mas a Telefônica investiu R$ 37 bilhões em dez anos e pretende investir R$ 750 milhões em 2009”, afirma Fabio Bruggioni, diretor executivo de negócios da empresa. Segundo Bruggioni, as panes foram causadas por interferência de hackers ou problemas na manutenção da rede. Dinheiro para investir há, afirma. O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, diz ter recebido o aval da matriz espanhola para investir mais, se necessário.

As falhas no serviço deixaram mais de 2,6 milhões de assinantes sem internet por horas, incluindo pequenas e médias empresas que precisam da rede para realizar seus negócios. A Anatel proibiu novas vendas do Speedy no dia 22 de junho, até que avalie e aprove o plano de ação de emergência proposto pela Telefônica para melhorar o serviço. A decisão do órgão regulador, além de ter demorado a sair, segundo especialistas, também pune os consumidores. Com pouca opção de outras operadoras às quais recorrer – a Telefônica detém 61% do mercado de banda larga em São Paulo –, cidadãos e empresas dependem do Speedy. É o único serviço disponível em diversas áreas da capital e do interior, por utilizar a infraestrutura da telefonia fixa herdada com a compra da Telesp. O serviço não deverá voltar a ser vendido em breve, já que o conselho da Anatel responsável pela avaliação do plano estará em recesso até 21 de julho.

Além da discussão sobre um serviço fundamental mal prestado, o caso esquenta o debate sobre a falta de concorrência no maior Estado do país. “O fato de ter seu mercado assegurado fez a Telefônica não investir na rede”, diz Ruy Botessi, presidente da Associação dos Engenheiros de Telecomunicação (AET), que elaborou um documento sobre as panes a pedido da Anatel. A mesma visão é compartilhada por Luiz Cuza, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp). “A solução para o problema não é simplesmente forçar a Telefônica a ampliar os investimentos, mas permitir que o consumidor tenha outras empresas como opção”, afirma.



Diante do excesso de versões e da carência de informação, o deputado federal Julio Semeghini (PSDB-SP) organizou uma audiência sobre o caso na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Foram chamados representantes da Telefônica e da Anatel. “Somente com concorrência seremos capazes de forçar as operadoras a ter um nível de investimentos constante na melhoria dos serviços”, afirma. “Queremos saber por que ocorreram as falhas e como a Anatel pode agir para garantir um bom serviço”, diz Semeghini. Ele também deverá sugerir que a agência se apresse em liberar o uso de mais faixas de frequência, para que outras operadoras entrem rapidamente no mercado.
Notaram a levesa da matéria, pois é, eu também.
Mas em se tratando de Época da editora Globo pode se esperar tudo a favor da direita paulista (PSDB) e sua turma.
Agora se a administração do Estado estivesse na mão de um grupo de esquerda com visão socialista, a matéria seria bem diferente. É por isso e por outras que não acreditamos mais no PIG.

Sem comentários: